Música e Transe na Bahia As nações de candomblé abordadas numa perspectiva comparativa

Autores

  • Xavier Vatin UFBA

DOI:

https://doi.org/10.9771/ictus.v3i0.34218

Palavras-chave:

Música

Resumo

No dia 16 de agosto de 1992, piso pela primeira vez o chão de uma terra com a qual sempre sonhei. Há uma hora na Bahia, graças � s indicações fornecidas pelo Prof. Ricardo Canzio, encontro-me com um velho senhor de olhar penetrante: Pierre Fatumbí Verger, então com 89 anos, me faz descobrir extraordinárias fotografias da África e do Brasil. Assim tenho o privilégio de conhecer pessoalmente este pioneiro dos estudos afrobrasileiros e de compartilhar a vida das pessoas do bairro popular onde ele vive. Alguns dias depois, assisto pela primeira vez a uma cerimônia de candomblé. Um menino sentado ao meu lado entra numa violenta crise convulsiva, solta vários gritos e começa uma dança singular enquanto os tambores e as cantigas atingem um paroxismo sonoro. Esta cena será para mim o ponto de partida de pesquisas dentro de um universo místico onde, pela música, espiritualidade e sensualidade se misturam intimamente. Candomblé é o termo predominantemente usado na Bahia para designar os grupos religiosos que apresentam um conjunto de práticas rituais originárias da África. Estes grupos divididos em nações - termo que supõe determinar suas origens étnicas e culturais - caracterizam- se por um sistema de crenças em divindades chamadas santos (em português), orixás (em ioruba), voduns (em fon) ou inquices (palavra de origem banto). Tais crenças são associadas ao fenômeno do transe de possessão , considerado pelos membros do grupo como a incorporação da divindade no iniciado ritualmente preparado para recebê-la.

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Publicado

2006-06-04

Edição

Seção

Artigos