A “IMORALIDADE” DAS MULHERES NEGRAS E OS PARADOXOS DO PATRIARCADO - BRASIL SÉC. XIX
Resumo
Um projeto elitista, inspirado no Iluminismo francês, pretendia construir uma nação civilizada nos trópicos que fosse capaz de conciliar civilização e escravidão. Esse modelo de nação para a Brasil manteve o patriarcado como referência das hierarquias de gênero, de modo que aquelas que os “homens de letras” chamavam de “belo sexo”, ou seja, as mulheres da aristocracia branca ou socialmente branca deveriam aprender padrões de comportamentos civilizados para a manutenção das relações escravistas dentro de suas casas, com o intuito de reduzir os conflitos e prepararem-se para a eminente extinção do tráfico e da escravidão. Mas, nem sempre o discurso patriarcal deu conta das complexas relações de poder estabelecidas entre senhores(as) e escravos(as). O discurso que trata da imoralidade das escravizadas, ao mesmo tempo em que estereotipava, criminalizava e hipersexualizava as mulheres negras, também revelava o incômodo que elas causavam para a família católica. O mesmo corpo que estava exposto a várias formas de violências, inferiorizado e estigmatizado também era capaz de expor os paradoxos do patriarcado e as inversões cotidianas forjadas por essas mulheres.
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