O Poder sob o Controle dos Trabalhadores: A Proposta de Estatização da Flaskô
DOI:
https://doi.org/10.9771/23172428rigs.v3i2.9891Palavras-chave:
Flaskô, Estatização, Fábrica OcupadaResumo
Este artigo analisa a proposta de estatização de uma fábrica ocupada, Flaskô, procurando compreender o significado dessa mudança para os seus trabalhadores. Assim, o caminho teórico seguido refere-se à discussão da Flaskô e à ideia da estatização. Por tratar-se de um trabalho empírico qualitativo, utilizou-se como fonte de coleta de dados a observação participante, a análise documental, o diário de campo e entrevistas semiestruturadas. A partir dos dados coletados, conclui-se que a estatização é defendida pelos trabalhadores como solução para as dívidas da organização e como uma proposta de mudança política da sociedade. Isso porque os trabalhadores defendem que a gestão da fábrica, mesmo após a estatização, seja feita por eles mesmos, isto é, que o poder esteja efetivamente em suas mãos. Percebe-se, assim, que a proposta vai além das questões de posse, de acumulação do poder, passando por uma discussão de organização social do trabalho. Isso significa uma proposta de ruptura, uma mudança das relações de poder, do poder que emana do indivíduo e da sua organização e não do capital.