DOMICÍLIOS CHEFIADOS POR MULHERES E POBREZA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE 2011 A 2015

Autores

  • Andrezza Luiza Batista Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa http://orcid.org/0000-0002-2774-8305
  • Lorena Vieira Costa Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa

Resumo

Apesar da elevação do número de domicílios chefiados por mulheres ao longo dos anos, estes são usualmente relatados como os mais prováveis de viverem em condição de pobreza. Diante disso, buscando contribuir para este debate, no presente estudo, verificou-se se o fato de um domicílio ser chefiado por mulher eleva sua probabilidade de fazer parte dos 5% mais pobres do Brasil. Busca-se, também, averiguar quais características do domicílio, do seu chefe e do local onde vivem afetam tal probabilidade. Para esta finalidade, estimou-se um Modelo de Mínimos Quadrados Ordinários para dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2011 a 2015.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andrezza Luiza Batista, Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2017), Mestre em Economia Aplicada (2019) e Doutoranda em Economia Aplicada pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Universidade Federal de Viçosa.

 

Lorena Vieira Costa, Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa

Graduada em Gestão do Agronegócio (2010), Mestre em Economia Aplicada (2012) e Doutora em Economia Aplicada (2016) pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa.

Referências

ARAÚJO, V. F.; RIBEIRO, E. P. Diferenciais de Salários por Gênero no Brasil: Uma Análise Regional. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 33, n.2, p. 196-217, 2002.

ARIAS, E.; PALLONI, A. Prevalence and patterns of female-headed households in Latin America. Center for Demography and Ecology, University of Wisconsin--Madison, 1996.

BARROS, R.; FOX, L.; MENDONGA, R. Poverty among Female-Headed Households in Brazil. Investment in women’s human capital, p. 345, 1995.

BARROS, R.; FOX, L.; MENDONCA, R. Female-headed households, poverty, and the welfare of children in urban Brazil. Economic Development and Cultural Change, v. 45, n. 2, p. 231–257, 1997.

BRADSHAW, S.; CHANT, S.; LINNEKER, B. Gender and poverty: what we know, don’t know, and need to know for Agenda 2030. Gender, Place & Culture, v. 24, n. 12, p. 1667–1688, 2017.

BUVINIĆ, M.; GUPTA, G. R. Female-headed households and female-maintained families: are they worth targeting to reduce poverty in developing countries? Economic development and cultural change, v. 45, n. 2, p. 259–280, 1997.

CAVENAGHI, S.; ALVES, J. E. D. Mulheres chefes de família no Brasil: Avanços e desafios. Rio de Janeiro: ENS-CPES, 2018. 120 p.; 21 cm (Estudos sobre Seguro, nº 32)

CEPAL, N. U. Report of the Subregional Preparatory Meeting for South America: Towards the Ninth Session of the Regional Conference on Women in Latin America and the Caribbean. 2004. Disponível em:< https://repositorio.cepal.org/handle/11362/16578>. Acesso em: 20 ago. 2018.

COSTA, F. Á. DE O.; MARRA, M. M. Famílias brasileiras chefiadas por mulheres pobres e monoparentalidade feminina: risco e proteção. Revista Brasileira de Psicodrama, v. 21, n. 1, p. 141–153, 2013.

FISHER, B.; NAIDOO, R. The geography of gender inequality. PloS one, v. 11, n. 3, p. e0145778, 2016.

FREISLEBEN, V.; BEZERRA, F. M. Ainda existe discriminação salarial contra as mulheres no mercado de trabalho da região Sul do Brasil? Evidências para os anos de 1998 e 2008. Revista Cadernos de Economia, v. 16, n. 30/31, p. 51–65, 2012.

FUWA, N. The poverty and heterogeneity among female-headed households revisited: the case of Panama. World development, v. 28, n. 8, p. 1515–1542, 2000.

GALEAZZI, I. M. S. Mulheres trabalhadoras: a chefia da família e os condicionantes de gênero. Mulher e trabalho, v. 1, 2001.

IBGE - Índice Brasileiro de Geografia e Estatística. Séries históricas e estatísticas. 2018. Disponível em: <https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=1&no=4&nome=regioes-metropolitanas >. Acesso em: 14 set. 2018.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Conceitos: PNAD. 2019. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/conceitos.shtm>. Acesso em: 14 jan. 2019.

JONES, J. P.; KODRAS, J. E. Restructured regions and families: The feminization of poverty in the US. Annals of the Association of American Geographers, v. 80, n. 2, p. 163–183, 1990.

KAGEYAMA, A.; HOFFMANN, R. Pobreza no Brasil: uma perspectiva multidimensional. Economia e Sociedade, v. 15, n. 1, p. 79–112, 2006.

KLASEN, S.; LECHTENFELD, T.; POVEL, F. A feminization of vulnerability? Female headship, poverty, and vulnerability in Thailand and Vietnam. World Development, v. 71, p. 36–53, 2015.

LAVINAS, L.; NICOLL, M. Atividade e vulnerabilidade: quais os arranjos familiares em risco? Dados-Revista de Ciências Sociais, v. 49, n. 1, 2006.

LIU, C.; ESTEVE, A.; TREVIÑO, R. Female-headed households and living conditions in Latin America. World Development, v. 90, p. 311–328, 2017.

MARCONDES, M. M.; PINHEIRO, L.; QUEIROZ, C.; QUERINO, A. C.; VALVERDE, D.; FRANÇA, D., SOTERO, E. C.. 2013. “Dossiê Mulheres Negras: Retrato Das Condições de Vida Das Mulheres Negras No Brasil.” Brasília : Ipea, 2013. 160 p.

MCLANAHAN, S.; BOOTH, K. Mother-only families: Problems, prospects, and politics. Journal of Marriage and the Family, p. 557–580, 1989.

MCLAUGHLIN, D. K.; SACHS, C. Poverty in female-headed households: Residential differences. Rural Sociology, v. 53, n. 3, p. 287, 1988.

MDS - Ministério Do Desenvolvimento Social E Combate À Fome. Cadernos de Estudos: Desenvolvimento Social em Debate. 162 p. 2015. Disponível em: https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/portal/index.php?grupo=53>. Acesso em: 27 jun. 2018.

MEDEIROS, M.; COSTA, J. Is there a feminization of poverty in Latin America? World Development, v. 36, n. 1, p. 115–127, 2008.

MILAZZO, A.; DE WALLE, D. Women left behind? Poverty and headship in Africa. The World Bank, 2015.

MONTOYA, Á. J. A.; TEIXEIRA, K. M. D. Multidimensional Poverty in Nicaragua: Are Female-Headed Households Better Off? Social Indicators Research, v. 132, n. 3, p. 1037–1063, 2017.

OBSERVATÓRIO BRASIL DA IGUALDADE DE GÊNERO. Impacto Da Crise Sobre as Mulheres. Brasília: Ipea: SMP: OIT. 2009.

QUISUMBING, A. R.; HADDAD, L.; PEÑA, C. Are women overrepresented among the poor? An analysis of poverty in 10 developing countries. Journal of Development Economics, v. 66, n. 1, p. 225–269, 2001.

RAMOS, L.; VIEIRA, M. L. Determinantes da Desigualdade de Rendimentos no Brasil nos Anos Noventa: Discriminação, Segmentação e Heterogeneidade dos Trabalhadores. Texto para Discussão, n. 803, 2001.

SABÓIA, A. L.; SOARES, C. O conceito de chefia nas pesquisas domiciliares através do recorte por sexo e presença do cônjuge-uma contribuição à discussão da" feminização da pobreza". Revista Gênero, v. 4, n. 2, p. 53–71, 2004.

SILVA, P. L. DO N.; PESSOA, D. G. C.; LILA, M. F. Análise estatística de dados da PNAD: incorporando a estrutura do plano amostral. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, p. 659–670, 2002.

SNYDER, A. R.; MCLAUGHLIN, D. K. Female-headed families and poverty in rural America. Rural Sociology, v. 69, n. 1, p. 127–149, 2004.

SNYDER, A. R.; MCLAUGHLIN, D. K.; FINDEIS, J. Household composition and poverty among female-headed households with children: Differences by race and residence. Rural Sociology, v. 71, n. 4, p. 597–624, 2006.

UNITED NATIONs. 1995. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/pdf/beijing%20full%20report%20e.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2018.

UNDP – United Nations Development Program. 2018. Disponível em: <http://www.undp.org/content/undp/en/home/sustainable-development-goals.html>. Acesso em: 15 jun., 2018.

Downloads

Publicado

2020-11-10

Como Citar

BATISTA, A. L.; COSTA, L. V. DOMICÍLIOS CHEFIADOS POR MULHERES E POBREZA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE 2011 A 2015. Revista Feminismos, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/36446. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos