Avaliação da função pulmonar em pacientes hospitalizados no pós-operatório de cirurgia cardíaca

Autores

  • Nildo Manoel da Silva Ribeiro UFBA
  • Flaviane Ribeiro de Souza

DOI:

https://doi.org/10.9771/cmbio.v1i1.29315

Palavras-chave:

Pós-operatório de cirurgia cardíaca. Função pulmonar. Complicações pulmonares. Capacidade vital forçada. Pico de fluxo expiratório.

Resumo

Introdução: A disfunção pulmonar no pós-operatório de cirurgia cardíaca continua sendo uma das mais importantes causas de morbidade, sendo que o comprometimento da função pulmonar, nessa circunstância, é frequente e contribui, significativamente, para o aumento do tempo de permanência hospitalar. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento da função pulmonar em pacientes adultos hospitalizados, submetidos à cirurgia cardíaca por esternotomia mediana, no momento a alta da unidade tratamento intensivo, comparado ao quarto dia após a alta dessa unidade. Metodologia: O estudo foi realizado em uma unidade de pós-operatório de cirurgia cardiovascular, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. O Termo de Consentimento Livre Esclarecido foi obtido em todos os casos. Incluíram-se pacientes maiores de 18 anos, submetidos à cirurgia cardíaca eletiva. A função pulmonar foi realizada na alta da unidade de tratamento intensivo e, posteriormente, repetida no quarto dia. A função pulmonar foi mensurada pela capacidade vital forçada, pico de fluxo expiratório, além de variáveis do exame físico, como frequência respiratória e ausculta pulmonar. Resultados: 94 pacientes foram submetidos à cirurgia cardíaca eletiva via esternotomia mediana. A média (desvio padrão) de idade foi 50,64 (16,53) anos, com predomínio do sexo masculino (52,1%). A mediana (Q1-Q3) do tempo de permanência na unidade de tratamento intensivo foi de 2,00 dias (2,00-3,00), ao passo que a mediana (Q1-Q3) do tempo de permanência hospitalar foi de 6,00 dias (5,00-8,00). A mediana (Q1-Q3) da capacidade vital forçada e do fluxo respiratório, obtida pela espirometria no pós-operatório, no momento da alta, foi significativamente menor quando comparada ao quarto dia após alta da unidade de tratamento intensivo (p< 0,01). O tempo de permanência na unidade, assim como o tempo de permanência hospitalar não impactou na evolução das variáveis de função pulmonar. Conclusão: A função pulmonar é potencialmente reduzida no período inicial após a cirurgia cardíaca, com evolução gradual, e de recuperação lenta, no curso da recuperação cirúrgica. A manutenção desses valores reduzidos a níveis não críticos por um período prolongado no pós-operatório parece não afetar o desempenho dos pacientes, no que tange a capacidade de respirar profundamente e na efetividade de tosse.

 

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Biografia do Autor

Nildo Manoel da Silva Ribeiro, UFBA

Doutor em Ciências. Programa de Pós Graduação em Neurologia. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

 

Flaviane Ribeiro de Souza

Doutoranda em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas. Instituto de Ciências da Saúde.  Universidade Federal da Bahia – UFBA

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Publicado

2020-06-17

Como Citar

Ribeiro, N. M. da S., & Souza, F. R. de. (2020). Avaliação da função pulmonar em pacientes hospitalizados no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Revista De Ciências Médicas E Biológicas, 19(1), 123–132. https://doi.org/10.9771/cmbio.v1i1.29315

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