ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA PANDEMIA DE COVID-19, NO MUNICÍPIO DE SALVADOR-BAHIA

Authors

  • Helena Cristina Alves Vieira Lima
  • Ana Paula Pitanga Barbuda Prates
  • Antônio Ricardo Khouri Cunha Oswaldo Cruz Foundation image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.9771/bmicrov.v0i6.64927

Abstract

A testagem em grande escala foi uma das medidas de enfrentamento da pandemia da COVID-19. O estudo a seguir foi realizado a partir das primeiras semanas da pandemia, com objetivos de: analisar as infecções pelo SARS-CoV-2; identificar as características clínico-epidemiológicas; estimar prevalência da doença no município, realizar distribuição espacial e descrever as manifestações clínicas relacionadas à infecção. Foi realizada a testagem para COVID-19 na população do município de Salvador-Bahia para detectar anticorpos (IgG e IgM). Em seguida foram descritas as distribuições dos casos segundo perfil demográfico, clínico e epidemiológico. Foram observados os aspectos éticos. Ao final do estudo, foram testados 138.892 indivíduos, sendo 34.834
positivos (IgG/IgM). A prevalência municipal foi 14,4/1000hab. Os casos iniciais ocorreram em bairros centrais ou próximos da orla da cidade, posteriormente se distribuíram em regiões do Distritos Sanitários Barra/Rio Vermelho (22,1/1000hab), Cabula (19,4/1000hab), Subúrbio Ferroviário (16,3/1000hab) e Itapoan (16,2/1000hab), os quais apresentaram maiores prevalências. Indivíduos pretos/pardos (13,5/1000hab), do sexo feminino (11,7/1000hab), entre 41-50 anos (19,3/1000hab) foram mais acometidos. O principal quadro clínico foi otalgia, (98,9%), tosse produtiva (97,5%), pigarro (95,6%) e espirro (94,5%). Dos casos, 3,6% viajaram ou tiveram contato com viajantes, 41,6% tiveram contato domiciliar com alguém gripado/resfriado. Os resultados sugerem um cenário de desigualdade na distribuição da doença frente a características étnico-raciais, e territorial. Estudos prévios apontam que retos e pardos apresentam maior dificuldade de acesso a serviços de saúde, quadros de comorbidade além de fatores sociais que potencializa o risco para COVID-19. Territórios populosos, com maior desigualdade dificultaram a prática do isolamento social. Estudos descritivos reforçam que as ações de enfrentamento de doenças com potencial de transmissão rápida devem os territórios, grupos de risco para a contenção da propagação.

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Author Biographies

Helena Cristina Alves Vieira Lima

Doutoranda do Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia; Funcionária da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador

Ana Paula Pitanga Barbuda Prates

Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia; Secretaria Municipal
de Saúde de Salvador.

Antônio Ricardo Khouri Cunha, Oswaldo Cruz Foundation

Pesquisador no Instituto de Ciências da Saúde, professor na Universidade Federal da Bahia; Pesquisador no Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz - FIOCRUZ

Published

2024-12-21

How to Cite

Lima, . H. C. A. V., Prates, A. P. P. B., & Cunha, A. R. K. (2024). ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA PANDEMIA DE COVID-19, NO MUNICÍPIO DE SALVADOR-BAHIA. Boletim MicroVita, 6(6), 11–19. https://doi.org/10.9771/bmicrov.v0i6.64927

Issue

Section

Microbiologia e Epidemiologia