Editorial

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  • Equipe Editorial Organizações & Sociedade (O&S)

Abstract

C@ros leitores,

Com entusiasmo, apresentamos o segundo número da O&S em 2018. Nosso entusiasmo, neste momento, deve-se ao fato de termos conseguido, com muito esforço, realizar mudanças importantes no nosso novo website. Sim, nossa O&S está de cara nova! Sem dúvida isso nos anima a continuarmos buscando melhorias para a nossa revista. 

Mesmo diante das dificuldades que temos enfrentado para captar recursos públicos fundamentais para a sobrevivência de uma revista pertencente a uma instituçao pública como a O&S, temos logrado algum êxito. Sendo assim, é salutar agradecer a Capes pelo apoio financeiro para a elaboração dos nossos dois últimos números e para as importantes transformações no nosso website

Essa empreitada durou seis meses. Procuramos dar uma cara nova à O&S sem perder de vista sua tradição e seu passado. Nesse intuito, apresentamos a revista sobre a folha de um pergaminho que remete à tradição e à história para registrar conhecimento. Ao mesmo tempo, modernizamos a logomarca mantendo suas cores e suas curvas. Assim, todo o conhecimento produzido em uma plataforma tecnológica moderna é oferecido sobre o pergaminho, representando a importância do registro de teorias, obras e informações que tornou possível conhecermos a história e avançarmos na construção do conhecimento. É assim, reverenciando a origem, que olhamos para o futuro para continuamos compartilhando debates e resultados de pesquisas atuais com toda a comunidade acadêmica.

Antes de apresentarmos os oito artigos que inauguram nosso novo website, agradecemos o apoio incondicional do Ibepes, do NPGA e da Escola de Administração da UFBA.

O primeiro artigo deste novo número é intitulado “Rupturas, continuidades e gradualismo nas políticas de petróleo no Brasil: 1995 a 2010”, de Beni Trojbicz e Maria Rita Loureiro. Nele, os autores permitem compreender os determinantes da mudança das regras no setor do petróleo no Brasil, desde o processo que originou a Lei do Petróleo de 1997 até a aprovação do novo marco regulatório estabelecido em 2010. O texto mostra as dinâmicas institucionais ocorridas e contribui para a discussão intitucionalista, mostrando a articulação de vertentes institucionais e enfatizando elementos não institucionais que explicam as mudanças investigadas.

O segundo artigo, publicado por Cybele Amado de Oliveira e Eduardo Davel, intitula-se “A reflexividade intensiva na aprendizagem organizacional: uma autoetnografia de práticas em uma organização educacional”. O intuito dos autores é aprimorar o entendimento da reflexividade no processo de aprendizagem organizacional. Fundamentando a pesquisa na abordagem socioprática da aprendizagem e em uma autoetnografia de práticas em uma organização educacional, os autores mostram como a reflexividade se desvela como forma primordial na atividade de ensinar e refletir sobre métodos, estratégias e práticas de ensino-aprendizagem. 

O terceiro texto, publicado por Verônica Macário de Oliveira, Carla Regina Pasa Gómez e Suzanne Érica Nóbrega Correia é intitulado “Os papéis da sociedade civil como protagonista no processo de promoção do consumo sustentável: uma análise baseada na percepção de especialistas brasileiros”. O objetivo das autoras nesse texto foi analisar os papéis da sociedade civil para promover o consumo sustentável no contexto brasileiro. Com base em uma pesquisa realizada com especialistas brasileiros na temática, utlizando o método Policy Delphi, as autoras demonstram que os papéis desempenhados pela sociedade civil, como o buycott, são importantes no processo de promoção do consumo sustentável no contexto brasileiro. 

O quarto artigo, “A análise etnometodológica do turismo como prática numa orla marítima no Nordeste brasileiro”, de autoria de Erica Dayane Chaves Cavalcante e Marcelo de Souza Bispo, analisa etnometodologicamente os processos organizativos do turismo como prática na orla marítima de João Pessoa, na Paraíba. Utilizando uma série de técnicas de coleta de dados qualitativos, os autores observaram que o turismo não ocorre de maneira avulsa e isolada em distintos lugares, mas de forma entrelaçada, e carrega uma série de relações, símbolos, valores e regras sociais que são perpassados pelas gerações, fazendo com que um dado espaço possa ser caracterizado e considerado turístico. 

O quinto artigo, de autoria de Fábio Freitas Schilling Marquesan e Marina Dantas de Figueiredo, é intitulado “Do ecoambientalismo à sustentabilidade: notas críticas sobre a relação organização-natureza nos estudos organizacionais”. Nesse trabalho, os autores retomam a reflexão acerca dos limites que as perspectivas tradicionais hegemônicas sobre a relação organizações-natureza têm imposto à teoria organizacional. Para tanto, os autores recuperam a discussão de paradigmas e propõem uma possibilidade de mudança de perspectiva sobre essa relação, dos paradigmas antropocêntricos/orgocêntricos para o paradigma ecocêntrico, surgida nos estudos organizacionais (EOs) na década de 1990. Em seguida, os autores propõem a recuperação das discussões sobre a temática da ecologia; mais precisamente, sobre a perspectiva do habitar (dwelling perspective) como uma ontologia da relação organizações-natureza. 

“Potencial disruptivo? A história de uma biotecnologia” é o sexto artigo deste número. Publicado por Lorena Bezerra de Souza Matos e Ana Silvia Rocha Ipiranga, descreve historicamente o potencial disruptivo de uma biotecnologia vinculada a um laboratório de P&D da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). Utilizando diferentes métodos de pesquisa com base em uma perspectiva sociológica, as autoras argumentam que a biotecnologia justifica a sua potencialidade de disrupção ao articular construtos relacionados à dimensão do capacitador tecnológico. Entre as contribuições do artigo releva-se o uso da abordagem histórica no contexto da área da ciência & tecnologia.

O sétimo artigo, intitulado “Construção e desenvolvimento de um projeto de história oral em estudos sobre gestão”, é de autoria de Alexandre de Pádua Carrieri e Nathália de Fátima Joaquim. O objetivo dos autores foi lançar luz sobre as possibilidades de aproximação entre a história oral e outras formas de se pensar a gestão. O pano de fundo para tais reflexões são as memórias e histórias de colonos do Projeto de Irrigação Bebedouro, situado na zona rural de Petrolina, em Pernambuco. Os autores propõem, nesse artigo, pontos importantes sobre a construção da história oral e apresentam uma proposta de transformação do oral em escrito. O artigo contribui para a reflexão sobre como a gestão se [re]constrói. 

O último artigo deste número é de Tarciane Roldão, Danilo Soares Monte-Mor e Neyla Tardin e intitula-se “A influência da recessão econômica na intenção de empreender: uma análise cross-country baseada na crise do subprime”. Nesse texto, os autores verificam se a recessão econômica influencia a intenção de empreender, bem como o efeito de algumas variáveis na intenção empreendedora. A amostra foi composta por 60.234 indivíduos de 37 países no ano de 2009. Os resultados apresentam evidências nas quais, controlando-se por risco, os indivíduos se dizem mais propícios à atividade empreendedora em cenários com maiores recessões econômicas. 

Boa leitura!

 

Ariádne Scalfoni Rigo

Editora-chefe

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Published

2018-04-02

How to Cite

1.
Organizações & Sociedade (O&S) EE. Editorial. Organ. Soc. [Internet]. 2018Apr.2 [cited 2024Dec.22];25(85). Available from: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/26125

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Editorial