A (RE) INVENÇÃO DA MULHER POLÍTICA SUBMISSA: GÊNERO E SUBALTERNIZAÇÃO FEMININA NA ERA BOLSONARO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v10i2%20e%203.49659

Palavras-chave:

Mulheres álibi, direitos sociais e reprodutivos, colonialidade, capitalismo

Resumo

O ensaio problematiza as mulheres no bolsonarismo. Critica o papel e as discursividades das Ministras de Estado (Tereza Cristina e Damares Alves) na dupla função político-econômica e ideológica reprodutora de linhas abissais e colonialidades do poder, ser e gênero responsáveis por recrudescer as estruturas conservadoras da sociedade brasileira e as subjunções ao mercado econômico. Valendo-se do referencial pluriepistêmico feminista, discute os obstáculos à participação feminina na política e evidencia que mulheres álibis, performando políticas masculinistas, não representam as pautas e lutas por direitos e justiça social no país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiana Aparecida de Carvalho, Universidade Estadual de Maringá

Professora Adjunta no Departamento de Educação Física da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Licenciada em Educação Física (UEM), Mestra e Doutora em Educação (UEM). Linhas de Pesquisa: Gênero – Corpo – Sexualidade – Interseccionalidades, Educação Física e Cultura(s), Prática Pedagógica e Formação Docente. E-mail: cassiacfurlan@gmail.com

Cássia Cristina Furlan, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Professora Adjunta no Departamento de Educação Física da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Licenciada em Educação Física (UEM), Mestra e Doutora em Educação (UEM). Linhas de Pesquisa: Gênero – Corpo – Sexualidade – Interseccionalidades, Educação Física e Cultura(s), Prática Pedagógica e Formação Docente. E-mail: cassiacfurlan@gmail.com

Referências

ALMEIDA, Carla; LÜCHMANN, Lígia; RIBEIRO, Ednaldo. Associativismo e representação política feminina no Brasil. Rev. Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 8, p.237-263, mai./ago. 2012.

BIROLI, Flávia. Gênero e política no noticiário das revistas semanais brasileiras: ausências e estereótipos. Cadernos Pagu, Campinas, n. 34, p.269-299, jan./jun. 2010.

_____. Uma mulher foi deposta: sexismo, misoginia e violência política. In: RUBIM, Linda; ARGOLO, Fernanda (Orgs.). O golpe na perspectiva de gênero. Salvador: Edufba, 2018. p. 75-84.

BRASIL. Lei Nº 9.100, de 29 de setembro de 1995. Estabelece normas para a realização das eleições municipais de 3 de outubro de 1996. Brasília, DF, 1995. Disponível em: <https://bityli.com/uQvH5>. Acesso em 04 fev. 2021.

______. Lei Nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Brasília, DF, 1997. Disponível em: < https://bityli.com/nOm9C>. Acesso em 04 fev. 2021.

______. Emenda Constitucional nº 97, de 05 de outubro de 2017. Altera a Constituição Federal para vedar as coligações partidárias nas eleições. Disponível em: <<https://bityli.com/s6gyw>. Acesso em 04 fev. 2021.

______. Decreto Nº 10.252, de 20 de fevereiro de 2020. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Incra. Brasília, DF, 2020. Disponível em: < https://bityli.com/a1vqP>. Acesso em 04 fev. 2021.

______. Decreto Nº 9.883, de 27 de junho de 2019. Dispõe sobre o Conselho Nacional de combate à discriminação. Brasília, DF, 2019. Disponível em: <https://bityli.com/WAKs3>. Acesso em 04 fev. 2021.

______. Portaria Nº 457, de 10 de fevereiro de 2021. Institui Grupo de Trabalho para realização de Análise Ex Ante da Política Nacional de Direitos Humanos. Brasília, DF, 2021. Disponível em: <https://bityli.com/K5sWL>. Acesso em 04 fev. 2021.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

______. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

CASTRO, Susana de. O feminismo decolonial. CULT. Dossiê Aníbal Quijano, o mundo a partir da América Latina, n. 248, p.30-34, ago. 2019.

CERQUEIRA-NETO, Sebastião P. G. Epistemologias do Sul e a nova geografia: por uma geografia popular no encontro entre Milton Santos e Boaventura de Sousa Santos. Cronos: Revista da Pós-Grad. em Ciências Sociais, UFRN, Natal, v. 18, n. 1, p.68-88, jan./jun. 2017.

COMIN, Jaqueline Teodoro. Mulheres e política institucional em Mato Grosso do Sul: a relação entre o social e o constitucional. Dissertação (Mestrado em Sociologia), Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2019. 178 f.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. 13ª. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

______. Microfísica do Poder. 11ª. ed., Rio de Janeiro: Graal, 1997.

GERBARA, Ivone. As mulheres do Governo Bolsonaro prestam um desserviço ao feminismo. 2019. Disponível em: < https://bityli.com/h4Jwk>. Acesso em: 14. Fev. 2021.

GROSSI, Miriam Pillar. MIGUEL, Sonia Malheiros. Transformando a diferença: as mulheres na política. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, n. 9, p.167-206. 2001.

IBGE. Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. Acesso em 13 abr. 20120.

INOCÊNCIO; Adalberto Ferdnando; GALETTI, Camila Carolina Hildebrand. Gênero e neoliberalismo: uma cartografia do lugar da mulher na política brasileira das novas direitas. Rev. Eletrônica Interações Sociais, Rio Grande, v. 4, n. 1, p. 62-78, jan./jun. 2020.

LUGONES, María. Heterosexualism and the Colonial/Modern Gender System. Hypatia, São Paulo, v. 22, n.1, p.186–209. 2007.

______. Subjetividad esclava, colonialidad de género, marginalidad y opresiones múltiples. Pensando los feminismos en Bolivia: Serie Foros 2. 1ª ed. La Paz, Conexión Fondo de Emancipación, 2012, p.129-140.

MACHADO-PINHEIRO, Rosana. Amanhã vai ser maior – o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual. São Paulo: Planeta, 2019.

MARANHÃO Fº., Eduardo Meinberg de Albuquerque; DE FRANCO, Clarissa. “Menino veste azul e menina, rosa”: Educação Domiciliar e as ideologias de gênero e gênesis de Damares Alves, a “ministra terrivelmente cristã” dos Direitos Humanos. Rev. Brasileira de História das Religiões, ANPUH, Maringá, v.12, n. 35, p. 297-337, Set./Dez. 2019.

MEDEIROS; Rosa Maria; RIBEIRO, Eduardo Magalhães. O papel da mulher na agricultura familiar: dois estudos de caso. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 5, n. 1, abr., p. 01-14. 2011.

MIGUEL, Luiz Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

MONJANE, Boaventura. ‘Há uma linha abissal’: reflexões sobre as epistemologias do Sul e a audácia de as cantar. Rev. Internacional de Filosofia y teoria social: utopía y praxis latino-americana, Maracaíbo, v. 24, n. 86, p.227-233, jul./set. 2019.

NAVAZ, Liliana Suárez. Colonialismo, gobernabilidad y feminismos poscoloniales. In: NAVAZ, Liliana Suárez; CASTILLO, Rosalva Aída Hernandez. Descolonizando o feminismo: teorias y prácticas desde los márgenes. Universidad de Valencia: Catedra Ediciones, 2008. p.24-68.

QUIJANO. Aníbal. El regreso del futuro y las cuestiones del conocimiento. Rev. Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n.61, dez., p. 63-77. 2001.

______. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 84-130.

RUBIN, Gaye. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 2ª. ed. Porto: Edições Afrontamento, 2002.

______. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Novos estudos – CEBRAP, São Paulo, n. 79, p.71-94, nov. 2007.

______. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2010.

______. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, 2020.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SCOTT, Joan. Gênero – uma categoria útil de análise. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.

SEGATO, Rita Laura. O tempo na obra de Aníbal Quijano. CULT. Dossiê Aníbal Quijano, o mundo a partir da América Latina, n. 248, p.26-30, ago. 2019.

SILVA, Maria do Socorro Borges da. Entre as linhas abissais do pensamento e da formação, pensando práticas de educar em direitos humanos que atravesse o muro das violências e das exclusões. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, v. 22, n. 36, p.104-122, jan./jul. 2017.

SAU, Victoria. Diccionario ideológico feminista – Vol. I. Barcelona: Icaria Editorial S/A, 1981.

TIBURI, Marcia. Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2016.

TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Estatísticas eleitorais. Disponível em: <https://bityli.com/KAx0H>. Acesso em: 2 nov. 2020.

VASQUEZ, Ana Carolina Brandão. Fascismo e o conto de Aia: a misoginia como política de Estado. Rev. Katál., Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 597-606, set./dez. 2019.

VERGÈS, Françoise. Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

Downloads

Publicado

2023-01-03

Como Citar

CARVALHO, F. A. de; FURLAN, C. C. A (RE) INVENÇÃO DA MULHER POLÍTICA SUBMISSA: GÊNERO E SUBALTERNIZAÇÃO FEMININA NA ERA BOLSONARO. Revista Feminismos, [S. l.], v. 10, n. 2 e 3, 2023. DOI: 10.9771/rf.v10i2 e 3.49659. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/49659. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Ensaios