Samba de Roda do Recôncavo Baiano: obra-prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade

Autores

  • Raiana Maciel Unesp

DOI:

https://doi.org/10.9771/ictus.v13i1.34412

Resumo

O samba de roda é uma manifestação coreográfica, poética e musical presente em todo o Estado da Bahia, particularmente, na região do Recôncavo Baiano. Em 2004, o samba de roda do Recôncavo Baiano foi proclamado pelo IPHAN Patrimônio Cultural do Brasil. Posteriormente, em 2005, tornou-se Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, título declarado pela UNESCO. Com vistas a garantir a sua valorização e continuidade, foi implementada no universo do samba de roda, a política federal de salvaguarda. Dessa maneira, a partir de uma abordagem etnomusicológica da manifestação, essa pesquisa teve como objetivo verificar os principais impactos da política de salvaguarda no contexto sociocultural musical do samba de do Recôncavo Baiano, procurando identificar as contribuições e as possíveis desvantagens dessa política para a manifestação segundo a óptica nativa. O trabalho teve como suporte metodológico amplo estudo bibliográfico que abordou produções em Etnomusicologia, Antropologia e áreas afins ao foco do estudo, assim como documentos da UNESCO, do IPHAN e do Ministério da Cultura. Além do estudo bibliográfico, foi realizada uma pesquisa de campo, junto aos grupos de samba de roda, que contemplou a coleta de dados através de observação participante, realização de entrevistas, e registros fotográficos e em vídeo. A partir da etnografia realizada nessa pesquisa, foi possível observar mudanças no samba de roda que foram influenciadas, direta e indiretamente, pela política de salvaguarda. Dentre os impactos observados pode-se ressaltar a afirmação da Associação dos Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia; a formação e a reativação de grupos de samba de roda no Recôncavo; a crescente necessidade de profissionalização dos grupos e a consequente inserção de novos elementos na música, como instrumentos considerados não “tradicionais”.

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Publicado

2014-01-30

Edição

Seção

Artigos