Análise comparativa entre cepas de colonização e de infecção a partir de métodos estatísticos

Abstract

Cepas isoladas da colonização de pacientes pré-operatórios foram comparadas com cepas isoladas de infecções de pacientes cirúrgicos, para estabelecer relações que sugerissem uma origem comum. 60 pacientes pré-operatórios que usaram cefalotina como profilaxia pré-cirúrgica foram estudados quanto à colonização intestinal, orofaríngea e cutânea por bactérias resistentes à cefalotina, usando meios de cultura seletivos. As cepas de infecção foram analisadas por meio dos antibiogramas de 2005 pacientes cirúrgicos. Testes estatísticos como Qui-quadrado e U de Mann-Whitney foram utilizados para comparar as cepas quanto à frequência de espécies e números de marcadores de resistência. As infecções causadas por microrganismos resistentes à cefalotina representaram 62,8% das infecções detectadas nos pacientes cirúrgicos. A média de número de marcadores de resistência foi maior para as cepas cefalotina-resistentes. Para a maioria dos microrganismos, não houve diferenças significativas entre as cepas de colonização e de infecção quanto à frequência de espécies e número de marcadores. Foram detectadas diferenças significativas entre as cepas sensíveis e resistentes de Escherichia coli isoladas de infecções urinárias. A cefalotina mostrou-se um marcador útil para a detecção de cepas multirresistentes. Os resultados indicam a possibilidade de as populações de microrganismos que colonizam pacientes hospitalizados estarem relacionadas às populações que causam infecções nos mesmos pacientes.