As diferentes concepções do metodo científico e o debate da ciência econômica contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rene.v15i1.46644

Resumo

O presente texto discute, a partir da evolução e das diferentes concepções do método científico, o status quo do debate da Ciência Econômica. Para tal fim, foi construída uma narrativa cronológica da evolução conceitual e metodológica da ciência enquanto a busca da verdade. Após a análise das principais contribuições à metodologia da ciência, a discussão é direcionada para o âmbito econômico, descrevendo a separação da economia em dois grandes programas de pesquisa: o heterodoxo e o ortodoxo. Assim, o objetivo deste artigo é discutir o papel desses dois paradigmas que juntos traduzem o pensamento econômico vigente. Diante da argumentação desenvolvida, percebeu–se que a visão do mainstream tem graves problemas quanto à tradução da realidade objetiva na teoria, criando constrangimentos quando se trata da previsão e reversão de uma característica recorrente e inegável do capitalismo, a crise econômica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ivo Costa Novais, Universidade Federal da Bahia

Doutorando em Economia pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal da Bahia (PPGE-UFBA). Bahia — BA, Brasil. E-mail: ivoabaira@hotmail.com.

Victor Emmanuel Hortencio, Universidade Federal da Bahia

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal da Bahia (PPGE-UFBA). Bahia — BA, Brasil. E-mail: victor.vefh@gmail.com.

Referências

ARIDA, P. A história do pensamento econômico como teoria e retórica. In: GALA, P.; REGO, J. M. A. (Ed.). São Paulo: Editora 34, 2003.

AVELÃS NUNES, A. J. Noção e objeto da economia política. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1994.

BARBIERI, F.; FEIJÓ, R. L. C. Metodologia do pensamento econômico: o modo de fazer ciência dos economistas. São Paulo: Atlas, 2013.

BELLUZZO, L. G. Os antecedentes da tormenta: origens da crise global. Campinas: Editora Unesp, 2009.

BORGIANNI, E. Risco-país e Investment Grade: a contribuição do serviço social para sua desmistificação. Tese (Doutorado) — Programa de Pós-graduação em Serviço Social, PUC-SP, São Paulo, 2008.

CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.

CHIBENI, S. S. O que é ciência? Campinas: Departamento de Filosofia, IFCH, Unicamp, 2004.

CHIBENI, S. S. Algumas observações sobre o “método científico”. Campinas: Departamento de Filosofia, IFCH, Unicamp, 2006.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 12a edição. São Paulo: Editora Cortez, 1991.

COUTINHO, M. A crítica da economia política: teoria e atualidade. Crítica Marxista, v. 1, n. 10, p. 122–132, 2000.

FILGUEIRAS, L. A. A crise mundial e o desenvolvimento brasileiro. Revista Economistas (COFECON), Brasília, n. 7, mai-ago. 2012.

FILGUEIRAS, L. A. Economia política versus economia positiva: uma proposta de um antimanual de introdução à economia. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 50, p. 142–164, mai-ago. 2018.

FRAZÃO, A. Economicismo e Bad Economics: como concepções econômicas parciais, idealizadas e muitas vezes descoladas dos fatos vêm contribuindo para o aumento da desigualdade. São Paulo: Jota, 2019.

GUIMARÃES AUGUSTO, A. Teoria da ação na escola neoclássica: uma resenha crítica. Pesquisa & Debate, v. 21, n. 2, p. 225–246, 2010.

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 2a edição. São Paulo: Perspectiva, 2013.

LAKATOS, I.; MUSGRAVE, A. A crítica e o desenvolvimento da ciência. São Paulo: Editora Cultrix, 1965.

MARQUES Jr., L. S.; PÔRTO Jr., S. S. O Método da Teoria Neoclássica a economia neoclássica é uma teoria refutável? Porto Alegre: Faculdade de Ciências Econômicas, UFRGS, 2002.

MATTOS, L. V. Transformando ‘verdades abstratas’ em ‘verdades concretas’: uma análise sobre a metodologia econômica de John Stuart Mill. Estudos Econômicos, v. 34, n. 1, p. 101–128, jan-mar. 2004.

MILONAKIS., D.; FINE, B. From Political Economy to Economics: Method, the social and the historical in the evolution of economic theory. New York: Routledge, 2009.

MORGAN, M.; KNUUTTILA, T. Models and modelling in economics. In: GABBAY, D.; THAGARD, P.; WOODS, J. (Ed.). Handbook of the Philosophy of Science. Amsterdam: Elsevier, 2008. v. 13, p. 49–87.

PAULANI, L. M. A atualidade da crítica da economia política. Crítica Marxista, n. 10, 2000.

PAULANI, L. M. Ciência econômica e modelo de explicação científica: retomando a questão. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 30, n. 11, p. 27–44, 2010.

PINTO, M. C. R. M. Karl Popper: A vertente ética da ciência à luz da epistemologia e filosofia. Dissertação (Mestrado), Universidade do Porto, 2007.

POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Editora Cultrix, 1972.

POSSAS, M. L. A cheia do mainstream. Revista de Economia Contemporânea, v. 1, n. 1, p. 13–37, jan-jun. 1997.

PRADO, E. F. Formação do economista num mundo dominado pelo neoliberalismo. São Paulo: Mimeo, 2007.

PRADO, E. F. Teoria econômica de mercado. 2010. <https://eleuterioprado.blog/>.

RIBEIRO, R. Prefácio. In: LISBOA, M.; PESSÔA, S. (Ed.). Valor das ideias: debate em tempos turbulentos. São Paulo: Companhia das letras, 2019. v. 1.

SILVA, E. A. Evolução histórica do método científico: desafios e paradigmas para o século XXI. Revista Economia & Pesquisa, v. 3, n. 3, p. 109–118, 2001.

SILVA, N. R. S. Entre a ciência e a não ciência. Movimento, Porto Alegre, v. 18, 2002.

VIEIRA, J. G. S.; FERNANDEZ, R. G. A estrutura das revoluções científicas na economia e a revolução keynesiana. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 355–381, 2006.

Downloads

Publicado

2022-10-04

Como Citar

Novais, I. C., & Hortencio, V. E. (2022). As diferentes concepções do metodo científico e o debate da ciência econômica contemporânea. Nexos Econômicos, 15(1), 24–53. https://doi.org/10.9771/rene.v15i1.46644

Edição

Seção

Artigos