O ETHOS DA GOVERNADORA FÁTIMA BEZERRA:
UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-DISCURSIVAS EM DUAS DIFERENTES MÁQUINAS MIDIÁTICAS
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.v11i1.52522Palavras-chave:
Ethos, política, Ethé.Resumo
A ausência de mulheres em cargos políticos de poder resguardou o espaço público aos homens brancos heteronormativos, que sempre estiveram no poder no Brasil. Fátima Bezerra, eleita em 2018, ao governo do Rio Grande do Norte, até então, havia mantido discreta a sua intimidade. Entretanto, um assunto atípico chamou a atenção da mídia, recentemente. A manifestação do governador do Rio Grande do Sul ao se revelar “gay” direcionou olhares para a única governadora do Brasil que, até então, tinha resguardado a sua orientação sexual ao âmbito privado. A repercussão desse fato resultou em uma entrevista à Marie Claire (2021), na qual a própria Fátima Bezerra constrói a sua imagem, revelando suas faces ou identidades, que se confundem, em alguns momentos, entre o público e o privado. Como destaca Biroli (2014, p. 32), “na modernidade, a esfera pública estaria baseada em princípios universais, na razão e na impessoalidade, ao passo que a esfera privada abrigaria as relações de caráter pessoal e íntimo”. Almejamos, com o presente estudo, identificar o ethos da governadora Fátima Bezerra, por meio das respostas dadas à entrevista da revista Marie Claire (2021). Com isso, pretendemos, ainda, examinar as estratégias linguístico-discursivas utilizadas pela governadora na construção da sua imagem. Dentre as identidades ressaltadas por Bezerra, buscamos apreender aquelas ligadas aos ethé de credibilidade, por meio do discurso da razão, e às relacionadas ao ethé de identificação, pelo discurso do afeto, cf. Charaudeau (2008).
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Referências
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias; tradução Angela M. S. Corrêa. 2. ed., 2a reimpressão. São Paulo: Contexto, 2006.
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