Cidades de Sísifo
urbanismo colonial e contingência
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v3i0.60553Palavras-chave:
Cidade Colonial, Colonização, Utopia, Contingência, NaturezaResumo
Este artigo estuda o tipo de racionalidade que estaria em jogo no processo de fundação das cidades coloniais na América. Pretende-se estabelecer que a conquista-urbana do século XVI não seria a materialização de uma suposta razão clássico-cartesiana, nem mesmo a condição de possibilidade do sonho de ordenamento total do real. Pelo contrário, a dinâmica de urbanização obedeceria a critérios práticos e necessidades conjunturais que buscavam dar resposta às condições de vulnerabilidade que os conquistadores enfrentaram. Essa hipótese é demonstrada ao se descrever o fenômeno do nomadismo dos complexos urbanos hispano-americanos, estudado por Alain Musset. Essa pesquisa evidencia que a cidade colonial foi o resultado de uma série de fatos imprevistos e que o poder colonizador sempre esteve condicionado pelas realidades contingentes e pelas práticas específicas de castelhanos e indígenas.