A sexualidade feminina no Brasil: controle do corpo, vergonha e má-reputação

Autores

  • Lorena de Oliveira Mestranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro do grupo de pesquisa Direito e Sexualidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

DOI:

https://doi.org/10.9771/revdirsex.v1i2.42440

Resumo

O trabalho investigou como a sexualidade feminina no Brasil é considerada um objeto de vergonha e uma má-reputação. Utilizou referenciais teóricos preocupados em analisar as formas de controle da sexualidade de mulheres na história. Investigou também como a sociedade atual reflete este controle por meio de comportamentos machistas, focando na análise de denúncias de crimes sexuais cometidos contra mulheres no Brasil. Em ambas as análises, o estudo destacou formas de controle do corpo feminino e reprodução de papéis de gênero, em que o masculino deve ser livre e o feminino controlado. Assim, a mulher que não se submete aos regramentos morais que a sociedade impõe sobre sua sexualidade é marcada por uma má-reputação e responsabilizada pelas violações sofridas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lorena de Oliveira, Mestranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro do grupo de pesquisa Direito e Sexualidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Graduada em Direito e Mestranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especialista em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Dialogus - Estudos Interdisciplinares em Gênero, Trabalho e Cultura, da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) e Direito e Sexualidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Referências

AGÊNCIA Patrícia Galvão. Estupro. Brasília, 2015. Disponível em: <https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-sexual/tipos-de-violencia/estupro/>. Acesso em: 16 nov. 2020.

AGÊNCIA Patrícia Galvão. Violência sexual. Brasília, 2015. Disponível em: <https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-sexual/>. Acesso em: 16 nov. 2020.

CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339f. Tese (Doutorado em Filosofia). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

Castro, Fabiana Leonel de. Negras jovens feministas: sexualidade, imagens e vivências. Dissertação (Mestrado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo). Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010.

CONDREN, Mary. The Serpent and the Goddess: Women, Religion, and Power in Celtic Ireland. São Francisco: Harper & Row, 1989.

DREZZET, Jefferson. Violência sexual contra a mulher e impacto sobre a saúde sexual e reprodutiva. São Paulo: Centro de Referência da Saúde da Mulher, 2003.

DREZETT, J., BALDACINI, I., FREITAS, G.C., PINOTTI, J.A. Contracepção de emergência para mulheres vítimas de estupro. Revista do Centro de Referência, n° 3, p.29-33, 1998.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1977.

HEILBORN, Maria Luiza (Org.). Experiência da Sexualidade, Reprodução e Trajetórias Biográficas Juvenis o olhar das ciências sociais. In.: (Org.). HEILBORN, Maria Luiza et all. O Aprendizado da Sexualidade: Reprodução e trajetória sociais de jovens brasileiros. Rio de Janeiro: Gramond e Fiocruz, 2006. p. 29-57.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. A violência contra a mulher. Brasília: Ministério da Economia, 2016.

INSTITUTO Patrícia Galvão. Pesquisa Violência Sexual - Percepções e comportamentos sobre violência sexual no Brasil. Brasília: Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, 2016.

MOTA, Camilla Veras; IDOETA, Paula Adamo. De Ângela Diniz a Mariana Ferrer, como a Justiça põe mulheres no "banco dos réus" em casos de violência. BBC News Brasil, São Paulo, 5 nov. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54826363.amp>. Acesso em: 16 nov. 2020.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica; tradução Guacira Lopes Louro. Paris: Editions Tierce, 1988.

STOLKE, Verena. O enigma das interseções: classe, "raça", sexo, sexualidade: a formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX. Revista Estudos Feministas, vol.14, no.1. Florianópolis: UFSC, 2006. p. 15-42.

VELOSO, Cyrana Borges. "Se ser livre é ser vadia, somos todas vadias?': a marcha das vadias e os movimentos feministas brasileiros. Em Debate: Periódico de Opinião Pública e Conjuntura Política, Belo Horizonte, ano 8, n. 5, p. 33-41, jul. 2016.

Downloads

Publicado

2023-07-18

Como Citar

DE OLIVEIRA, L. A sexualidade feminina no Brasil: controle do corpo, vergonha e má-reputação. Revista Direito e Sexualidade, Salvador, v. 1, n. 2, 2023. DOI: 10.9771/revdirsex.v1i2.42440. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revdirsex/article/view/42440. Acesso em: 26 dez. 2024.