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n. 4 (2013): ECUS - Cadernos de Pesquisa. MUNDO VIRTUAL - FARSA E DISTANCIAMENTO
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Chamada de Trabalhos

REVISTA ECUS-artes  Vol. 5, n. 1 (2019)

 

A Revista ECUS-artes, organizada por Prof. Dr. Leonardo Vincenzo Boccia et al., anuncia chamada de trabalho para o dossiê Estética da Incompletude.

SUBMISSÕES ATÉ 31 DE OUTUBRO DE 2019 (on-line)

Editor responsável: Prof. Dr. Leonardo Vincenzo Boccia (Universidade Federal da Bahia, IHAC/UFBA).


Conselho científico da 5ª edição:
 

BOCCIA, Leonardo Vincenzo. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brasil

BRANDÃO, José Maurício Valle. Universidade Federala da Bahia – UFBA – Brasil

BRUNELLO, Yuri. Universidade Federal do Ceará, UFC – Brasil

COIMBRA de SÁ, Natalia. Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Brasil

CUPPONE, Roberto. Università degli Studi di Genova - Italia

DUPRET, Leila Machado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ – Brasil

FERREIRA, João Diógenes dos Santos. Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS – Brasil

HAUSCHILD, Christiane. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brasil/Alemanha

LEUSCHNER, Hannes. Leuphana Universitaet Lueneburg – Alemanha

MACHADO, Irene de Araújo, Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Arte – USP – Brasil

MATOS, Edilene Dias. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brasil

MENDES, Cleise Furtado. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brasil

MUZART, Idelette. Université Paris Nanterre – França

OLIVEIRA, Socrates Menezes. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB – Brasil

OLIVEIRA, Fernando Reis. Universidade do Estado de Santa Catarina – UESC – Brasil

PEREIRA, Márcio Ferreira Rodrigues. Universidade Federal do Ceará – UFC – Brasil

SCHULZE, Peter W.. Instituto Luso-Brasileiro, Universidade de Colônia – Alemanha

STANIEK, Jason. University of Oxford, UK – Reino Unido

WIESER, Doris. Universidade de Coimbra – Portugal

 
Apresentação:

DOSSIÊ: ESTÉTICA DA INCOMPLETUDE

Experiências, dissidências e resistências em artes no Brasil, na América do Sul e na África de Língua Portuguesa

A presente proposta do dossiê Estética da Incompletude inspira-se, tanto nos Teoremas de Incompletude (1931) do lógico, matemático e filosofo austríaco Kurt Gödel, cujo trabalho colocou em questão os grandes projetos de teorização do mundo como um todo sob o ponto de vista “finito” (Hilbert), quanto nas considerações do filosofo espanhol José Ortega y Gasset  (1883-1955) acerca da obra do pintor Leonardo da Vinci, publicadas em português nos Ensaios de Estética (Cortez Editora, 2011). Em um de seus ensaios intitulado Mona Lisa, o autor mostra como Da Vinci pode ser considerado o grande cultor de uma “estética da incompletude”. Sua obsessão em corrigir e retocar suas telas, o levou a adotar a pintura à óleo em lugar do afresco e ele foi o primeiro pintor italiano de importância a fazê-lo. No afresco as tintas secavam rapidamente, desfavorecendo a realização de retoques e adições posteriores. A pintura à óleo permitia que o quadro nunca fosse concluído, pois sempre seria possível acrescentar camadas de tinta, criando um interminável palimpsesto de cores. Quando Da Vinci dizia que a pintura era coisa mental, ele referia-se a uma tela que sempre se revisita, que está em eterno devir. A arte é ruminada como algo para se fazer pensar, puro conceito. 

Ainda mais, de acordo com o pesquisador João Cezar de Castro Rocha, na sua Resenha sobre a edição dos “Ensaios de Estética”, Cortez Editora, 2011, (In: Estadão/ Cultura 14.01.2012) Ortega y Gasset transforma o famoso episódio do roubo da Mona Lisa no Louvre, em 1911, numa chave renovada para entender o pensamento pictórico de Da Vinci. Quando o museu reabre, uma multidão corre para ver o espaço vazio do quadro, tornando-o a partir de então, o mais famoso do mundo. Talvez, desde a sua ausência, muitos tenham percebido que a pintura não existe apenas para ser vista, acima de tudo, ela é uma coisa mental. A Mona Lisa só voltou a ser exposta em 1914. Seguindo Rocha, Da Vinci descobriu no ato de pintar uma forma de pensar a própria pintura, problematizando a própria função da arte como representação. Na perspectiva de Gasset, a arte não se compreende fora dos impulsos da vida e do universo cultural. A sensibilidade artística é capaz de sentir e expressar os acontecimentos do seu tempo. A função vivente da arte a permite criar novos mundos. O artista atua como dissidente, suas ideias são dissensos dos consensos de suas épocas.

Os dois jeitos de pensar a incompletude, de Goedel e Gasset, por mais distantes que pareçam ser, podem servir de “prisma” para iludir a situação das artes e – entendendo esse termo lato sensu – da produção cultural nos países ditos “periféricos”, em relação aos "centros" do pensamento estético, os quais fingem oferefer teorias "finitas" e mantem, até hoje, certa hegemonia narrativa, e o poder sobre o "Arquivo". Se o ‘século XX já tornou imprescindível o debate crítico e transformador do status quo sobre a criatividade e a geração artística nos países considerados emergentes ou caóticos, o século XXI, - no modus operandi e nas dissidências/resistências em artes - traz à tona de novo a desigualdade no campo supostamente  democrático da estética. Pois é por falta de abastecimento e de registro, quando não de reconhecimento e legitimação, que as artes no Brasil e na América do Sul carecem do foco necessário para uma legítima exposição/competição no cenário mundial. Devido às dificuldades político-econômicas que esses países enfrentam, surge uma estética limítrofe e desprovida de projeção competitiva quando confrontada com a máquina de acompanhamento, produção, divulgação/distribuição e arquivamento em países que investem e ostentam esse poder de controle sobre as artes em geral. A sensação de um abismo colossal entre poderes subjuga e, ao mesmo tempo, fortalece dissidências artísticas com a dissolução da criação de obras incompletas e abandonadas, logo esquecidas ou nunca apreciadas.

Por exemplo: o artista mexicano contemporâneo, Santos Motoapohua de La Torre, com seu mural exposto no metrô de Paris, no Louvre, passa quase despercebido. Apesar de ter um grande mural na estação Palais Royal, ele continua ignorado até em seu próprio país. O documentário “Eco de la montaña” (2014), dirigido por Nicolás Echevarría, apresenta uma visão poética da vida deste artista huichol. A ideia de fazer um documentário sobre La Torre surgiu ao saber que o artista não havia sido convidado para a inauguração de sua própria obra em Paris. Em seus murais, Torres apresenta a mitologia e as práticas religiosas do povo indígena huichol. Ele precisa peregrinar até Wirikuta com a finalidade de pedir permissão aos deuses para realizar cada novo mural. O artista vive em um pequeno rancho, no coração de Sierra Madre Ocidental, onde não há água, nem eletricidade, nem serviço de saúde. Os murais, que possuem 80 painéis no formato 30 x 30 cm cada, demoraram 1 ano para ficarem prontos.

O poeta brasileiro Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, nasceu no interior do Ceará, na região do Cariri, no início do século XX. Com pouco estudo, guardava seus poemas na memória para depois serem recitados. Foi José Arraes de Alencar que apoiou a publicação de sua primeira obra, Inspiração Nordestina ou Cantos de Patativa (1956). Patativa foi capaz de criar tanto versos nos moldes de Camões quanto poesias de rima e populares. Em 1978, lançou "Cante lá que eu canto cá": “Poeta, cantô de rua/ Que na cidade nasceu/ Cante a cidade que é sua/ Que eu canto o sertão que é meu/ Se aí você teve estudo/ Aqui, Deus me ensinou tudo, / Sem de livro precisá/ Por favô, não mexa aqui, que eu também não mexo aí/ Cante lá, que eu canto cá”. 

Assim como estes artistas, encontramos vários outros com tanta potencialidade, que apesar da quase invisibilidade, conseguiram emergir no cenário das artes de suas épocas. Por isso, revela-se necessária uma rede colaborativa e informativa de expressões artísticas da América do Sul, a fim de dar maior visibilidade a essas figuras de (r)existência. 

Diante deste quadro geral, a estética da incompletude se refere aos movimentos de resistência, às linhas de fuga, àquilo que não é divulgado comercialmente. Aquilo que não se insere nas narrativas hegemônicas da “História da Arte”, às quais não estão aptas a descrever grande parte da produção artística dos mundos periféricos. Para os/as artistas desses universos emergentes, a arte é concebida como algo vital, uma necessidade, um ato de resistência, conforme descreveu Deleuze em “O ato de criação”, relato de uma conferência realizada em 1987. 

 

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Para a 5ª edição da REVISTA ECUS, serão selecionados artigos que proponham uma reflexão crítica a respeito dos possíveis desdobramentos de uma (est-)ética da incompletude, no Brasil e na América Latina – sempre intempestiva e questionando os limites entre razão e sensibilidade e proporcionando a união instável entre opostos. Além das artes, no sentido ocidental desse termo, acreditamos que merecem a nossa atenção especial os processos de intermodalidade: Na contemporaneidade, as fronteiras entre artes plásticas, cinema, TV, vídeo, literatura, teatro, performances, intervenções urbanas são, muitas vezes, problematizadas. Interessa-nos discutir a complexidade destas linguagens heterogêneas e órfãs de um relato universal.

Serão aceitos artigos originais, inéditos, ou traduções de trabalhos publicados anteriormente, comunicações científicas, assim como relatos de processos criativos, registros multimídia de experiências e vivências artísticas. Os trabalhos podem ser enviados até o dia  31  de OUTUBRO de 2019, segundo as normas de publicação (veja as diretrizes para autores na aba SOBRE > Submissões).  Línguas aceitas: português, espanhol, italiano, alemão, francês e inglês. É possível enviar um resumo, de 300 palavras, antecipadamente e obter maiores orientações.

 

Dados postais:

Revista ECUS-artes / Editores

A/C Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade

Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC - PAF-V – Sala 306-A.

Rua Barão de Jeremoabo S/N - Campus de Ondina

CEP: 40170-115 - Salvador – Bahia

Telefone: 71 3283-6203 |

culturas@ufba.br

ecus_revista@ufba.br 

lvboccia@ufba.br

 

 

REVISTA ECUS - ISSN: 2176-8641

 

ECUS-arts Research Journal

CALL FOR PAPERS -- Vol. 5, n. 1 (2019)

DOSSIER: AESTHETICS OF INCOMPLETENESS

 
ECUS-arts research journal, opens its CFP for the 5th edition (vol.5, n.1, 2019), organized by Prof. Leonardo Vincenzo Boccia , et. al., in which it will present the Dossier Aesthetics of Incompleteness.

Chief Editor: Leonardo Vincenzo Boccia


Scientific Commitee of the 5th edition:


BOCCIA, Leonardo Vincenzo. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brazil

BRANDÃO, José Maurício Valle. Universidade Federala da Bahia – UFBA – Brazil

BRUNELLO, Yuri. Universidade Federal do Ceará, UFC – Brazil

COIMBRA de SÁ, Natalia. Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Brazil

CUPPONE, Roberto. Università degli Studi di Genova - Italia

DUPRET, Leila Machado. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ – Brazil

FERREIRA, João Diógenes dos Santos. Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS – Brazil

HAUSCHILD, Christiane. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brazil/Germany

LEUSCHNER, Hannes. Leuphana Universitaet Lueneburg – Germany

MACHADO, Irene de Araújo, Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Arte – USP – Brazil

MATOS, Edilene Dias. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brazil

MENDES, Cleise Furtado. Universidade Federal da Bahia – UFBA – Brazil

MUZART, Idelette. Université Paris Nanterre – France

OLIVEIRA, Socrates Menezes. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB – Brazil

OLIVEIRA, Fernando Reis. Universidade do Estado de Santa Catarina – UESC – Brazil

PEREIRA, Márcio Ferreira Rodrigues. Universidade Federal do Ceará – UFC – Brazil

SCHULZE, Peter W. Instituto Luso-Brasileiro, Universidade de Colônia – Germany

STANIEK, Jason. University of Oxford, UK – United Kingdom

WIESER, Doris. Universidade de Coimbra – Portugal

 

Presentation:

DOSSIER: AESTHETICS OF INCOMPLETENESS

Experiences, dissidences and resistances in the arts in Brazil, South America and in Lusophone Africa


SUBMISSIONS BY OCTOBER 31st 2019 (on-line)

Editor in charge: Prof. Dr. Leonardo Vincenzo Boccia (Federal University of Bahia, IHAC/UFBA), lvboccia@ufba.br

The thematic dossier´s current proposal, Aesthetics of Incompleteness is inspired as much by the Incompleteness Theorems (1931) of Austrian logician, mathematician and philosopher Kurt Gödel, whose work called into question the great theorizing projects of the world as a whole from a "finite" point of view (Hilbert), as by the considerations of Spanish philosopher José Ortega y Gasset (1883-1955) about the work of painter Leonardo da Vinci, published in Portuguese in the “Essays on Aesthetics” (“Ensáios de estética”, Cortez Editora, 2011 edition). In one of his essays entitled Mona Lisa, the author shows how Da Vinci can be considered the great cultivator of an "aesthetics of incompleteness": His obsession with correcting and retouching his canvases led him to adopt oil painting instead of fresco and he was the first Italian painter of importance to do so. In the fresco the paints dried quickly, unfavorable for carrying out touch-ups and later additions. The oil painting allowed the painting to never be completed, as it was always possible to add layers of paint, creating an endless palimpsest of colors. When Da Vinci said that painting was a thing of the mind, his words referred to a canvas that is always revisited, which is in eternal becoming. Art is ruminated as something to make oneself think, as pure concept.

Moreover, according to researcher João Cezar de Castro Rocha, in his review on the "Essays on Aesthetics" (In: Estadão/ Cultura 14.01.2012), Ortega y Gasset transforms the famous episode of the theft of the Mona Lisa from the Louvre in 1911 into a renewed clue to understanding the pictorial thinking of Da Vinci. When the museum reopens, a crowd rushes in just to see the empty space of the painting, making it from then on, the most famous painting in the world. Perhaps, since its absence, many have realized that the painting does not exist just to be seen, but more than that, it is a thing of the mind. The Mona Lisa was only re-exhibited in 1914. According to Rocha, Da Vinci discovered, in the act of painting, a way of thinking about the painting itself, questioning the very function of art as representation. In Gasset's view, art cannot be understood outside the momentum of life and the cultural universe. Artistic sensitivity is capable of feeling and expressing the events of its time. The living function of art allows it to create new worlds.

The two ways of thinking “incompleteness”, of Goedel and Gasset, however distant they seem to be, can serve as a "prism" to delude the situation of the arts – understanding this term lato sensu of cultural production -- in the so-called "peripheral" countries, in relation to the “centers” of aesthetic thought which are always pretending to offer "finite" theories, and their narrative hegemony, their power over the “Archive”, which they still maintain today at the beginning of the 21st century. If the twentieth century has made essential the critical and transformative debate about the status quo of creativity and artistic generation in countries considered emerging or chaotic, the 21st century, in modus operandi and in dissidences / resistances in the arts, again brings out the inequality in the field of aesthetics, which appears so democratic. It is due to shortcomings in supply and in registration, if not in recognition and legitimation, that the arts in Brazil and South America lack the necessary focus for a legitimate exhibition / competition on the world stage. From the political and economic difficulties that these countries face, a borderline aesthetic arises that is devoid of competitive projection when confronted with the machine of monitoring, production, dissemination / distribution and archiving in countries that invest and show off this power of control over the arts in general. The sensation of a colossal abyss between powers subjugates and, at the same time, strengthens artistic dissidences with the dissolution of the creation of incomplete and abandoned works, soon forgotten or never appreciated.

For example, the contemporary Mexican artist, Santos Motoapohua de La Torre, with his mural presented in the Paris subway at the Louvre, passes almost unnoticed. Despite having a large mural at the Palais Royal station, he remains ignored even in his own country. The documentary "Eco de la montaña" (2014) directed by Nicolás Echevarría presents a poetic vision of the life of this Huichol artist. The idea of making a documentary about La Torre arose from knowing that the artist had not been invited to the inauguration of his own work of art in Paris. In his murals, Torres presents the mythology and religious practices of the Huichol indigenous people. He needs to go on a pilgrimage to Wirikuta to ask permission from the gods to make each new mural. The artist lives on a small ranch in the heart of Sierra Madre Occidental, where there is no water, no electricity, no health service. The murals, which have 80 panels in the format 30cm x 30 cm each, take one year to complete.

The Brazilian poet Antônio Gonçalves da Silva, better known as Patativa do Assaré, was born in inland Ceará in the region of Cariri, at the beginning of the 20th century. With little formal study, he kept his poems in his memory to be later recited. It was José Arraes de Alencar who supported the publication of his first work: “Inspiração Nordestina” or “Cantos de Patativa” (1956). Patativa was able to create as many verses in the molds of Camões as rhyming and popular poetry. In the year 1978 he released “You sing there and I´ll sing here”: "Poet, singer of the street / Who was born in the city / Sing the city that is yours / And I´ll sing the bushlands that are mine / As there you had study / Here, God taught me everything, / Without me needing a book / Please, don´t mess here, and I won´t mess there / You sing there, and I sing here."

Just like these artists, we find several others with so much potentiality, who despite their almost invisibility, managed to emerge on the arts scene of their times. Therefore, a collaborative and informative network of artistic expressions from South America is necessary in order to give greater visibility to these figures of (r)existence.

In view of this general framework, the aesthetics of incompleteness refers to the movements of resistance, to the lines of flight, to what is not commercially disseminated. That does not fit into the hegemonic narratives of the "History of Art", which are not able to describe a great part of the artistic production of the peripheral worlds today. For the artists of emerging universes, art is conceived as something vital, a necessity, an act of resistance, much in the sense of Deleuze’s talk, given during a conference on cinema, in 1987: “What is a creative act?”

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For the 5th edition of the ECUS-artes research journal, articles will be selected that propose a critical reflection on the possible unfolding of an (aesth-)ethics of incompleteness, in Brazil and in South America - always unexpected and questioning the limits between reason and sensitivity and providing the unstable union between opposites. Beyond the arts, in the western sense of this term, intermodal processes deserve our special attention. In contemporary times, the borders between visual arts, cinema, TV, video, literature, theater, performances, and urban interventions are often questioned. It is interesting for us to discuss the complexity of these heterogeneous languages, orphans in relation to a universal narrative.

We will accept original, unpublished works, or translations of previously published papers, scientific communications as well as reports of creative processes and multimedia recordings of artistic experiences and expressions. All papers should be completed and submitted by OCTOBER 31st 2019, according to our publication standards (see the guidelines for authors in the tab ABOUT > Submissions). Languages accepted: Portuguese, Spanish, Italian, German, Franch, English. A summary (of about 300 words) can be submitted in advance.


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