EXPERIMENTAÇÕES DE UMA CLÍNICA FEMINISTA NA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL: EFEITOS DE UMA NOMEAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.v11i1.45016Resumo
O presente artigo objetiva problematizar os efeitos da nomeação do programa de extensão universitária “Clínica Feminista na Perspectiva da Interseccionalidade”. Colocando em questão o nome e sobrenome do programa, o artigo traz uma reflexão acerca do que seria uma clínica dita feminista, atentando para a não universalização da categoria ‘mulher’, ancorado em uma perspectiva descolonial. Nesta direção, o conceito de interseccionalidade é fundamental à leitura da conexão entre distintas estruturas de opressão na escuta das mulheres em situação de violência de gênero. Já o vocábulo Clínica alude ao arranjo grupal do qual temos nos valido e aponta as possibilidades de acionar o caráter coletivo dos processos de subjetivação. Desse modo, buscamos afirmar uma prática clínica entendida como necessariamente política, na medida em que comprometida com a desconstrução das opressões limitantes – impostas pelo nosso tempo – às possibilidades de existência.
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