A LINGUAGEM DOS DIREITOS HUMANOS NAS OFENSIVAS ANTIGÊNERO
UM ESTUDO DAS FIGURAS DE VÍTIMA, SELVAGEM E SALVADOR NA ERA FARMACOPORNOGRÁFICA
DOI:
https://doi.org/10.9771/rds.v5i1.58695Palavras-chave:
ideologia de gênero, estudos queer, direitos humanos, fundamentalismo cisgêneroResumo
Como as campanhas antigênero vêm crescendo em Portugal desde 2018, neste artigo analisarei como os discursos de direitos humanos são implantados em enunciados de dois eventos: um debate realizado na TV e um seminário online transmitido. O objetivo é analisar as figuras da criança, das pessoas trans*, dos pais e do Estado criadas dentro desse discurso. Avalio o discurso antigênero português com a metáfora do selvagem, da vítima e do salvador de Makau Mutua e com a crítica de Paul Preciado à lógica farmacopornográfica para compreender a circulação de afetos. As imagens veiculadas foram: a criança-vítima como necessitada de proteção, os pais como vítima e salvador, e a pessoa trans* como selvagem (junto com o Estado). Os direitos humanos são mobilizados como uma ferramenta bioficcional que posiciona as pessoas dentro dessa equação e reforça próteses de subjetividades para explorar a excitação dos pais pelo controle onipotente por meio da subordinação dos filhos e da abjeção de pessoas trans*.
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