Desenvolvimento e dependência no Brasil nas contradições do Programa de Aceleração do Crescimento
Abstract
O objetivo deste ensaio é desvelar o caráter contraditório do Programa de Aceleração do Crescimento que consolidou o modelo de desenvolvimento dos últimos dez anos, ao articular uma aparente autonomia nacional das definições estratégicas com ajustes ao sistema econômico mundial. Ao tentar uma aparente retomada do planejamento do Estado e do investimento público, esse projeto remete ao “novo extrativismo progressista” (Gudynas, 2009) que mantém o modelo de desenvolvimento baseado na apropriação da natureza, e alimenta uma rede produtiva escassamente diversificada e dependente da inserção internacional como fornecedora de matérias-primas. O marco teórico está na Teoria Marxista da Dependência, especialmente nas discussões de Marini (2005) e, mais recentemente, de Osorio (2012a; 2012b), acerca da inserção subordinada das economias periféricas no mercado internacional, articulada com os mecanismos de acumulação do capital e de exploração do trabalho. Espera-se assim contribuir com um olhar pluri-versal e macro societal, para os Estudos Organizacionais.
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