DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA MICROFAUNA DE FORAMINÍFEROS EM UM TESTEMUNHO DA REGIÃO RECIFAL DE ABROLHOS, SUL DA BAHIA
Palavras-chave:
Foraminíferos, Recifes de coral e Hidrodinâmica.Resumo
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar o padrão de distribuição da microfauna de foraminíferos da plataforma continental de Abrolhos, Sul da Bahia, identificando relações entre a distribuição temporal das espécies e as características sedimentológicas e hidrodinâmicas do meio. Para tanto, foi coletado um testemunho (PR – 124) de 60 cm de comprimento, próximo ao recife de Parcel das Paredes, uma das mais importantes formações recifais da área em estudo. Em laboratório, o testemunho foi sub-amostrado em intervalos de 5 em 5cm. As amostras foram processadas, seguindo metodologia padrão para análise da granulometria e da microfauna de foraminíferos. De cada amostra foram triadas as 300 primeiras testas destes organismos que, na seqüência, foram identificadas em nível de espécie. A análise da microfauna envolveu o cálculo de frequência de ocorrência, abundância relativa, riqueza, equitatividade e diversidades das amostras, além de análises multivariadas. Os resultados revelaram que a fração areia foi predominante nas 11 amostras analisadas, com percentuais superiores a 70%. As espécies Amphistegina lessonii, Elphidium discoidale, Purgo subsphaerica, Quinqueloculina lamarckiana, Quinqueloculina bicostata e Triloculina oblonga apresentam maior abundância relativa e frequência de ocorrência. A espécie Quinqueloculina microcostata se concentra em amostras arenosas, enquanto Discorbis floridanna, Poroeponides lateralis, Pyrgo bulloides, Quinqueloculina funafutiensis e Quiqueloculina polygona apresentaram maior distribuição em amostras mais argilosas e as espécies Cornuspira planorbis, Elphidium poeyanum, Miliolinella subrotunda, Pyrgo elongata, Quinqueloculina angulata, Quinqueloculina bicostata, Quinqueloculina disparilis curta, Quinqueloculina patagonica, Quinqueloculina vulgaris, Siphoninoides echinatus, Triloculina lutea, e Triloculina tricarinata foram agrupadas em amostras predominantemente arenosas. Os dados revelam, ainda, que alterações na hidrodinâmica e consequente mudanças na granulometria do sedimento, ajudaram a definir a composição da microfauna de foraminíferos em diferentes intervalos de tempo.