Lugares epistêmicos
ética, transformação e descolonização na educação em arquitetura
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.58346Palavras-chave:
Epistemologia, ética, educação, arquitetura e urbanismo, África do SulResumo
Após o fim do Apartheid na África do Sul, muitas áreas de conhecimento ainda não conseguiram se desvincular completamente das estruturas coloniais, especialmente em termos de ética e epistemologia. Os protestos estudantis de 2015/16 destacaram a imperiosa necessidade considerar o "giro ético" e uma transformação epistemológica nos campos do design a partir de das questões colocadas pelo giro decolonial. Argumento que é que são necessários múltiplos lugares curriculares e intervenção na área da arquitetura, com ênfase em uma compreensão mais profunda da ética e da epistemologia. Isso é particularmente necessário em áreas do currículo de arquitetura, como história e teoria da arquitetura, que exercem uma influência profunda no ensino e na aprendizagem. Neste artigo, examino minuciosamente a estrutura, hierarquia e relações do conhecimento disciplinar na educação arquitetônica, com o objetivo de identificar oportunidades de intervenção epistêmica. Além disso, investigo como é possível introduzir de maneira favorável conhecimentos "não ocidentais" e "não incluídos no currículo" originários do Sul Global nas condições atuais, com o fim de explorar como esses conhecimentos podem enraizar-se de forma mais ampliada em toda a área da arquitetura, na direção de um 'novo normal'. No contexto sul-africano, essas questões ampliam as noções de justiça social após o Apartheid, com foco na “justiça epistêmica” ou “cognitiva”, com ênfase na construção de conhecimento sólido e relevante para uma sociedade qualitativamente mais humana.