A NATURALIZAÇÃO DE DISCURSOS MACHISTAS: REFLEXÕES SOBRE O COTIDIANO E O ENFRENTAMENTO DA OPRESSÃO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v11i1.43948

Resumo

O presente trabalho consiste em uma reflexão crítica sobre como foram e ainda são construídas e mantidas as relações de gênero, o patriarcado, o machismo e a própria afirmação da masculinidade de forma opressora. Utilizamos revisão de literatura, pesquisa documental e análise de notícias midiáticas com a finalidade de sumarizar materiais que abordam essa temática e seus efeitos no cotidiano. Sendo assim, este material aborda a contextualização histórica e cultural do machismo e do patriarcado, considerando desigualdades de gênero historicamente construídas; apresentamos também alguns discursos de ódio propagados pelas mídias, bem como discursos naturalizados de objetificação do corpo da mulher e, por fim, buscamos apresentar meios que possam auxiliar para que essa cultura seja gradativamente enfraquecida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luani Akemi Furyama, Universidade Paranaense

Bacharelado e Licenciatura em Psicologia pela Universidade Paranaense, com ênfase em Processos Psicossociais. Formada com Láurea Acadêmica. Atualmente Residente em Urgência e Emergência HUM/UEM (2022-2024)

Barbara Anzolin, Universidade Paranaense - UNIPAR

Mestra pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Especialista em Avaliação Psicológica pelo SAPIENS Instituto de Psicologia/UNIFIL. Bacharel em Psicologia pela Universidade Paranaense - UNIPAR/Campus Cascavel. Experiência de trabalho com Psicologia Social, Psicologia Jurídica e Psicologia da Saúde. Tem produção científica na área de Prevenção e Promoção de Saúde, Sexualidade, Gênero e Diversidade LGBT, Violência e Execução Penal.

Fabiola Ferreira Buck Barroso, Universidade Paranaense - UNIPAR

Graduação em andamento em Psicologia. Universidade Paranaense, UNIPAR, Brasil. Cursando 5.º ano de Bacharelado em Psicologia, com ênfase em Processos Psicossociais 

Melissa Jhully Gutierrez, Universidade Paranaense - UNIPAR

Cursando 5.º ano de Bacharelado em Psicologia, com ênfase em Processos Psicossociais

Referências

ADICHIE, C. N. Para educar crianças feministas: um manifesto. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora Companhia das Letras, 2017.

AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. 1. ed. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ARADILLAS, A. Mártires do machismo cristão: ‘A Igreja foi e é machista’. Dom Total, [s. l], 4 nov. 2019. Religião. Disponível em: https://domtotal.com/noticia/1399659/2019/11/martires-do-machismo-cristao-a-igreja-foi-e-e-machista/. Acesso em: 10 set. 2020.

ARAÚJO, P. Padre de MT diz que menina de 10 anos 'compactuou com o estupro' e depois pede desculpas. G1, Mato Grosso, 20 ago. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2020/08/20/padre-de-mt-diz-que-menina-de-10-anos-compactuou-com-o-estupro-e-depois-pede-desculpas.ghtml. Acesso em: 10 set. 2020.

ARPINI, N. Menina de 11 anos fica grávida após estupro no ES. G1, Espírito Santo, 28 ago. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2020/08/28/menina-de-11-anos-fica-gravida-apos-estupro-no-norte-do-es.ghtml. Acesso em: 10 set. 2020.

BADINTER, E. XY Sobre a identidade masculina. 1.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 266p.

BARROS, D. M. de. Educar para desobediência. Estadão, [s. l], 28 abr. 2015. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/daniel-martins-de-barros/educar-para-desobediencia/. Acesso em: 2 out. 2020.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 492p.

BRASIL. Código Penal. In: ______. Vade Mecum. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília: MS, 2004. 82 p.

CAMPOS, A. A. A cultura do estupro como método perverso de controle nas sociedades patriarcais. Rev. Espaço Acadêmico, [s. l.], v. 16, n. 183, p. 1- 13, ago. 2016.

CARVALHO, G. D. de; FÁVERO, M.; GOMES, V.; SANTOS, V. M. M (org.). Dicionário de Educação Sexual, Sexualidade, Gênero e Interseccionalidades. 20. ed. Florianópolis: Editora Udesc, 2019. p. 9-326.

CERQUEIRA, A. B; SOUZA, P. C. M de; JESUS JÚNIOR, G. de. Violência simbólica: mulheres machistas e a reprodução da cultura de dominação masculina. In: COLÓQUIO DO MUSEU PEDAGÓGICO, 10., 2013, [S. l.]. Anais [...]. [S. l.]: UESB, 2013. p. 2607-2618.

CHAVES, F. N. A mídia, a naturalização do machismo e a necessidade da educação em direitos humanos para comunicadores. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE, 14., 2015, Manaus. Anais [...]. São Paulo: Intercom, 2015.

CHEVITARESE, L; PEDRO, R. M. L. R. Da sociedade disciplinar à sociedade de controle: a questão da liberdade por uma alegoria de Franz Kafka, em O Processo, e de Phillip Dick, em Minority Report. Estudos da Sociologia, Recife, v. 1, n. 8, p. 129-162, 2002.

CONNELL, R. W.; MESSERSCHMIDT, J. W. Masculinidade Hegemônica: repensando o conceito. Rev. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, jan./abr. 2013.

DELPHY, C. Patriarcado. In: HIRATA, H. et al. (org.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: UNESP, 2009. p. 173-179.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. Michel Foucault: uma trajetória filosófica (para além do estruturalismo e da hermenêutica). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

GILMORE, D. Culturas de la Masculinidad. In: CARABÍ. A.; ARMENGOL, J. M. (org.). La masculinidad a debat. Barcelona: Icaria, 2008. p. 33-45.

HOHENDORFF, J. V. Como escrever um artigo de revisão de literatura. In: KOLLER, S. H.; COUTO, M. C. P. P.; HOHENDORFF, J. V. (org.). Manual de Produção Científica. Porto Alegre: Penso, 2014. p. 39-54.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.

______. The Will to Change: men, masculinity, and love. New York: Atria Books, 2004.

JÁCOME, J. R. Servidora do Pronto Socorro diz que criança de 10 anos “gozou durante 4 anos” ao ser estuprada pelo tio. O Juruá em Tempo, Cruzeiro do Sul, 21 ago. 2020. Disponível em: https://www.juruaemtempo.com.br/2020/08/21/servidora-do-pronto-socorro-diz-que-crianca-de-10-anos-gozou-durante-4-anos-ao-ser-estuprada-pelo-tio/. Acesso em: 20 set. 2020.

JESUS, J. G. de. Orientações sobre Identidade de Gênero: conceitos e termos. 2. ed. Brasília: EDA, 2012.

JURKEWICZ, R. S. (org.). Teologias fora do armário: teologia, gênero e diversidade sexual. Jundiaí: Max Editora, 2019.

KIMMEL, M. Los estudios de la masculinidad: una introducción. In: CARABÍ. A.; ARMENGOL, J. M. (org.). La masculinidad a debat. Barcelona: Icaria, 2008. p. 15-31.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Petrópolis: vozes, 1997.

MARTELLI, A. C.; GARCIA, D. A. (org.). Gênero e sexualidades em tempos de (re)existência. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. p. 33-63.

MICHAELIS. [S. l.]. MACHISMO. Editora Melhoramentos, [2020]. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/machismo/. Acesso em: 8 nov. 2020.

MÍDIA NINJA. [Sem título]. Instagram, [s. l.], 9 set. 2020. 7 capturas de tela. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CE7oTi9BvwA/?hl=pt-br. Acesso em: 10 set. 2020.

MIRANDA, A. et al. Crime passional: a mulher de vítima a criminosa. Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais, Aracaju, v. 1, n. 2, p. 101-109, mar. 2014.

MOVIMENTO PRÓ-VIDA (Brasil). [Sem título]. [S. l.], 201-. Facebook: movprovida. Disponível em: https://www.facebook.com/movprovida/. Acesso em: 04 nov. 2020.

MULHER culpa menina de 10 anos pela gravidez: “Será que é tão inocente assim?”. Pragmatismo Político, 17 ago. 2020. Disponível em: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/08/mulher-culpa-menina-10-anos-estupro-gravidez.html Acesso em: 20 set. 2020

NOLASCO, S. O mito da masculinidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

O SILÊNCIO dos homens | Documentário completo. [S. l.]: PapodeHomem: Instituto PdH, 29 ago. 2019. 1 vídeo (1 hora). Publicado pelo canal PapodeHomem. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE&list=PLJbhFNO1X8Z32nm9YKO2BKlSwk_1Dct0L&index=8. Acesso em: 20 ago. 2020.

OLIVEIRA, R. C; LIMA, J. C. P; GOMES, R. F. Machismo e discursos de ódio nas redes sociais: uma análise das “opiniões” sobre a violência sexual contra as mulheres. Rev. Feminismos, [s. l.], v. 6, n. 1, p. 67-77, jan./abr. 2018.

OYĚWÙMÍ, O. Conceituando o gênero: os fundamentos eurocêntricos dos conceitos feministas e o desafio das epistemologias africanas. In: HOLLANDA, H. B. (org.). Pensamento Feminista hoje: perspectivas decoloniais. 1. ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.

PRÁXIS. In: DICIO – Dicionário Online de Português. [S. l.: s. n.], [2020].

RAGO, M. Escritas de si, Parrésia e Feminismos. In: VEIGA,N. A.; CASTELO BRANCO, G. (org.). Foucault, Filosofia e Política. Belo Horizonte: Autêntica Editora, p. 251-267, 2011

RICH, A. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Rev. Bagoas – Estudos gays: gêneros e sexualidades, [s. l.], v. 04, n. 05, nov. 2012.

RUBIN, G. O tráfico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. Recife: S.O.S Corpo, 1993. p. 2-32.

SILVA, M. E. F.; BRABO, T. S. A. M. A introdução dos papéis de gênero na infância: brinquedo de menina e/ou de menino? Revista Trama Interdisciplinar, [s. l.], v. 7, n. 3, 2016.

SOARES, A. S. F.; MARTELLI, A. C.; GARCIA, D. A. Gêneros e sexualidades: em tempos de (re)existência. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. 302p.

SWAIN, T. N. Desfazendo o “natural”: a heterossexualidade compulsória e o continuum lesbiano. Rev. Bagoas – Estudos gays: gêneros e sexualidades, [s. l.], v. 04, n. 05, nov. 2012.

'TEMOS que desconstruir o machismo por meio da educação', diz Maria da Penha. [S. l.: s. n;], 22 out. 2019. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Estadão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oJa-60QYeiY&list=PLJbhFNO1X8Z32nm9YKO2BKlSwk_1Dct0L&index=31. Acesso em: 02 out. 2020.

TIBURI, M. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. 7. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

TOMINAGA, A. L. C.; BARROS, A. P. S.; ANZOLIN, B. A violência sexual contra a mulher como produto e produtora das desigualdades de gênero. In: SOARES, A. S. F. Gênero e sexualidades: em tempos de re(sistência). 1.ed. São Carlos: Pedro e João Editores, 2020;

VILLELA, W. Gênero, saúde dos homens e masculinidades. Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 10, p. 29-32, 2005.

WELZER-LANG, D. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 460-482, 2001.

WITTIG, M. El pensamiento heterosexual. In: ______. El pensamiento heterosexual y otros ensayos. Barcelona: Egales, 2005. p. 45-58.

ZANELLO, V. Saúde mental, gênero e dispositivos. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.

______. Violência contra a mulher: o papel da cultura na formação de meninos e meninas. In: VIZA, B. H.; SARTORI, M.; ZANELLO, V. (org.). Maria da Penha vai à escola: educar para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília: TJDFT, 2017. p. 24-38.

Downloads

Publicado

2023-10-16

Como Citar

FURYAMA, L. A.; ANZOLIN, B.; BARROSO, F. F. B.; GUTIERREZ, M. J. A NATURALIZAÇÃO DE DISCURSOS MACHISTAS: REFLEXÕES SOBRE O COTIDIANO E O ENFRENTAMENTO DA OPRESSÃO. Revista Feminismos, [S. l.], v. 11, n. 1, 2023. DOI: 10.9771/rf.v11i1.43948. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/43948. Acesso em: 19 dez. 2024.