Trajetórias do Hip Hop e da questão racial brasileira
alguns apontamentos
DOI:
https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.58354Palavras-chave:
Hip Hop, Racismo, Antirracismo, SegregaçãoResumo
Este ensaio apresenta uma análise da trajetória do Hip Hop nas últimas décadas no Brasil e sua relação com o debate da questão racial. Nosso objetivo é compreender como o Hip Hop se constitui como um instrumento de combate à inscrição espacial do racismo nas cidades brasileiras. Nossa metodologia envolve análise bibliográfica e produção musical dos/das cantores/as de rap que fazem leituras sobre a questão social brasileira. Nossa hipótese é que o Hip Hop tem sido utilizado como instrumento de luta contra diversas formas de opressão dos grupos silenciados e subalternizados da sociedade brasileira. Desta forma, apresentamos como o Hip Hop se constituiu, como se mundializou e se territorializou no Brasil, tensionando o histórico processo de segregação do espaço de base racial. Posteriormente, analisamos as transformações das práticas do Hip Hop e as tensões nas formas de apropriação cultural, especialmente com a ascensão da extrema direita e a difusão do discurso de ódio no país. Por último, analisamos como o Hip Hop tem sido utilizado nos enfrentamentos às distintas formas de opressão no atual período pandêmico.