Escolas de Samba: trajetórias, contradições e contribuições para os estudos organizacionais
Abstract
O objetivo deste trabalho é apresentar uma discussão a respeito da suposta perda de autenticidade e tradição das escolas de samba e fornecer uma contribuição para a análise organizacional, tendo em vista as características peculiares desse tipo de organização, o que nos permitiu destacar a ideia de organizações sem fronteiras. Apesar de serem signifi - cativamente pesquisadas na antropologia e na sociologia, tais organizações não ganharam ainda a devida atenção da administração. Essas agremiações são tratadas por alguns autores como entidades que sofreram grandes transformações e, por isso, teriam perdido sua autenticidade e tradição, a partir daquilo que fi cou conhecido como mercantilização/modernização do carnaval, além da chamada invasão da classe média. Argumentamos que a “mercantilzação/modernização” do carnaval e “invasão” da classe média não produziram a suposta perda de autenticidade e tradição, uma vez que a comercialização do carnaval já se fazia presente no cenário brasileiro desde o início do século XX e a relação entre cultura popular e elite não é algo novo. Assumimos a posição de que “tradição” e “modernidade” não são dicotômicas e excludentes. Como desdobramento da discussão proposta, procuramos apontar que os estudos das práticas organizativas seriam um caminho interessante para superar as dicotomias comumente empregadas nos estudos de escolas de samba, as quais, na verdade, se confi guram como organizações sem fronteiras.Downloads
Download data is not yet available.
Downloads
How to Cite
1.
Tureta C, Araújo BFVB de. Escolas de Samba: trajetórias, contradições e contribuições para os estudos organizacionais. Organ. Soc. [Internet]. 2014Jun.14 [cited 2024Dec.22];20(64). Available from: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaoes/article/view/11230
Issue
Section
Central Theme
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 License.
The O&S adopts a Creative Commons Attributions License 4.0 in all published works, except where specifically indicated by copyright holders.