Manifestações da cultura afrodiaspórica: um diálogo entre o tempo e os processos de transmissão de saberes

Autores

  • Flavia Pimentel Lopes Futata

DOI:

https://doi.org/10.9771/pcr.v14i2.44210

Palavras-chave:

Tempo espiralar, Manifestações da cultura popular, Ancestralidade

Resumo

Este artigo pretende questionar a ideia de que as manifestações da cultura popular de matriz africana, constitutivas de nosso patrimônio cultural junto com as celebrações e rituais ameríndios, são mantenedoras de uma tradição longínqua e celebram uma ancestralidade apartada do corpo e localizada no passado. A partir da noção de tempo espiralar, que se expressa em diversos elementos estéticos destas manifestações, retoma-se alguns dos princípios constitutivos de uma cosmovisão africana – especificamente bantu – relacionados ao modo como percebem a ancestralidade e a passagem do tempo. Faz-se ainda uma crítica à ideia de que as escolas e demais espaços institucionais de educação são os lugares privilegiados de transmissão de conhecimento em detrimento das comunidades tradicionais da cultura afrodiaspórica.

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Biografia do Autor

Flavia Pimentel Lopes Futata

Cientista social com mestrado em Educação pela FE_USP e póes-graduação em Gestão Cultural Contemporânea pelo Instituto Singularidades/Itaú Cultural.

Referências

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Publicado

2021-10-05

Como Citar

Futata, F. P. L. (2021). Manifestações da cultura afrodiaspórica: um diálogo entre o tempo e os processos de transmissão de saberes. Políticas Culturais Em Revista, 14(2), 184–196. https://doi.org/10.9771/pcr.v14i2.44210