A FEMINIZAÇÃO DO CUIDADO E A SOBRECARGA DA MULHER-MÃE NA PANDEMIA
Resumo
O gênero como uma interpretação social do sexo biológico elaborou para homens e mulheres funções distintas dentro da sociedade e do lar. Por sua vez, a maternidade foi historicamente construída como um destino biológico da mulher, atribuindo a ela um amor maternal oblativo, voluntariamente ofertado para o cuidado dos filhos, da família e de outros que necessitem. Desta forma conceitos como a “ética do cuidado” e o “dispositivo materno” tornam-se relevantes para compreender tal naturalização da feminilização do cuidado. Neste sentido, a posição que a mulher ocupa na sociedade evidenciou-se durante a pandemia de Coronavirus, que também trouxe à tona as diferenças entre as classes sociais e o racismo estrutural. Assim, este artigo analisa a construção histórica dos papéis de gênero afim de refletir sobre o cuidado como parte da sobrecarga materna das brasileiras na pandemia.
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