A pesquisa científica a partir de olhares feministas

Autores

  • Gabriela Maria Farias Falcão de Almeida Universidade Federal de Pernambuco

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de trazer à tona reflexões sobre o que se constitui fazer uma ciência feminista, algo que, segundo o modelo cartesiano predominante no Ocidente, não  seria possível. Recorro ao pensamento de estudiosas preocupadas com a produção  do conhecimento, tais como Sandra Harding, Uma Narayan, Cecília Sardenberg, dentre outras. Diante dos dualismos característicos da ciência tradicional, que opõem razão versus emoção, objetivo versus subjetivo, masculino versus feminino, as autoras provocam reflexões sobre a pseudoneutralidade da produção do conhecimento científico. Frente a isso, trata-se de uma revisão bibliografia que tem como intuito estimular o debate sobre o que é fazer pesquisa em campos de estudo feministas e de demais segmentos costumeiramente pouco abordados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriela Maria Farias Falcão de Almeida, Universidade Federal de Pernambuco

É doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Graduada em Ciências Sociais/Bacharelado e Licenciatura pela UFPE e em Comunicação Social/Habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco. Tem pesquisado as áreas de democracia, gênero e movimento feminista.

Referências

BANDEIRA, Lourdes; A contribuição da crítica feminista à ciência. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, 16 (1): 288, janeiro-abril/2008.

ELIAS, Maria Lígia G. G. R. Feminismos, diferenças: uma reflexão sobre pesquisa, categorias analíticas e transformação social. In: MARQUES, Danusa; REZENDE, Daniela; MANO, Maíra Kubík; SARMENTO, Rayza; FREITAS, Viviane Gonçalves (orgs.). Feminismos em Rede. Porto Alegre: Zouk, 2019.

HARDING, Sandra. Introduction: is there a feminist method? In: HARDING, Sandra (ed.). Feminism and methodology. Bloomington and Indianapolis, USA: Indiana University Press, 1987a.

HARDING, Sandra. Conclusion: Epistemological questions. In: HARDING, Sandra (ed.). Feminism and methodology. Bloomington and Indianapolis, USA: Indiana University Press, 1987b.

HARDING, Sandra. Introduction: Standpoint theory as a site of political, philosophic, and scientific debate. In: HARDING, Sandra (Ed.). The feminist standpoint theory reader. New York, London: Routdledge, 2004.

HIRSCH, Elizabeth; OLSON, Gary A. Começando por Vidas Marginalizadas: uma conversa com Sandra Harding. Que Cazzo é Esse??! Blog de Teoria e Metodologia das Ciências Sociais, 2009. Disponível em: <https://quecazzo.blogspot.com/2009/12/comecando- por-vidas-marginalizadas-uma_20.html >. Acesso em: 25 jul. 2018.

KELLER, Evelyn Fox. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu (27), julho-dezembro de 2006, p. 13-34. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/cpa/n27/32137.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.

KELLER, Evelyn Fox. Reflexiones sobre gênero e ciência. Valencia: Instituto Alfons el Magnanim, 1991. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018.

LÖWY, Ilana. Universalidade da ciência e conhecimentos “situados”. Cadernos Pagu (15), 2000, p. 15-38. Disponível em:

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=51340>. Acesso em: 24 set. 2018.

MAFFIA, Diana. Crítica feminista à ciência. In: In: COSTA, Ana Alice A.; SADENBERG, Celcília M. B. (orgs.). Feminismo, Ciência e Tecnologia. Salvador, Redor/NEIM-FFCH/UFBA, 2002. In: In: COSTA, Ana Alice A.; SADENBERG, Celcília M. B. (orgs.). Feminismo, Ciência e Tecnologia. Salvador, Redor/NEIM- FFCH/UFBA, 2002.

MILLS, C. Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

MONNERAT, Alessandra. “Teto de vidro” na ciência: apenas 25% na categoria mais alta do CNPq são mulheres. Revista Gênero e Número, Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2017. Disponível em: <http://www.generonumero.media/2mulheres-representam-metade-da-producao-cientifica-no-brasil-mas-sao-apenas-25-em-categoria-mais-alta-do-cnpq/>. Acesso em: 07 jun. 2020.

NARAYAN, Uma. O projeto de epistemologia feminist: perspectivas de uma feminist não ocidental. In: JAGGAR, Alison M.; BORDO, Susan (orgs.). Gênero, corpo, conhecimento. Rio de Janeiro: Record/Rosa dos Tempos, 1997.

SADENBERG, Cecília M. B.. Da crítica feminista à ciência a uma ciência feminista? In: COSTA, Ana Alice A.; SADENBERG, Cecília M. B. (orgs.). Feminismo, Ciência e Tecnologia. Salvador, Redor/NEIM-FFCH/UFBA, 2002.

SCHIENBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Bauru, SP: EDUSC, 2001. SILVA, Carmen. Feminismo popular e lutas antissistêmicas. Recife: SOS Corpo, 2016.

SMITH, Dorothy E. Women´s perspective as a radical critique of Sociology. In: HARDING, Sandra (ed.). Feminism and methodology. Bloomington and Indianapolis, USA: Indiana University Press, 1987.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Como Citar

ALMEIDA, G. M. F. F. de. A pesquisa científica a partir de olhares feministas. Revista Feminismos, [S. l.], v. 8, n. 2, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/37407. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos