DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E PODER POLÍTICO NA BOLÍVIA: CONTRADIÇÕES NO CONTEXTO HISTÓRICO DO NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v12i2.48218

Palavras-chave:

Bolívia. Estudos de Gênero. Direitos Humanos. América Latina. Novo Constitucionalismo Latino-Americano.

Resumo

O presente artigo delineia o contexto de conquistas em direitos humanos e políticos para as mulheres bolivianas a partir da transição para o novo constitucionalismo latino-americano em contraposição aos constantes episódios públicos de violências de gênero e política contra esses mesmos corpos. Trata-se de um estudo desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica e de bases teóricas advindas das teorias críticas e descoloniais do direito, bem como dos estudos de gênero. A partir dessa reflexão, questiona-se o campo da conquista formal de direitos para as mulheres em uma análise conceitual e empírica, fazendo-se um recorte de violência de gênero de cunho político ocorrida em meio aos protestos de 2019 na Bolívia. Esse episódio demonstra resquícios históricos da violência dos períodos de autoritarismo da região e revela estruturas coloniais e patriarcais em plena vigência no Estado Plurinacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

FLAVIA HARDT SCHREINER, UFSM

Defensora Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO). Doutoranda em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Gênero, Mulheres e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Minha linha de investigação é oriunda de uma formação teórica nos estudos de gênero e na teoria crítica do direito. Grande área temática: Direitos Humanos.

Referências

ABOUZEID, Rania. Mulheres na conquista de poder político. National Geographic. Portugal, 12 ago. 2020. Disponível em: <https://nationalgeographic.pt/historia/grandes-reportagens/2503-mulheres-na-lideranca-politica>. Acesso em: 20 mar. 2021.

ALVAREZ-URÍA, Fernando. El reconocimiento de la humanidad: España, Portugal y América Latina en la génesis de la modernidad. Madrid: Ediciones Morata, 2015.

ANSALDI, Waldo. A democracia na América Latina: um projeto arredio e equivocado. In: REIS, Tiago Siqueira Reis et al (Org.). Coleção história do tempo presente, v. 2, Editora da UFRR: Boa Vista, 2020, p. 15-31.

ANSALDI, Waldo; GIORDANO, Verónica. América Latina: la construcción del orden. Tomos I e II. Buenos Aires: Ariel, 2012.

ARCHENTI, Nélida; ALBAINE, Laura. O Feminismo na política. Paridade e violência política de gênero na América Latina. In: Cadernos Adenauer XIX (2018), n.1, Participação política feminina na América Latina, Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2018.

BIROLI, Flávia. In: #Brasil5050. Websérie documental. ONU Mulheres. Brasil, 04 out. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nZVQMpTfRas>. Acesso em: 12 nov. 2020.

BOLÍVIA. Constitución Política del Estado. Promulgada em 7 de fevereiro de 2009. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/12319/8741>. Acesso em: 23 fev. 2021.

BOLÍVIA. Ley N° 243. Contra el acoso y violencia política a las mujeres. Promulgada em 28 de maio de 2012. Disponível em: <http://www.diputados.bo/leyes/ley-n%C2%B0-243>. Acesso em: 26 fev. 2021.

COSTA, Malena. El pensamiento Jurídico feminista en America Latina. Escenarios, contenidos y dilemas. Gênero & Direito. n. 2, 2014, p. 24-35. Disponível em: <http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/ged/article/view/20416/11680>. Acesso em: 03 fev. 2019.

CORREAS, Óscar. ¿Kelsen y el pluralismo jurídico? Crítica Jurídica Revista Latinoamericana de Política, Filosofía y Derecho, n. 32, 2013, p. 581-591.

CRENSHAW, Kimberlé Williams. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, 1989, p.139-167.

FACIO, Alda. Hacia otra teoría crítica del derecho. El Otro Derecho, Bogotá, n. 36, 2007, s/p. Disponível em <http://www.flacso.org.ec/docs/safisfacio.pdf>. Acesso em 06 fev. 2021.

FEMENIAS, María Luisa; ROSSI, Paula Soza. Poder y violência sobre el cuerpo de las mujeres. Sociologias, v. 11, n. 21, 2009, p. 42-65.

FLORES, Joaquín Herrera. A (re)invenção dos direitos humanos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009.

GALINDO, María. La revolución feminista se llama Despatriarcalización. En Descolonización y despatriarcalización de y desde los feminismos de Abya Yala. España: Asociación para la Cooperación con el Sur, 2015, p. 27-50.

GIORDANO, Verónica. Instantáneas del camino de los derechos políticos femeninos en la construcción del orden en América Latina. Revista ciencias sociales, n. 82, 2012, p. 61-65.

hooks, bell. Love as the practice of freedom. In: Outlaw Culture. Resisting Representations. Traduzido por NASCIMENTO, W. F. Nova Iorque: Routledge, 2006, p. 243-250.

IHRC (International Human Rights Clinic at Harvard Law School).“No Justice for Me”: Femicide and Impunity in Bolivia. Harvard, 2019.

LEONEL JÚNIOR, Gladstone; VILLALBA PÉREZ, Gabriel. Bolívia: una pandemia dentro de un golpe. Crítica jurídica y política en Nuestra América. La contradicción entre soberanías: sobre el golpe boliviano. CLACSO: Buenos Aires, n.3, ago. 2020, p. 31-43.

LESGART, Cecilia. En los conceptos públicos anidan las batallas políticas: Bolivia, ¿es un golpe? Revista Bordes, Buenos Aires, nov. – jan. , 2019, p. 73-81.

MOLINA PETIT, Cristina. Dialéctica feminista de la ilustración. Barcelona: Antropos, 1994.

RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Violencias (re)encubiertas en Bolivia. La Paz: La mirada salvaje, 2010.

Downloads

Publicado

2024-11-04

Como Citar

HARDT SCHREINER, F. DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E PODER POLÍTICO NA BOLÍVIA: CONTRADIÇÕES NO CONTEXTO HISTÓRICO DO NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO. Revista Feminismos, [S. l.], v. 12, n. 2, 2024. DOI: 10.9771/rf.v12i2.48218. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/48218. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos