Antecedentes e Características do Risco de Fraude Contábil: Uma Análise Multicasos no Setor Bancário Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.9771/rc-ufba.v14i3.35306Palavras-chave:
risco de fraude contábil em bancos, variáveis associadas ao risco de fraude contábil, indicadores contábeisResumo
Este estudo buscou verificar quais as variáveis associadas ao risco de fraude contábil apresentavam relação com as possíveis alterações nas demonstrações contábeis de três instituições financeiras envolvidas em processos administrativos punitivos e/ou em intervenção pelo Banco Central. Foram aplicadas as técnicas estatísticas do Teste t de Student para amostras independentes via Bootstrap e o Teste de Kruskal Wallis. Pode-se inferir que as contas do Ativo não Circulante possuem características que podem contribuir para o risco de fraude bancária, com significância estatística ao nível de 5%. Na análise setorial, diferenças significativas foram encontradas para os indicadores Margem Líquida, Participação dos Empréstimos e Custo Médio de Captação. O risco de fraude contábil em bancos parece ter relação também com indicadores não contábeis, como a existência de infrações contábeis e poucos mecanismos de controle da fraude.
Downloads
Referências
ACFE - Association of Certified Fraud Examiners. Fraud tree. 2010. ALAM, P.; PETRUSKA, K. A. Conservatism, SEC investigation, and fraud. Journal of Accounting and Public Policy, 2012.
AMARA, I.; BEN AMAR, A.; JARBOUI, A. Detection of fraud in financial statements: french companies as a case study. International Journal of Academic Research in Business and Social Sciences, v. 3, n. 5, mai. 2013.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
ATTIE, W. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 1992. BACEN - Banco Central do Brasil. Sobre os processos administrativos sancionadores noBanco Central do Brasil. 2017.
BARALDI, P. IFRS, contabilidade criativa e fraudes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
BEASLEY, M. S. An empirical analysis of the relation between the board of director composition and financial statement fraud. The Accounting Review, v. 71, n. 4, p. 443-465, 1996.
BEASLEY, M. S.; CARCELLO, J. V.; HERMANSON, D. R.; LAPIDES, P. D. Fraudulent financial reporting: consideration of industry traits and corporate governance mechanism. Accounting Horizons, v. 14, n. 4, p. 441-454, 2000.
BLODGET, H. China stock fraud shocker: banks were complicit in Longtop fraud. Business Insider, mai. 2011.
BRASIL. Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001. Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 2001.
BRASIL. Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999. Estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta, e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 1999. BRASIL. Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 2005.
CARVALHO, H. P. Da concepção à negação da fraude corporativa: uma análise processual do caso do Banco BVA/KPMG. 145 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016.
CONDÉ, R. A. D.; ALMEIDA, C. O. F.; QUINTAL, R. S. Fraude contábil: análise empírica à luz dos pressupostos teóricos do triângulo da fraude e dos escândalos corporativos. Gestão & Regionalidade, v. 31, n. 93, set./dez. 2015.
CORADI, C. Dinheiro podre: a história das fraudes nas instituições financeiras do Brasil. 1.ed. São Paulo: Matrix, 2016.
COSENZA, J. P.; GRATERON, I. R. G. A auditoria da contabilidade criativa. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, v. 32, n. 143, p. 43-61, set./out. 2003. Disponível em: <http://www.unicap.br/pergamum/arquivos/150000/151000/90_151077.htm>. Acesso em: 18 set. 2016.
COSTA, A. A. P.; WOOD JÚNIOR, T. Fraudes corporativas. Revista de Administração de Empresas, v. 52, n. ago. 2012.
CRUTCHLEY, C. E.; JENSEN, M. R. H.; MARSHALL, B. B. Climate for scandal: corporate environments that contribute to accounting fraud. The Financial Review, v. 42, p. 53-73, 2007.
DECHOW, P. M.; GE, W.; LARSON, C. R.; SLOAN, R. G. Predicting material accounting manipulation. 2011.
DORMINEY, J. W.; FLEMING, A. S.; KRANACHER, M.; RILEY, R. A. Beyond the fraud triangle: enhancing deterrence of economic crimes. Journal of the Association of Certified Fraud Examiners. Fraud Magazine, Austin-TX, U.S.A., v. 26, n. 5, set./out., 2011.
ERICKSON, M.; HANLON, M.; MAYDEW, E. L. How much will firms pay for earnings that do not exist? Evidence of taxes paid on alleged fraudulent earnings. The Accounting Review, v. 79, n. 2, p. 387-408, 2004.
FARBER, D. Restoring trust after fraud: does corporate governance matter? The Accounting Review, v. 80, n. 2, p. 539-562, 2005.
FEROZ, E. H.; PARK, K.; PASTENA, V. S. The financial and market effects of the SEC’s accounting and auditing enforcement releases. Journal of Accounting Research, v. 29, p. 107- 142, 1991.
GAGANIS, C. Classification techniques for the identification of falsified financial statements: a comparative analysis. Intelligent Systems in Accounting, Finance & Management, Chichester, v. 16, n. 3, p. 207-229, jul. 2009.
GOUVÊA, P. E.; AVANÇO, L. Ética e fraudes contábeis. UNOPAR Científica, Ciências Jurídicas e Empresariais, Londrina, v. 7, p. 85-91, mar. 2006.
HASNAN, S., ABDUL RAHMAN, R., MAHENTHIRAN, S. Malaysian evidence of management motive, weak governance, and earnings management on fraudulent financial reporting. Journal of International Accounting Research, v. 12, n. 1, p. 1-27, 2013.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C.; FARIA, A. C. Introdução à teoria da Contabilidade para o nível de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
KAMARUDIN, K. A.; ISMAIL, W. A; MUSTAPHA, W. A. H. Aggressive financial reporting and corporate fraud. Social and Behavioral Sciences, v. 65, p. 638-643, 2012.
KAMINSKI, K. A.; WETZEL, T. S.; GUAN, L. Can financial ratios detect fraudulent financial reporting? Managerial Auditing Journal, v. 19, n. 1, p. 15-28, 2004.
MACHADO, M. R. R.; GARTNER, I. R. A hipótese de Cressey (1953) e a investigação da ocorrência de fraudes corporativas: uma análise empírica em instituições bancárias brasileiras. Revista Contabilidade & Finanças, v. 29, n. 76, p. 60-81, 2018.
MEDEIROS, C. R. O.; ALCADIPANI, R. Strategy as truth: respostas estratégicas na gestão de crises após um crime corporativo. Gestão & Produção, v. 20, n. 4, p. 487-461, 2013.
MOURAD, N. A.; PARASKEVOPOULOS, A. IFRS: normas internacionais de contabilidade para bancos. São Paulo: Atlas, 2010.
MURCIA, F. D. R.; BORBA, J. A. Um estudo das fraudes contábeis sob duas óticas: jornais econômicos versus periódicos acadêmicos no período de 2001-2004. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, v. 10, n. 2, p. 99-114, 2005.
NELSON, M.; ELLIOTT, J.; TARPLEY, R. How are earnings managed? Examples from auditors. Accounting Horizons, Supplement, p. 17-35, 2003.
OLIVEIRA, E. B. Manipulação de resultados: estudo de caso em um banco brasileiro. 279 f. Tese (Doutorado)- Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
PALMROSE, Z. V.; SCHOLZ, S. The circumstances and legal consequences of non-GAAP reporting: evidence from restatements. Contemporary Accounting Research, v. 21, n. 1, p. 139-180, 2004.
PELEIAS, R. I.; ANDRADE, P. R. M.; ALENCAR, L. B.; WEFFORT, E. F. J. Banco Panamericano – um problema de governança corporativa? RevistaGestão Organizacional, v. 5, n. 1, 2012.
PEROLS, J. L.; LOUGEE, B. A. The relations between earnings management and financial statements fraud. Advances in Accounting, incorporating Advances in International Accounting, v. 27, n. 1, p. 39- 53, 2011.
REZAEE, Z. Causes, consequences, and deterrence of financial statement fraud. Critical Perspectives on Accounting, v. 16, n. 3, p. 277-298, 2005.
RIBEIRO, A. A. D.; RODRIGUES, R. N.; PRAZERES, R. V.; ARAÚJO, J. G. Um estudo sobre a relevância da Contabilidade Forense como instrumento de investigação: a percepção de profissionais ligados ao combate à lavagem de capitais. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, Salvador, v. 6, n. 1, p. 45-75, jan./abr., 2016.
RODRIGUES, L. F. Evidência de gerenciamento de resultados em oferta pública de aquisição de ações de companhias abertas: análise empírica das operações realizadas no Brasil no período de 2007 a 2012. 2013. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-graduação em Ciências Contábeis, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
SÁ, A. L. Normas internacionais e fraudes em contabilidade: análise crítica introdutiva- geral e específica. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011.
SÁ, A. L; HOOG, W. A. Z. Corrupção, fraude e contabilidade. Curitiba: Juruá, 2005.
SILVA, A. H. C; CARDOZO, J. S. S; SANCOVSCHI, M.; CONDÉ, R. A. D. Teoria dos escândalos corporativos: uma análise comparativa de casos brasileiros e norte-americanos. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 105-108, jan./abr., 2012.
WELLS, J. T. Principles of fraud examination. 2. ed. New Jersey: Wiley, 2008.
WOLFE, D. T.; HERMANSON, D. R. The fraud diamond: considering the four elements of fraud. The CPA Journal, dez. 2004.
WUERGES, A. F. E.; BORBA, J. A. Fraudes contábeis: uma estimativa da probabilidade de detecção. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 16, n. 52, p. 466-483, jul./set. 2014.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista de Contabilidade da UFBA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution CC-BY-NC após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.