“Quem pode ser dono da morada de deuses?”

Terra, terreno, terreiro

Autores

  • Thiago de Azevedo Pinheiro Hoshino CCONS / UFPR, MALOCA / UNILA

DOI:

https://doi.org/10.9771/lj.v2i0.55956

Palavras-chave:

terreiros, patrimônio cultural, posse e propriedade, diáspora negra, antropologia do direito

Resumo

O que acontece quando orixás, ancestrais e espíritos extrapolam os muros dos terreiros e passam assentar-se em documentos e órgãos burocráticos? Quando (ar)riscam ponto não apenas na metrópole, mas também na arquitetura das instituições? O artigo explora a contaminação recíproca entre nomos (o mundo normativo do Estado) e axé (o mundo normativo afroatlântico), a partir do processo de tombamento da Casa Branca do Engenho Velho (Salvador/BA), primeiro templo de candomblé patrimonializado em nível federal, na década de 1980. Ao longo do conflito (fundiário e ontológico) travado pela manutenção da morada dos deuses negros, imaginações contrastantes acerca da terra (e sua reconversão em chão) e da nação (na multiplicidade de seus enredos) cohabitam não apenas nos discursos e práticas do povo de santo, mas em mitologias e ritos de funcionários públicos, despossuindo os sentidos da cidade, dos direitos, das heranças e dos patrimônios.

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Publicado

2023-08-29

Como Citar

HOSHINO, T. de A. P. “Quem pode ser dono da morada de deuses?”: Terra, terreno, terreiro. Laje, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 132–165, 2023. DOI: 10.9771/lj.v2i0.55956. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/laje/article/view/55956. Acesso em: 17 ago. 2024.