Linha da vida feminista e performatividade da esperança numa pesquisa etnográfica
Resumo
Este artigo reflete sobre a linha da vida enquanto teoria e prática feminista, explorando sua potencialidade na geração de dados etnográficos e seus efeitos na construção performativa da esperança. Seu uso enquanto metodologia de pesquisa, motivado pelas experiências das autoras e por pressupostos metodológicos feministas, possibilita uma construção narrativa multimodal e coletiva que enseja efeitos como a tomada de consciência sobre si, a formação de vínculos e a construção de estratégias de ação política. Argumentamos que, enquanto metodologia, a linha da vida permite vislumbrar a costura entre trajetórias textuais, corporais e materiais, e implica numa postura ética de participação e questionamento dos procedimentos de pesquisa, oportunizando uma experiência etnográfica colaborativa.
Palavras-chave: Etnografia; metodologia; feminismo; pragmática.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Katianne de Sousa, 2013, “Linhas da vida: uma metodologia feminista com suporte têxtil”, Anais do Fazendo Gênero 10, Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, em: http://www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1373307562_ARQUIVO_LINHASDAVIDA-UMAMETODOLOGIAFEMINISTACOMSUPORTETEXTIL.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018.
AUTORA, 2002.
AUTORA, 2016.
AUTORAS, 2017a.
AUTORAS, 2017b.
AUTORA, 2018.
AUTORA, 2019.
AVRAMOPOULOU, Eirini, 2017, “Hope as a performative affect: feminist struggles against death and violence”, Subjectivity, 10 (3), 276–293.
BAUMAN, Richard; BRIGGS, Charles, 1990, “Poetics and performance as critical perspectives on language and social life”, Annual Review of Anthropology, 19, 59-88.
BORBA, Rodrigo, 2014, (Des)aprendendo a “ser”: trajetórias de socialização e performances narrativas no Processo Transexualizador, Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
BUCHOLTZ, Mary, 2000, “The Politics of Transcription”, Journal of Pragmatics, 32, 1439-1465.
BUSCH, Brigitta, 2017, “Biographical approaches to research in multilingual settings”, em: Marilyn Martin-Jones, Deirdre Martin (eds.), Researching multilingualism. Critical and ethnographic perspectives. London e New York, Routledge, p. 46-59.
BUTLER, Judith, 1997, Excitable speech: a politics of the performative. New York, Routledge.
BUTLER, Judith, 1999, Gender trouble: feminism and the subversion of identity. 2. ed. New York, Routledge.
CAMERON, Deborah, 1995, Verbal hygiene. London, Routledge.
CAMERON, Deborah et al., 1993, “Ethics, advocacy and empowerment: issues of method in researching language”, Language and communication, 13 (2), 81-94.
CAMERON, Deborah et al., 1992, Researching language: issues of power and method. London, Routledge.
CAMURÇA, Silvia, 2007, “‘Nós Mulheres’ e nossa experiência comum”, Cadernos de Crítica Feminista, (ano I), 1-8.
COSTA, Suely Gomes, 2006, “Linhas da vida e associativismos feministas: ‘a voz das mulheres’”, Anais do Fazendo Gênero 7, Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, em: http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/fg7/artigos/S/Suely_Gomes_Costa_40.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018.
DEVAULT, Marjorie L., 1999, Liberating Method: Feminism and Social Research. Philadelphia, Temple University Press.
FONOW, Mary Margaret; COOK, Judith A., 1991, Beyond methodology, feminist scholarship as lived research. Bloomington and Indianopolis, Indiana University Press.
HARAWAY, Donna, 1995, “Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”, trad. Mariza Correa, Cadernos Pagu, 5, 7-41.
HARDING, Sandra, 1987, “Introduction: Is there a feminist method?”, em Sandra Harding (ed.), Feminism & methodology. Indianapolis, Indiana University, 1-14.
HESSE-BIBER, Sharlene Nagy, 2012, Handbook of feminist research. Thousand Oaks, Sage publications.
KUHN, Thomas S., 2005, A estrutura das revoluções científicas, trad. Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 9. ed. São Paulo, Perspectiva.
LIMA, Maria José de, 1988, “Linha da vida ou grupo de autoconsciência: uma reflexão sobre a ótica feminista”, em Fempress-Brasil (org.), Como trabalhar com mulheres. Petrópolis, Vozes, 35-49.
LINTON, Rhoda, 1997, “Rumo a um método feminista de pesquisa”, em: Alison M. Jaggar e Susan R. Bordo (eds.), Gênero, corpo, conhecimento. Trad. Brítta Lemos de Freitas. Rio de Janeiro, Record e Rosa dos Tempos, 293-314.
LÖWY, Ilana, 2000, “Universalidade da ciência e conhecimentos ‘situados’”, trad. José Valter Arcanjo da Ponte, Cadernos Pagu, 15, 15-38.
OCHS, Elinor; CAPPS, Lisa, 1996, “Narrating the self”, Annual Review of Anthropology, 25, 19-43.
PORTELLA, Ana Paula; GOUVEIA, Taciana, 1999, “Introdução: Feminismo, Educação e Gênero”, em: Ideias e dinâmicas para trabalhar com gênero. Recife, SOS Corpo Gênero e Cidadania, 11-28.
POVINELLI, Elizabeth A., 2011, Economies of abandonment: Social belonging and endurance in late liberalism. Durham & London, Duke University Press.
POVINELLI, Elizabeth A., 2006, The empire of love: Toward a theory of intimacy, genealogy, and carnality. Durham & London, Duke University Press.
RAMAZANOGLU, Caroline; HOLLAND, Janet, 2002, Feminist methodology. Challenges and choices. London, Sage Publications.
STANLEY; Liz; WISE Sue, 1993, Breaking out again: Feminist Ontology and Epistemology. London and New York, Routledge.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autoras/es têm permissão e são estimuladas/os a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.