Análise Comparativa dos Modelos SHALSTAB e SINMAP na susceptibilidade a ocorrência de escorregamentos rasos no município de Caraguatatuba/SP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/geocad.v17i0.43603

Palavras-chave:

Escorregamentos Rasos, SHALSTAB, SINMAP

Resumo

Os modelos SHALSTAB e SINMAP vêm sendo aplicados em estudos sobre escorregamentos, a fim de prevê-los com base em modelos hidrológicos e de estabilidade infinita. Tendo em vista o importante evento ocorrido em 1967, com escorregamentos generalizados por todo município de Caraguatatuba/SP, o objetivo deste trabalho é apresentar as modelagens realizadas com o SHALSTAB e SINMAP em cinco bacias hidrográficas do município e comparar a performance de ambos. Para tal, criou-se um inventário de cicatrizes com base em imagens de fotografias aéreas e, partindo de folhas topográficas vetorizadas foi possível confeccionar mapas temáticos, servindo como inputs aos modelos. A comparação do desempenho dos modelos foi realizada com base no Método da Taxa de Sucesso e Erro. Os resultados apontaram que ambos modelos adotaram a declividade como maior fator contribuinte para a ocorrência dos escorregamentos rasos, sendo que para a área de estudo, o modelo SINMAP obteve melhor desempenho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Guzzo Duz, UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Engenheira de Minas formada pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Mestre em Geociências e Meio Ambiente (IGCE - UNESP - Rio Claro). Doutoranda em Geociências e Meio Ambiente (IGCE - UNESP - Rio Claro).

Fábio Augusto Gomes Vieira Reis, UNESP - Universidade EstadualPaulista Júlio de Mesquita Filho

Geólogo formado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.  Engenheiro Civil formado pela Escola de Engenharia de Piracicaba. Mestre e em Geociências e Meio Ambiente também pela Unesp. Livre Docente em Geologia Ambiental pela UNESP.

Claudia Vanessa dos Santos Corrêa

Graduada em Ecologia pela Universidade Estadual Paulista, Mestre em Geociências e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista, Doutora em Geociências e Meio Ambiente, incluindo 1 ano de doutorado sanduíche no Departamento de Geociências da Universität Tübingen (Alemanha). Geógrafa com ênfase em Análise Ambiental e Geoprocessamento.

Referências

ALMEIDA, F. F. M; CARNEIRO, C. D. R. Origem e evolução da Serra do Mar. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v.28, n.2, p. 135-150, 1998.

ALVIOLI, M.; BAUM, R. L. Parallelization of the TRIGRS model for rainfall-induced landslides using the message passing interface. Environmental Modelling and Software. 2016.

AUGUSTO FILHO, O. Caracterização geológico-geotécnica voltada à estabilização de encostas: uma proposta metodológica. In: CONFERÊNCIA BRASILEIRA SOBRE ESTABILIDADE DE ENCOSTAS – COBRAE - Anais. Rio de Janeiro, nº 1, p.721-733, 1992.

AUGUSTO FILHO, O. Carta de risco de escorregamentos quantificada em ambiente de SIG como subsídio para planos de seguro em áreas urbanas: um ensaio em Caraguatatuba (SP). 2001. 166 f. Tese (Doutorado em Geociências) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2001.

Bueechi, E., Klimeš, J., Frey, H. et al. Regional-scale landslide susceptibility modelling in the Cordillera Blanca, Peru—a comparison of different approaches. Landslides 16, 395–407 (2019).

CERRI, R.; REIS, F.; GRAMANI, M.; GABELINI, B.; ZAINE, J.; SISTO, F.; GIORDANO, L. Análise da Influência de Atributos Fisiográficos e Morfométricos na Definição da Suscetibilidade de Bacias Hidrográficas a Ocorrência de Corridas de Massa. Geologia USP - Serie Cientifica. 2018.

CORREA, C.V.; REIS, F.; GIORDANO, L.; CERRI, R.; CHAVES, C.; GABELINI, B. Movimentos de massa na região de Caraguatatuba e São Sebastião (SP) entre 1967 a 2011: utilização de cicatrizes de escorregamento como subsídio a estudos de retro-análise. In: Os Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento, p.4174-4184. 2017

CRUZ, O. A Serra do Mar e o Litoral na área de Caraguatatuba-SP: contribuição à geomorfologia litoránea tropical. Tese (Doutorado) — Universidade de São Paulo (USP), 1974.

Dias dos Santos, D., & Galvani, E. (2012). CARACTERIZAÇÃO SAZONAL DAS PRECIPITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CARAGUATATUBA-SP, ENTRE OS ANOS DE 1943 A 2004. REVISTA GEONORTE, 3(8), 1196.

DIETRICH, W.E.; BELLUGI, D.; ASUA, R. Validation of the shallow landslide model, SHALSTAB, for forest management. In: WIGMOSTA, M.S.; BURGES, S.J. (Eds.) Land use and watersheds:human influence on hydrology and geomorphology in urban and forest areas. AGU, Washington DC, v. 2, p. 195–227, 2001.

DYKES, A.P. Weathering-limited rainfall-triggered shallow mass movements in undisturbed steepland tropical rainforest. Geomorphology, v.46, p. 73-93, 2002.

FERNANDES, N. F. e AMARAL, C. P. Movimentos de massa: uma abordagem geológico-geomorfológica. In: GUERRA, A. J. T. e CUNHA, S. B. (Ed.). Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro 1996. p.123-194.

Fernandes, N.F., Guimaraes, R.F., Gomes, R.A.T., Vieira, B.C., Montgomery, D.R., Greenberg, H., 2004. Topographic controls of landslides in Rio de Janeiro: field evidence and modeling. Catena, 55, 163-181.

FIORI, A. P. Fatores que influem na análise de vertentes e no movimento de massa em encostas. Boletim Paranaense de Geografia, n. 43, p. 7-24, 1995.

GABELINI, B.M. Suscetibilidade a escorregamentos na região entre Caraguatatuba e São Sebastião (SP): análise fisiográfica e quantitativa. 2017. 121 f. .Dissertação (Mestrado em Geociências e Meio Ambiente), IGCE – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Rio Claro, 2017.

GRAMANI, M.F. Caracterização geológica-geotécnica das corridas de detritos (“Debris Flows”) no Brasil e comparação com alguns casos internacionais. 2001. 372f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Solos) – EPUSP - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

GUIDICINI, G.; IWASA, O. Y. Ensaio de correlação entre pluviosidade e escorregamentos em meio tropical úmido. [S.l.]: São Paulo: IPT (IPT) - Publicação, 1080, 1976.

GUIDICINI, G.; NIEBLE, C. M. Estabilidade de Taludes Naturais e de Escavação. São Paulo: Editora da USP, p. 216, 1984.

Guimarães, R.F., Montgomery, D.R., Greenberg, H.M., Fernandes, N.F., Gomes, R.A.T., Carvalho Júnior, O.A., 2003. Parameterization of soil properties for a model of topographic controls on shallow landsliding: application to Rio de Janeiro. Engineering Geology, 69, 99-108.

R. F. Guimaraes, O. A. de Carvalho, R. A. T. Gomes and N. F. Fernandes, "Comparative analysis of the SHALSTAB model from 1:10,000 and 1:50,000 scales," IGARSS 2004. 2004 IEEE International Geoscience and Remote Sensing Symposium, Anchorage, AK, 2004, pp. 1307-1309 vol.2.

GUZZETI, F.; CARRARA, A.; CARDINALI, M.; REICHENBACH, P. Landslides hazard evaluation: a review of current techniques and their application in a multi-scale study, Central Italy. Geomorphology, v. 31, p. 181-216, 1999.

IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Programa Serra do Mar: levantamentos básicos nas folhas de Santos e Riacho Grande, Estado de São Paulo. Anexo A – Estudos geológicos e geomorfológicos. São Paulo, Relatório 23.394, v. 2, 120 p., 1986

Lazzari, M.; Piccarreta, M. Landslide Disasters Triggered by Extreme Rainfall Events: The Case of Montescaglioso (Basilicata, Southern Italy). Geosciences 2018, 8, 377.

LOPES, E. S. S.; RIEDEL, P. S; BENTZ, C. M.; FERREIRA, M. V. Calibração e Validação do índice de estabilidade de encostas com inventário de escorregamentos naturais na bacia do rio da onça na região de serra do Cubatão, SP. Revista Geociências. v. 26, n.1, p. 83-95. 2007.

MELO, C. M.; KOBIYAMA, M. Aplicação do modelo SHALSTAB no estudo de escorregamentos no Brasil: revisão. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 19, n. 4, 1 out. 2018.

MICHEL GP, KOBIYAMA M, GOERL RF. Comparative analysis of SHALSTAB and SINMAP for landslide susceptibility mapping in the Cunha River basin, southern Brazil. J Soils Sediments. v. 14, p. 1266–1277, 2014.

MONTGOMERY, D. R., K. SULLIVAN; M. H. GREENBERG. Regional test of a model for shallow landsliding, Hydrological Process, v. 12. p. 943- 955, 1998.

MONTGOMERY, D.; DIETRICH, W. A physically based model for the topographic control on shallow landsliding. Water Resources Research, v. 30, n. 4, p. 1153-1171, 1994.

MORIMITSU, K. H.; TOMINAGA, L. K. Mapeamento e Análise do perigo de escorregamento no município de Caraguatatuba. Anais do 3 SIGMA, 2013.

NERY, T. D. Avaliação da suscetibilidade a escorregamentos translacionais rasos na bacia da ultrafértil, Serra do Mar (SP). 2011. Tese (Doutorado), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

NERY, T. D. Dinâmica das corridas de detritos no Litoral Norte de São Paulo. 2016. 164 f. Tese (Doutorado) — Universidade de São Paulo, 2016.

Nery, T.D., Vieira, B.C., 2014. Susceptibility to shallow landslides in a drainage basin in the Serra do Mar, São Paulo, Brazil, predicted using the SINMAP mathematical model. Bulletin of Engineering Geology and the Environment, 2, 1-15

PACK, R.; TARBOTON, D.; GOODWIN, C. The SINMAP approach to terrain stability mapping. Procedeengs of the 8th congress of the international association of engineering geology, Vancouver, British Columbia. Canada. p. 21-25. 1998.

PACK, R.T.; TARBOTON, D.G.; GOODWIN, C.N. Assessing Terrain Stability in a GIS using SINMAP. 15th Annual GIS Conference. Vancouver, British Columbia. February, p. 1-9, 2001.

PRIETO, C. C.; MENDES, R. M.; SIMÕES, S. J. C.; NOBRE, C. A. COMPARAÇÃO ENTRE A APLICAÇÃO DO MODELO SHALSTAB COM MAPAS DE SUSCETIBILIDADE E RISCO DE DESLIZAMENTOS NA BACIA DO CÓRREGO PIRACUAMA EM CAMPOS DO JORDÃO - SP. Revista Brasileira de Cartografia, v. 69, n. 1, 22 jan. 2017.

RIFFEL, E. S.; CHIMELO RUIZ, L. F.; GUASSELLI, L. A. MAPEAMENTO DE SUSCETIBILIDADE A DESLIZAMENTOS A PARTIR DE MINERAÇÃO DE DADOS E DO MODELO SHALSTAB. Revista Brasileira de Cartografia, v. 68, n. 9, 16 out. 2016.

ROSOLEM, G. P. N.; ROSENFELDT, Y. A. Z.; LOCH, C.; HIGASHI, R. A. DOS R. A INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DOS PRODUTOS CARTOGRÁFICOS PARA ANÁLISE DE DESLIZAMENTOS TRANSLACIONAIS ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DO MODELO SHALSTAB. Revista Brasileira de Cartografia, v. 69, n. 1, 19 jan. 2017.

SANTOS, V. Influência da escala no mapeamento de áreas suscetíveis a movimentos de massa com o SHALSTAB na microbacia do Ribeirão do Baú, Ilhota/SC. Monografi a (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2015, 126p.

SELBY, M. J. Hillslope materials and process. Oxford: Oxford University Press, 1982.

Sinarta, I.N.; Rifa’i, A.; Faisal Fathani, T.; Wilopo, W. Slope Stability Assessment Using Trigger Parameters and SINMAP Methods on Tamblingan-Buyan Ancient Mountain Area in Buleleng Regency, Bali. Geosciences 2017, 7, 110.

SORBINO, G.; SICA, C.; CASCINI, L.Susceptibility analysis of shallow landslides source areas using physically based models. Natural Hazards, v. 53, p. 313–332, 2010.

SOUZA, J.M. Características do meio físico em um escorregamento em São Pedro da Serra e suas influências na transformação da paisagem em Nova Friburgo, RJ. 2014. Dissertação (mestrado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Geografia, 2014.

TATIZANA, C. et al. Análise de correlação entre chuvas e escorregamentos na Serra do Mar, município de Cubatão. In: Congresso Brasileiro De Geologia De Engenharia, 5, 1987, São Paulo. Anais. São Paulo: ABGE, v.2, p.225-236, 1987.

TAVARES, R.; SANT’ANNA NETO, J.L.; TOMMASSELLI, J. T. G.; PRESSINOTTI, M. M. N.; SANTORO, J. Análise da variabilidade temporal e espacial das chuvas associada aos movimentos de massa no Litoral Norte Paulista. In: Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais, 2004, Florianópolis. Anais…Florianópolis: GEDN/UFSC, p. 680-696. 2004.

TOMINAGA, L. K. Avaliação de metodologias de análise de risco a escorregamentos: aplicação de um ensaio em Ubatuba, SP. 2009. Tese (Doutorado) — Universidade de São Paulo, 2009.

VAN WESTEN, C. J. Geo-information tools for landslide risk assessment: an overview of recent development. In: Landslides, Evaluation and Stabilization. Rio de Janeiro: Taylor & Francis Group, p. 39-53, 2004.

VIEIRA, B. C.; GRAMANI, M. F. Serra do Mar: The Most “Tormented” Relief in Brazil. In: VIEIRA, B. C.; SALGADO, A. A. R.; SANTOS, L. J. C. (Ed.). Landscapes and Landforms of Brazil. [S.l.]: Springer, p. 285–297, 2015.

VIEIRA, B. C.; RAMOS, H. APLICAÇÃO DO MODELO SHALSTAB PARA MAPEAMENTO DA SUSCETIBILIDADE A ESCORREGAMENTOS RASOS EM CARAGUATATUBA, SERRA DO MAR (SP). Revista do Departamento de Geografia –USP, Volume 29 (2015), p. 161a 174.

WILKINSON, P. L.; ANDERSON, M.G.; LLOYD, D.M. An integrated hydrological model for raininduced landslide prediction. Earth Surface Processes and Landforms, v. 27, p. 1285–1297, 2002.

WU, W.; SIDLE, R. C. A distributed slope stability model for steep forested basins. Water Resources. Res. v. 31, p. 2097- 2110, 1995.

Downloads

Publicado

2023-10-06

Como Citar

Guzzo Duz, B., Gomes Vieira Reis, F. A., & dos Santos Corrêa, C. V. (2023). Análise Comparativa dos Modelos SHALSTAB e SINMAP na susceptibilidade a ocorrência de escorregamentos rasos no município de Caraguatatuba/SP. Cadernos De Geociências, 17(1). https://doi.org/10.9771/geocad.v17i0.43603