Hibridismo, Consistência e Processos de Significação na Música Modernista de Villa-Lobos

Autores

  • Rodolfo Coelho de Souza Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto

DOI:

https://doi.org/10.9771/ictus.v11i2.34371

Resumo

A análise do Rudepoema, peça chave na produção de Villa-Lobos, demonstra sua técnica no uso de coleções simétricas no contexto pós-tonal, seguindo o caminho aberto por Debussy e Stravinsky. Suas conquistas podem ser comparadas às de Bartók na Hungria no que diz respeito à utilização do folclore brasileiro na linguagem modernista. Todavia a dissecação dos materiais revela um uso intensivo e inesperado de transformações motívicas e temáticas que se prestam à unificação da estrutura em blocos predominante. Deste processo de integração resulta uma forma híbrida de grande envergadura que sintetiza as funções formais da forma sonata com o caráter seccional dos conjuntos de variações. Este tropo de formas pode ser chamado de sonata-variações. Villa-Lobos também recupera a alternância de significações tópicas, característica do período clássico, para conseguir um processo de desenvolvimento da forma e, ao mesmo tempo, sugerir interpretações de exotismo do almejado público parisiense. Colorindo o discurso com tópicas contrastantes, Villa-Lobos nos permite correlacionar os materiais aos sentidos de “civilizado” e “selvagem”, uma oposição entre dois campos tópicos que representava um tema favorito das culturas francesa e brasileira daquele período.

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Publicado

2011-08-10

Edição

Seção

Convidados