A INTERFERÊNCIA NA AUTONOMIA REPRODUTIVA FEMININA SOB A ÓTICA DA DESIGUALDADE DE GÊNERO

Autores

  • Núbia dos santos Cruz Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.9771/revdirsex.v1i2.42214

Resumo

Artigo proposto, a analisar as questões bioéticas na contemporaneidade, no que se refere às interferências na autonomia reprodutiva feminina sob a ótica da desigualdade de gênero, para isso se faz necessária uma abordagem teórica interdisciplinar da bioética, em especial a Bioética Feminista e o Direito. Desde a década de 90, os direitos humanos sexuais e reprodutivos vêm sendo incorporados por intermédio da adesão aos acordos internacionais pelo governo brasileiro, assumindo obrigações internacionais de tomar medidas para a sua implementação através de leis e políticas públicas no âmbito nacional, enfatizando que os direitos das mulheres são direitos humanos. A sociedade civil trabalha para a igualdade de direitos entre homens e mulheres e para a efetiva implementação dos direitos das mulheres, no sentido de garantir que o Estado dê a devida atenção aos temas que afetam direta e especificamente a saúde das mulheres, e os direitos sexuais e reprodutivos. O caminho metodológico abordado é de cunho qualitativo. Trabalha em sua primeira parte com uma breve reflexão sobre gênero, bioética e a conceituação sobre autonomia, na segunda parte evidência a relação da bioética feminista e a autonomia reprodutiva, em sua terceira parte, levanta a questão da desigualdade de gênero no Brasil, por fim, traz as considerações finais desta pesquisa pontuando como a bioética feminista pensa e estuda os conceitos de gênero e feminismo para compreender e apreender a diferença moral entre as partes em conflito e vulnerabilidade, e sua importância no meio acadêmico, social e jurídico.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Núbia dos santos Cruz, Universidade Federal da Bahia

Pós Graduanda em Ciências Criminais. Mediadora, Conciliadora e Negociadora de Conflitos Consensuais. Bacharela em Direito, Mestranda em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Pós graduanda em Cultura e Literatura . Licenciada em Letras com Habilitação em português, inglês e nas respectivas Literaturas. Especialização em Psicopedagogia Institucional.

Referências

ABRAMOVAY, Miriam. Juventude e sexualidade / Miriam Abramovay, Mary Garcia Castro e Lorena Bernadete da Silva. Brasília: UNESCO Brasil, 2004, p.103-126. Disponível em: http://www.cepac.org.br/agentesdacidadania/wp-content/uploads/2014/04/Unesco_juventudes_sexualidade.pdf . Acesso em 03 de dez de 2019.

AGUIAR, Mônica Neves. MEIRELLES, Ana Thereza. Autonomia e Alteridade como fundamentos da construção do sentido de dignidade existencial diante do direito à vida. Revista Brasileira de Direito Animal. RBDA, SALVADOR, V.13, N. 01, PP. 123-147, Jan-Abr 2018.

ANIS – Instituto de Bioética. Aborto: por que precisamos descriminalizar? : argumentos apresentados ao Supremo Tribunal Federal na Audiência Pública da ADPF 442 /– Brasília: 48p. Letras Livres, 2019.

ANJOS, K. F.; SANTOS, V. C.; SOUZAS, R.; EUGÊNIO, B. G. • Aborto e saúde pública no Brasil: reflexões sob a perspectiva dos direitos humanos. Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 37, n. 98, p. 504-515, jul/set 2013. Disponível em https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2013.v37n98/504-515/pt. Acesso em 10 out. 2019.

Anuário Brasileiro de Segurança Pública. FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. ISSN 1983-7364, ano 13. Edição 2019, p. 108-116. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/10/Anuario-2019-FINAL_21.10.19.pdf. Acesso em 08, nov. 2019.

Atlas da violência 2019. / Organizadores: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, p. 35-39. Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf. Acesso em 08, nov 2019.

BADINTER, Elisabeth. B126a. Um Amor conquistado: o mito do amor materno. Elisabeth Badinter; tradução de Waltensir Dutra. — Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BANDEIRA, Lourdes. ALMEIDA, Tânia Mara Campos de. Bioética e feminismo: um diálogo em construção. Revista de Bioética. 2008.

BARBOZA, Heloisa Helena Gomes; JUNIOR, Vitor de Azevedo Almeida. (Des)Igualdade de gênero: restrições à autonomia da mulher. Revista de ciências Jurídicas. Pensar, Fortaleza, v. 22, n. 1, jan./abr. 2017 p. 240-271.

BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição: Fundamentos da Dogmática Constitucional Transformadora. 6ª ed. ver. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 222-223.

BEAUCHAMP,TL, CHILDRESS JF. Principles of biomedical ethics. 3rd ed. New York (NY): Oxford University Press; 1989.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: fatos e mitos. Trad. Sérgio Milliet. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BRASIL. LEI Nº 9.263, Lei Planejamento Familiar. Brasília. 12 DE JANEIRO DE 1996.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção humanizada ao abortamento: norma técnica. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Atenção Humanizada ao Abortamento: norma técnica/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, p. 22. 2005.

CHODOROW, Nancy. Psicanálise da Maternidade: Uma Crítica a Freud a Partir da Mulher. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.

CONPEDI/ UNISINOS. Biodireito e direitos dos animais [Recurso eletrônico on-line]. ECOFEMINISMO E DIREITO ANIMAL. Organização Coordenadores: Valéria Silva Galdino Cardin; Heron José de Santana Gordilho. – Florianópolis: CONPEDI, p.126. 2018. ISBN: 978-85-5505-685-7. Disponível em: http://conpedi.danilolr.info/publicacoes/34q12098/ryzk920n/T6peyBzVU76ft2Tx.pdf. Acesso em 14 nov. 2019.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Iniciação à bioética. Sergio Ibiapina Ferreira Costa, Gabriel Oselka, Volnei Garrafa, coordenadores. – Brasília : 1998.

CRUZ, Maria Helena Santana. Mapeando diferenças de gênero no ensino superior da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão: Editora UFS, 2012.

Diniz, Debora. ALMEIDA. Marcos de. Bioética e Aborto. In. Iniciação a Bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina. 1998.

DINIZ, Debora. Autonomia reprodutiva: um estudo de caso sobre a surdez. Rio de Janeiro: Cad. Saúde Pública. 2003.

DINIZ, Débora. Bioética e gênero. Revista Bioética. Capa> v. 16, n.2> Diniz. 2008, p. 208. Disponível em http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/68/71. Acesso em 30 nov. 2019.

ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Civilização brasileira. 9 edição. Rio de Janeiro, Rj, 1984.

FAUTH, Juliana de Andrade. Entendendo o direito animal e o especismo: uma breve leitura ecofeminista. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3915, 21 mar. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/27043. Acesso em: 19 nov. 2019.

FERRER, Jorge José; ALVAREZ, Juan Carlos. Para fundamentar a bioética. Teorias e paradigmas teóricos na bioética contemporânea. São Paulo: Loyola. 2005.

FRIEDE, Reis. Aborto: uma questão jurídica e de saúde pública. Revista da Escola da Magistratura do TRF da 4ª Região n. 11, ano 5. p. 62. 2019. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RevEMAGIS11.pdf. Acesso em 13 nov. 2019.

GALLI, Beatriz. ROCHA, Helena. Direitos Sexuais e Reprodutivos, Autonomia Reprodutiva, Política e (des) respeito ao Princípio da Laicidade. Relatoria do Direito Humano à Saúde Sexual e Reprodutiva. Plataforma de Direitos Humanos. DHESCA Brasil. Julho/2014.

ITABORAÍ, Nathalie Reis.Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): uma perspectiva de classe e gênero . Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015, p. 152. Disponível em: http://ceres.iesp.uerj.br/wp-content/uploads/2016/05/Mudan%C3%A7as-nas-fam%C3%ADlias-no-Brasil-1976-2012-uma-perspectiva-de-classe-e-g%C3%AAnero-Nathalie-Reis-Itabora%C3%AD.pdf. Acesso em 10, nov. 2019.

LUIZ, Carmen Lucia. Mulheres em situação de abortamento: um olhar sobre o acolhimento. In: Em defesa da vida: aborto e direitos humanos / Alcilene Cavalcante, Dulce Xavier (organizadoras). São Paulo: Católicas pelo Direito de Decidir, p. 101. 2006.

MARCOLINO, Jan; COHEN, C. Sobre a correlação entre a bioética e a psicologia médica. Rev. Assoc. Med. Bras. 2008.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília. Direitos sexuais e reprodutivos. Ministério da Saúde, 4⁰ Edição - Abril de 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

NÚCLEO ESPECIALIZADO DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA MULHER. Liberdade Sexual. Coordenadoria de Comunicação Social e Assessoria de Imprensa da Defensoria Pública do Estado São Paulo. São Paulo. 2013.

PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 14 edição, rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013.

SCAVONE. Lucila. Das diferenças às desigualdades: reflexão sobre o conceito de saúde reprodutiva nas ciências sociais. GOLDENBERG, P., MARSIGLIA, RMG and GOMES, MHA., orgs. In. O Clássico e o Novo: tendências, objetos e abordagens em ciências sociais e saúde [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2003. 444 p. ISBN 85-7541-025-3. Available from SciELO Books.

SCOOTT, Joan W. O enigma da igualdade. Rev. Estud. Fem. v.13 n.1 Florianópolis jan./abr. 2005.

SEGATO, Rita Laura. As novas formas de guerra e o corpo das mulheres. Soc. State. , Brasília, v. 29, n. 2, p. 341-371, agosto de 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0102-69922014000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 06 nov. 2019.

SILVA, Manuel Carlos « Desigualidades de género », Configurações [Online], 4 | 2008, posto online no dia 12 fevereiro 2012, consultado o 19 abril 2019, p. 02. Disponível em URL: http://journals.openedition.org/ configuracoes/370 ; DOI : 10.4000/configuracoes.370. Acesso em 01 de dez 2019.

TAVARES, Rebecca. Discurso. In: BRASIL, Ministério das Relações Exteriores. Autonomia econômica e empoderamento da mulher - textos acadêmicos. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

TEIXEIRA, Simone Andrade. FERREIRA. Silva Lúcia. Direitos Sexuais e direitos reprodutivos: teorias e práxis de feministas acadêmicas. In. Gênero, mulheres e feminismos / Alinne Bonneti e Ângela Maria Freire de Lima e Souza (org.). (Coleção Bahianas ; 14)- 346 p. - Salvador : EDUFBA : NEIM, 2011.

VARES, Sidnei Ferreira de. SOCIOLOGISMO E INDIVIDUALISMO EM ÉMILE DURKHEIM. CADERNO CRH, RESENHA TEMÁTICA. Salvador, v. 24, n. 62, Maio./Ago. 2011. p. 435-446. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0103-49792011000200013. Acesso em 26 de nov. 2019.

Downloads

Publicado

2023-07-18

Como Citar

CRUZ, N. dos santos. A INTERFERÊNCIA NA AUTONOMIA REPRODUTIVA FEMININA SOB A ÓTICA DA DESIGUALDADE DE GÊNERO. Revista Direito e Sexualidade, Salvador, v. 1, n. 2, 2023. DOI: 10.9771/revdirsex.v1i2.42214. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revdirsex/article/view/42214. Acesso em: 6 nov. 2024.