Mercado de trabalho e rotatividade no setor industrial na Bahia: conjuntura e análise
DOI:
https://doi.org/10.9771/rene.v12i1.26508Resumo
A discussão acerca da precarização do trabalho no Brasil faz parte de um processo de profundas transformações nas relações de produção e de trabalho. A reestruturação produtiva nacional, desencadeada nos anos de 1990, permitiu nova configuração espacial das indústrias, com grande apropriação do capital sobre o trabalho, sobretudo em regiões periféricas. O presente artigo objetiva analisar o mercado de trabalho e a rotatividade no setor industrial baiano. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). O recorte temporal compreende os anos de 2006-2011. Metodologicamente, recorre-se a uma revisão de literatura e em seguida à construção de indicadores de rotatividade, segundo o setor de atividade e as condicionantes demográficas e socioeconômicas da força de trabalho industrial do estado. Os resultados mostram forte concentração de indústrias no estado da Bahia, consequentemente de mão de obra ocupada. A rotatividade é acentuadamente elevada para a força de trabalho da agropecuária e da construção civil. Na indústria, registraram-se elevadas taxas de rotatividade para os homens, os jovens, com queima de postos de trabalho para aqueles com mais de 30 anos, além da rotatividade acentuada para os menos escolarizados e nos postos de trabalhos que remuneram em até um Salário Mínimo (SM).