O ETHOS DA GOVERNADORA FÁTIMA BEZERRA:

UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-DISCURSIVAS EM DUAS DIFERENTES MÁQUINAS MIDIÁTICAS

Autores

  • Adriano Menino Macedo Junior UERN - universidade do Estado do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0001-6367-1088
  • Verônica Palmira Salme de Aragão UERN - universidade do Estado do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v11i1.52522

Palavras-chave:

Ethos, política, Ethé.

Resumo

A ausência de mulheres em cargos políticos de poder resguardou o espaço público aos homens brancos heteronormativos, que sempre estiveram no poder no Brasil. Fátima Bezerra, eleita em 2018, ao governo do Rio Grande do Norte, até então, havia mantido discreta a sua intimidade. Entretanto, um assunto atípico chamou a atenção da mídia, recentemente. A manifestação do governador do Rio Grande do Sul ao se revelar “gay” direcionou olhares para a única governadora do Brasil que, até então, tinha resguardado a sua orientação sexual ao âmbito privado. A repercussão desse fato resultou em uma entrevista à Marie Claire (2021), na qual a própria Fátima Bezerra constrói a sua imagem, revelando suas faces ou identidades, que se confundem, em alguns momentos, entre o público e o privado. Como destaca Biroli (2014, p. 32), “na modernidade, a esfera pública estaria baseada em princípios universais, na razão e na impessoalidade, ao passo que a esfera privada abrigaria as relações de caráter pessoal e íntimo”. Almejamos, com o presente estudo, identificar o ethos da governadora Fátima Bezerra, por meio das respostas dadas à entrevista da revista Marie Claire (2021). Com isso, pretendemos, ainda, examinar as estratégias linguístico-discursivas utilizadas pela governadora na construção da sua imagem. Dentre as identidades ressaltadas por Bezerra, buscamos apreender aquelas ligadas aos ethé de credibilidade, por meio do discurso da razão, e às relacionadas ao ethé de identificação, pelo discurso do afeto, cf. Charaudeau (2008).

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Biografia do Autor

Adriano Menino Macedo Junior, UERN - universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Bacharelado em Farmácia pelo Centro Universitário Natalense - UNICEUNA (2020).Com experiência em Epidemiologia e Saúde Pública e microbiologia, atuando em trabalhos de pesquisa como: Perfis Epidemiológicos da Saúde Pública, surtos, epidemias e pandemias, ocasionadas por microrganismos. Discente no curso de Letras - Língua Portuguesa, na UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - RN. Com experiência em Metodologia Científica.

Verônica Palmira Salme de Aragão, UERN - universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Doutora em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas) pela UFRJ, com tese intitulada "A construção do ethos da presidente Dilma Rousseff em charges jornalísticas" (2013). Mestra em Língua portuguesa pela UFF, com dissertação intitulada "O não-dito construído pelo viés do humor nas charges" (2006). Graduada em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, pela UFRJ (2004). Especialista em "Estudo de texto: leitura, produção textual e ensino de português", pela mesma Universidade. Professora adjunta IV, em Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Vernáculas, da UERN, desde 2008. Coordena a pesquisa intitulada "Discurso, gênero e política à luz da Teoria Semiolinguística do discurso", Pibic/Cnpq/UERN. Ministra a disciplina obrigatória "Texto e ensino", no Mestrado Profissional em Letras - PROFLETRAS (desde 2018). Atualmente, inclui o Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem/PPCL/UERN/Mossoró. Integra o Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários (GPELL/UERN). Tem experiência na área de Letras, com ênfase na Análise Semiolinguística do Discurso, atuando principalmente com os seguintes temas: ensino de língua portuguesa, discurso político, discurso midiático, humor, ethos, charges, gênero e relações étnico-raciais.

Referências

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CHARAUDEAU, Patrick. Discurso político; Trad. Fabiana Komesu e Dilson Ferreira da Cruz. 2ª ed., São Paulo: Contexto, 2008a.

CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso: modo de organização. [coordenação da equipe de tradução Angela M. S. Corrêa & Ida Lúcia Machado. 2ª ed., 3ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2008b.

CORTÊS, Natacha. Fátima Bezerra: “Nós, mulheres, não devemos nos contentar em ser a exceção”. Marie Claire, 2021. Disponível em: https://revistamarieclaire.globo.com/Feminismo/Politica/noticia/2021/10/fatima-bezerra-nos-mulheres-nao-devemos-nos-contentar-em-ser-excecao.html.

MIGUEL, Felipe Miguel; BIROLI, Flavia. Feminismo e política. São Paulo: Boitempo, 2014

REDAÇÃO. Jean Wyllys critica Eduardo Leite, recém-assumido gay, por apoio a Bolsonaro. Diário do Nordeste, 2021.

TORRES, Bebeto. Governadora Fátima Bezerra volta a errar no styling. Território livre, 2021. Disponível em: http://blog.tribunadonorte.com.br/territoriolivre/governadora-fatima-bezerra-volta-a-errar-no-styling/.

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Publicado

2023-06-23

Como Citar

MACEDO JUNIOR, A. M.; SALME DE ARAGÃO, V. P. O ETHOS DA GOVERNADORA FÁTIMA BEZERRA: : UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-DISCURSIVAS EM DUAS DIFERENTES MÁQUINAS MIDIÁTICAS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 11, n. 1, 2023. DOI: 10.9771/rf.v11i1.52522. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/52522. Acesso em: 5 out. 2024.