O essencialismo de Karl Marx (1844 -1846)
Abstract
Pretendo, neste texto, fazer uma rápida observação crítica sobre o conceito de
essência humana (menschliche Wesen) e sua indissociável relação com a questão da alienação (Entfremdung/Entäusserung) a partir de alguns trechos das seguintes obras de juventude de Karl Marx: Manuscritos Econômico-Filosóficos (1844), As Teses sobre Feuerbach (1845) e A Ideologia Alemã (1845-1846). Diante disso, as questões que pretendo enfrentar são as seguintes: Por que Marx, enquanto materialista prático que pretende se distanciar de toda e qualquer concepção do mundo que tenha por base a especulação pura e a metafísica, como ele anuncia em importantes passagens de A Ideologia Alemã, faz uso recorrente do conceito de essência humana? A apropriação desse conceito pelo fundador de uma original teoria materialista da história, não gera uma espécie de contradição no interior dessa teoria que pretende ser anti-idealista, antimetafísica e pós-hegeliana? É possível pensar o estatuto do materialismo de Marx sem levar em consideração o seu compromisso com o conceito de essência humana como fundamento da sua noção de sociabilidade?
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