Revista Completa
Abstract
Nesta segunda edição de 2016, número 77, da nossa revista Organizações & Sociedade, chamamos a atenção para informações importantes dire- cionadas principalmente aos autores. Os que têm acompanhado nossos editoriais sabem que a O&S vem passando, paulatinamente, por mudanças relevantes, como as relacionadas a processos de comunicação com autores e avaliadores, fluxos e prazos de avaliação e publicação, entre outras. Nesta edição, chamamos a atenção para mudanças na política editorial e no formato das submissões. Essas mudanças e outras, que serão implementadas ao longo de 2016, são fruto da reflexão da equipe editorial ao longo de 2015, visando o aprimoramento contínuo da nossa revista.
Dentre as mais recentes mudanças na política editorial, destacamos que a O&S passa a restringir o número de submissões por autor dentro de um período de 12 meses. Os autores interessados em submeter trabalho para a O&S devem, a par- tir de então, estar cientes de que autores ou coautores com artigos aceitos em desk review somente poderão submeter outro trabalho após 12 meses da data da última submissão. O intuito é estimular autores a enviarem seus melhores trabalhos, bem como otimizar o valioso trabalho dos nossos avaliadores.
Sobre as condições para submissão, a O&S passa a solicitar um formato mais padronizado dos textos, que facilitará o trabalho dos avaliadores e todo o processo de edição. Sendo assim, explicitamos que o texto deve ser redigido utilizando os edito- res de texto de maior difusão, com espaço 1,5 entre linhas, fonte Times New Roman tamanho 12 e não exceder 30 páginas (incluindo todos os elementos, como figuras, quadros, tabelas e referências). As citações e referências do texto devem obedecer às normas da ABNT.
Além dessas, outras informações foram incorporadas no nosso website. Solicita- mos a todos os autores que, antes da submissão, leiam atentamente itens pertinentes à nossa Política Editorial, tais como Foco e Escopo, Política de Publicação, Condições de Submissão e Guia para Autores.
Esta segunda edição do ano de 2016 é composta por artigos de assuntos varia- dos, que traduzem certa ousadia pertinente ao campo dos estudos organizacionais. Prática culinária e experiência estética; resistência e agroecologia; relações global-local; identidade e circo; editores e revisores; pesquisa em administração e Administração do Desenvolvimento; sociologia do conhecimento; valoração do conhecimento; institucio- nalização e legitimação; comunidade científica e ANPAD são algumas palavras-chave que representam essa diversidade do campo e nossa edição 77 de 2016.
Em “A experiência estética nas práticas culinárias de uma organização gas- tronômica”, Ana Sílvia Rocha Ipiranga, Luma Louise Sousa Lopes e Elnivan Moreira de Souza apresentam a prática culinária como um ato cultural em uma organização gastronômica, investigando sentidos como paladar, visão, tato, entre outros, na com- posição e construção social da organização.
“Fluxos e contrafluxos: a relação global e local mediada pelo mercado na cul- tura gaúcha”, com autoria de Marlon Dalmoro e Walter Meucci Nique, provoca um movimento dialético entre fluxos globais e as estratégias locais de preservação. Nos resultados, os autores apresentam diferentes fluxos globais e “contrafluxos” para re- presentar a interação global-local, a construção de uma relação híbrida e os conflitos entre os diferentes fluxos.
O terceiro texto, intitulado “A contribuição da sociologia do conhecimento para os estudos de institucionalização e legitimação do conhecimento do campo científico”, de Celso Machado Junior, Maria Tereza Saraiva de Souza, Iara Regina dos Santos Parisotto e Angelo Palmisano, contribui com uma revisão teórica que identifica, na abordagem da sociologia do conhecimento, os elementos que possibilitam sua utilização nos estudos de institucionalização e legitimação do conhecimento do campo científico.
Os autores Ana Rosa Camillo Aguiar e Alexandre de Pádua Carrieri, em “`Água de lona' e `Sangue de serragem' nos discursos de sujeitos circenses”, apresentam a construção dos discursos sobre a identidade social de circenses em 31 circos itineran- tes, com o intuito de apreender essas organizações que têm se reproduzido no tempo e no espaço da contemporaneidade. Em suas análises, os autores identificam dois percursos semânticos: o da origem circense e o da tradição, que denominam o “san- gue de serragem” e, também, o percurso do modo de existência em “água de lona”.
No quinto texto desta edição, intitulado “Administração do desenvolvimento: percepções e perspectivas da comunidade científica da ANPAD”, os autores Elinaldo Leal Santos, Reginaldo Souza Santos e Vitor Braga objetivam refletir sobre o que pensa, entende e espera a comunidade científica da Associação Nacional dos Progra- mas de Pós-Graduação em Administração (ANPAD) a respeito do campo disciplinar da administração do desenvolvimento. Usando técnicas de estatística descritiva, os autores concluem que a administração do desenvolvimento constitui-se em um saber disperso e fragmentado, que sobrevive em campos de conhecimento, cujo fenômeno do desenvolvimento é objeto de análise.
Ainda sobre campos de conhecimento, “Motivos de rejeição dos artigos nos periódicos de administração”, de Christian Falaster, Manuel Portugal Ferreira e Rena- ta Canela, apresenta os motivos que levam editores e revisores a rejeitarem artigos submetidos em periódicos de administração, ciências contábeis e turismo no Brasil. Eles mostram as lacunas mais frequentes nos artigos submetidos aos periódicos e que podem conduzir à sua rejeição. Os resultados revelam que a contribuição científica é um dos principais fatores para conseguir a publicação do artigo, e que o método é a seção que tende a apresentar mais problemas.
O sétimo artigo desta segunda edição de 2016, de Andréa Cherman e Sandra Regina Rocha-Pinto, é intitulado “Valoração do conhecimento nas organizações: as concepções dos indivíduos no contexto do trabalho”. As autoras analisam os dife- rentes modos pelos quais os membros organizacionais percebem e experimentam a valoração do conhecimento no contexto do trabalho. Os achados revelam a multidi- mensionalidade do fenômeno; os diferentes níveis de interação social que influenciam as concepções de conhecimento de valor; os mecanismos de identificação, identidade organizacional e de poder e o encaixe da concepção de valoração do conhecimento do indivíduo ao tipo de organização.
O último artigo da edição, denominado “Movimento agroecológico no Brasil: a construção da resistência à luz da abordagem neogramsciana”, de Yuna Fontoura e Flávia Naves, reconhece a importância de pesquisas sobre movimentos sociais no campo dos estudos organizacionais. Partindo de uma abordagem de discurso neogramsciana em resistência, as autoras indagam de que forma o movimento agroecológico no município de Araponga (MG) promove resistência à hegemonia do agronegócio, a partir da reconstrução de diferentes aspectos da realidade social na região. Para elas, o movimento agroecológico resiste ao agronegócio por meio da articulação de uma identidade contra-hegemônica, desenvolvida a partir de aspectos como a associação e o engajamento com outros movimentos sociais e agentes não governamentais, que refletem em mudanças nas relações de poder.
Desejamos a tod@s uma excelente leitura!
Ariádne Scalfoni Rigo
Sandro Cabral
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