A CASA AGORA É CAMPUS: RECONFIGURAÇÕES DO TRABALHO DOMÉSTICO-FAMILIAR NA PANDEMIA DE COVID 19 NA VIVÊNCIA DE MULHERES ACADÊMICAS

Autores

  • Talita Melgaço Fernandes Universidade Federal de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-6245-5498
  • Paula Vielmo Instituto Federal da Bahia, Campus Barreiras https://orcid.org/0000-0002-3743-4801
  • Chirlene Oliveira de Jesus Pereira Universidade Federal da Bahia
  • Gabriela Cardoso Moreira Marques Universidade do Estado da Bahia
  • Silvia Lúcia Ferreira Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v10i1.50006

Palavras-chave:

Mulheres, Covid-19, Raça, Trabalho, Universidade

Resumo

A divisão sexual e racial do trabalho é tema de vasta discussão nos estudos de gênero, dada a sua importância para entender o posicionamento dos indivíduos nas relações sociais. Este artigo tem por objetivo analisar como a pandemia da COVID-19 reconfigurou o trabalho doméstico-familiar a partir das vivências de mulheres acadêmicas em relação às atividades de ensino, pesquisa e extensão. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo discursivo, na qual procura-se nos discursos quadros de sentido sobre dada realidade, no caso, a relação controversa entre covid-19 e vivência universitária remota, domiciliar. Analisam-se as três dimensões: ensino e aprendizado; pesquisa; e extensão. Identifica-se limites nada convencionais para este trabalho realizado no espaço doméstico, por força da pandemia, quando se mesclam o público e privado, manual e intelectual, reconfigurando estes espaços.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Talita Melgaço Fernandes, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bacharela em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB). Pesquisa as pautas políticas, de gênero, raça, e saúde sexual e reprodutiva. É ativista no Movimento Pela Humanização do Parto e do Nascimento e também doula atuante em Belo Horizonte - MG.

Referências

BIROLI, F. Gênero e desigualdades: os limites da democracia no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Gabinete do Ministro. Portaria nº 544, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus - Covid-19, e revoga as Portarias MEC nº 343, de 17 de março de 2020, nº 345, de 19 de março de 2020, e nº 473, de 12 de maio de 2020. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 2020a. p. 62. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-544-de-16-de-junho-de-2020-261924872. Acesso em 20 de mai. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Universidade Federal da Bahia. Conselho Universitário. Resolução nº 04/2020. Dispõe sobre a atipicidade dos semestres letivos 2020-1 e 2020-2 no que se refere à integralização curricular, sobre o caráter especial do semestre 2021.1 e dá outras providências. Salvador, Bahia: Conselho Universitário, 2020b. Disponível em: https://ufba.br/sites/portal.ufba.br/files/resolucoes/resolucao_consuni_04.20202-signed.pdf. Acesso em 20 de mai. 2021.

COLLINS, P. H. Towards a politics of empowerment. In: COLLINS, P. H. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. 2. ed. New York: Routledge, 2002.

CORONAVÍRUS BRASIL. Painel Coronavírus. [Online]. Brasília: Ministério da Saúde, 23 junho de 2021. Disponível em: https://covid.saude.gov.br. Acesso em: 24 jun. 2021.

CRENSHAW, K. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Revista Estudos Feministas. Ano 10, n.1, p. 171-188, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/mbTpP4SFXPnJZ397j8fSBQQ/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 20 de mai. 2021.

EURICO, M; GONÇALVES, R.; FORNAZIER, T. Racismo e novo pacto da branquitude em tempos de pandemia: desafios para o Serviço Social. Serviço Social & Sociedade, n. 140, p. 84-100, jan-abr 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/sssoc/n140/0101-6628-sssoc-140-0084.pdf. Acesso em 30 abr. 2021.

FAUSTINO, D. M.; GONÇALVES, R. A nova pandemia e as velhas relações coloniais, patriarcais e racistas do capitalismo brasileiro. Revista Lutas Sociais, v. 24, n. 45, 2020. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/53009/34772. Acesso em 30 abr. 2021.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

FURNO, J. et al. Boletim especial gênero: as mulheres na pandemia. Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa - IREE: 2021. Disponível em: https://iree.org.br/wp-content/uploads/2021/03/BOLETIM-ESPECIAL-DO-IREE-SOBRE-GE%CC%82NERO-V2.pdf. Acesso em 28 de jun de 2021.

GONZALEZ, L. Cultura, Etnicidade e Trabalho: Efeitos Lingüísticos e Políticos da Exploração da Mulher. 8o. Encontro Nacional da Latin American Studies Association. Pittsburg, 1979.

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje. Anpocs. p.223-244, 1984. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acesso em: 20 de mai. 2021.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cp/v37n132/a0537132.pdf. Acesso em: 20 mai. 2021.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017.

LEMOS, A. H. C.; BARBOSA, A. de O.; MONZATO, P. P. Mulheres em home office durante a pandemia da covid-19 e as configurações do conflito trabalho-família. Revista de Administração de Empresas, v. 60, n. 6, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rae/a/9WS6pYzLdhWY6qWwDXTKTsN/?lang=pt&format=pdf. Acesso em 03 jun. 2021.

LOYOLA, M. A. Covid-19: uma agenda de pesquisa em torno das questões de gênero. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 30, n. 3, e300312, 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/physis/2020.v30n3/e300312/pt. Acesso em 30 abr. 2021.

MENDONÇA, R. F.; GUIMARÃES, P. S. Enquadramento: diferentes operacionalizações analíticas de um conceito. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27, n. 79, p. 187- 201, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/ptZ9Qp9Qn7n7PdZDJZZXv3L/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 de mai. 2021.

RAGO, M. Epistemologia Feminista, Gênero e História. In: PEDRO, J. M.; GROSSI, M. P. (orgs.), Masculino, Feminino, Plural. Florianópolis: Editora das Mulheres, 1998, p. 21-42.

UFBA - Universidade Federal da Bahia. UFBA EM MOVIMENTO, Bahia: 2020. Disponível em: https://ufbaemmovimento.ufba.br/. Acesso em: 20 de maio. 2021.

Downloads

Publicado

2022-07-07

Como Citar

FERNANDES, T. M.; VIELMO, P. .; PEREIRA, C. O. de J. .; MARQUES, G. C. M. .; FERREIRA, S. L. . A CASA AGORA É CAMPUS: RECONFIGURAÇÕES DO TRABALHO DOMÉSTICO-FAMILIAR NA PANDEMIA DE COVID 19 NA VIVÊNCIA DE MULHERES ACADÊMICAS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 10, n. 1, 2022. DOI: 10.9771/rf.v10i1.50006. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/50006. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos