Quando algoritmos não conscientes, mas altamente inteligentes nos conhecerem melhor do que nós nos conhecemos

Autores

Palavras-chave:

Robôtica, Ciência da Informação, Algaritmos, Congnição, Inteligência Artificial

Resumo

Apresenta um caminho técnico conceitual nas definições de algoritmos, cognição, inteligência artificial e robótica para se chegar às aplicações diárias dos algoritmos e às consequências dessas aplicações, discutidas à luz da ciência da informação. O atual estágio de desenvolvimento da ciência permite que os processos tecnológicos possam ser reduzidos a algoritmos lógicos, observando-se uma tendência de buscar explicar a vida humana, no sentido biológico, também como um conjunto de algoritmos. A interferência dos algoritmos sobre a humanidade é um dos assuntos abordados por Yuval Harari, em seu livro Homo Deus (2016), cuja conclusão apresenta três questionamentos, um dos quais utilizados para intitular o presente artigo. Neste texto, procuramos mostrar como os algoritmos, ao se tornarem cada vez mais complexos, constituem as bases para a Inteligência Artificial (IA). Do mesmo modo, também são discutidos os limites atuais da ciência, com programas que mesmo ainda não conseguindo simular o comportamento humano em sua totalidade, apresentam respostas “humanas” o suficiente para serem confundidos com pessoas de carne e osso, passando no famoso teste de Turing. O campo interdisciplinar da ciência cognitiva reúne modelos computacionais da IA e técnicas experimentais da psicologia para tentar construir teorias precisas e verificáveis a respeito dos processos de funcionamento da mente humana. Os algoritmos complexos estão presentes no cotidiano, influenciando nas decisões de consumo, aspectos comportamentais e nos processos políticos, interferindo diretamente em toda a vida em sociedade de forma silenciosa.

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Biografia do Autor

Daniel de Jesus Barcoso Cautela Branco, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Administrador Logístico. Doutorando e Mestre em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (PPGCI/UFBA). Membro do Grupo de Pesquisa Memória, Patrimônio, Cultura, Informação em Plataformas Digitais (G-ACERVOS/UFBA).

Jorge Raimundo da Silva, Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Bibliotecário da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Mestre em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraiba (PPGCI/UFPB).

Luiz Viva, Universidade de São Paulo - USP

Arqueólogo e Arquiteto. Doutorando em Ciência da Informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Mestre em Ciências Sociais com concentração em Antropologia e Arqueologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Referências

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Publicado

2023-11-30

Como Citar

BRANCO, D. de J. B. C.; SILVA, J. R. da; VIVA, L. Quando algoritmos não conscientes, mas altamente inteligentes nos conhecerem melhor do que nós nos conhecemos . Revista Fontes Documentais, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 73–92, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/RFD/article/view/57800. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA & SOCIEDADE