Impactos da Pandemia na Liquidez Hospitalar: Um Estudo de Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rcufba.v19i1.68464Palavras-chave:
Liquidez, Endividamento, Organizações Hospitalares, SUSResumo
Este estudo tem por objetivo investigar os determinantes da liquidez hospitalar, para tal utilizou um modelo de dados em painel que incorpora os indicadores operacionais, quantidade de leitos e tempo médio de permanência dos pacientes (TMP), e uma variável dummy para captar os efeitos da pandemia de COVID-19 no desempenho financeiro dos hospitais brasileiros. A amostra é composta por 69 hospitais públicos e filantrópicos que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento de média e alta complexidade, no período de 2018 a 2023. Os resultados evidenciaram que o TMP apresentou associação estatisticamente significativa e positiva com a liquidez corrente, indicando que internações mais longas se correlacionaram com maior capacidade de solvência de curto prazo. Por outro lado, a variável Leitos revelou associação negativa e estatisticamente significativa com a liquidez, sugerindo que a ampliação da capacidade instalada pode impor pressões financeiras sobre as instituições. A variável associada à COVID-19 não apresentou significância estatística, o que pode estar relacionado à transitoriedade dos impactos, à defasagem entre os efeitos e os registros financeiros ou à atuação de políticas públicas compensatórias. Os achados reforçam a importância de integrar variáveis assistenciais à análise financeira e operacional das instituições hospitalares, evidenciando como elementos da dinâmica interna impactam a capacidade de solvência no curto prazo. Em um setor historicamente marcado por subfinanciamento, fragilidades estruturais e desafios de governança, compreender os fatores que influenciam a liquidez torna-se essencial para o aprimoramento da gestão e formulação de políticas públicas mais eficazes no âmbito do SUS.
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