GÊNERO E TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS DISCURSOS DO BANCO MUNDIAL E DA OIT
Resumo
O objetivo do artigo é analisar as diferentes concepções sobre igualdade de gênero nas relações de trabalho a partir de um estudo comparativo entre duas organizações internacionais, a Organização Internacional do Trabalho e o Banco Mundial. Para isso, o estudo faz uso do método de análise de discurso sobre as trajetórias institucionais das Organizações e dois documentos principais: os relatórios Women, Business and the Law (Banco Mundial, 2018) e World Employment and Social Outlook: Trends for Women (OIT, 2018). Portanto, busca-se identificar e comparar quais paradigmas feministas estão presentes e quais são suprimidos nos discursos, nas agendas e recomendações da OIT e do Banco Mundial. Além de uma breve articulação entre as teorias dominantes das Relações Internacionais e as teorias feministas da área, nas quais as Organizações em estudo estão postas.
Downloads
Referências
AGUIAR, Diana. As redes feministas transnacionais e as Organizações internacionais: diferentes Visões do processo de desenvolvimento. Cena Internacional, vol. 9, nº 1, pp. 140-165. 2007.
BANCO MUNDIAL. Women, Business and the Law 2018. [online] Disponível em: http://documents.worldbank.org/curated/en/926401524803880673/Women-Business-and-the-Law-2018
Acesso em: Agosto de 2018.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARVALHO, Tássia Camila de Oliveira; RIBEIRO, Renata Albuquerque; SILVA, Danielle Costa da. A Análise de Conteúdo de pronunciamentos oficiais como Metodologia interpretativa da Política Externa Brasileira. Revista Eletrônica de Ciência Política, vol. 6, n. 2, p. 346 – 363. 2015.
CORRÊA, Sonia; ALVES, José Eustáquio Diniz; JANNUZZI, Paulo de Martino. Direitos e saúde sexual e reprodutiva: marco teórico-conceitual e sistema de indicadores. In: CAVENAGHI, Suzana (Org.). Indicadores municipais de saúde sexual e reprodutiva, Rio de Janeiro: ABEP, Brasília: UNFPA, 2006, pp. 27-62.
DANTAS, Aline Chianca; LEITE, Alexandre César Cunha. A análise de discurso como abordagem metodológica nas Relações Internacionais: a influência do Discurso de Segurança Humana na Política Externa Japonesa. Carta Internacional Publicação da Associação Brasileira de Relações Internacionais, v. 10, n. 2, pp. 163 – 180, julho-dezembro. 2015.
FOUCAULT, Michel. A hipótese repressiva. In: FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1 – A vontade de saber, Rio de Janeiro: Graal, 1998. pp. 19-50.
FRASER, Nancy. A justiça social na globalização. Revista Crítica de Ciências Sociais, Nova Iorque, v.63, pp. 7-20, Outubro. 2002.
HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andrea Ribeiro. Cooperação Funcional. In: HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andrea Ribeiro. Organizações Internacionais – História e Práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. pp. 41-78.
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, São Paulo, v. 26, n. 1, pp. 61-73, junho. 2014.
MIGUEL, Luís Felipe. Teoria política feminista e liberalismo: o caso das cotas de representação. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15, n. 44, pp. 91-102, Outubro. 2000.
MOSER, Caroline O.; TORNQVIST, Annika; BRONKHORST, Bernice Van. Mainstreaming Gender and Development in the World Bank: Progress and Recommendations. Washington D.C.: World Bank, 1999.
ONU Mulheres (Brasil). Conferências Mundiais da Mulher. [online] Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/.
Acesso em: Agosto de 2018.
Organização Internacional do Trabalho. A abordagem da OIT sobre a Promoção da Igualdade de Oportunidades e Tratamento no Mundo do Trabalho. [online] Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_229490/lang--pt/index.htm
Acesso em: Agosto de 2018.
Organização Internacional do Trabalho. World Employment and Social Outlook: Trends for Women 2018. [online] Disponível em: https://www.ilo.org/global/research/global-reports/weso/trends-for-women2018/WCMS_619577/lang--en/index.htm
Acesso em: Agosto de 2018.
PEREIRA, João Márcio Mendes. O Banco Mundial como ator político, intelectual e financeiro (1944-2008). Tese (doutorado em História). Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009. 386.
PIERUCCI, Antônio Flávio. A diferença faz diferença, ou: a produtividade social da diferença. In: PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença, São Paulo: PPGS-FFLCH-USP/Ed. 34, 2000. pp. 119 49.
RIBEIRO, Dillyane de Sousa. Gênero e Desenvolvimento na perspectiva do Banco Mundial: a instrumentalização das mulheres para a realização da agenda neoliberal. Monografia (bacharel em Direito). Faculdade de Direito, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. 88.
SILVA, M.D.C. . A equidade de gênero na agenda de desenvolvimento do Banco Mundial. In: XXIX Simpósio Nacional de História da Anpuh: contra os preconceitos: História e Democracia., 2017, Brasília, Distrito Federal. Anais do XXIX Simpósio Nacional de História - contra os preconceitos: história e democracia, 2017. Disponível em: https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502852384_ARQUIVO_AEQUIDADEDEGENERONAAGENDAPOLITICADOBANCOMUNDIAL.pdf
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, pp. 71-99, julho-dezembro. 1995.
SCOTT, Joan W. O enigma da igualdade. Estudos Feministas, Florianópolis v. 13, n. 1, pp. 11-30, janeiro-abril. 2005.
TEIXEIRA, Marilane. O desmonte trabalhista e previdenciário: reinventando novas formas de desigualdades entre os sexos. [online] Disponível em: https://www.fes-brasil.org/publicacoes/?tx_digbib_digbibpublicationlist%5BpageIndex%5D=5
Acesso em: Abril de 2018.
TEIXEIRA, Marilane Oliveira. O que gera e perpetua a segregação, a discriminação e as desigualdades salariais. In: LEONE, Eugenia Troncoso; KREIN, José Dari; TEIXEIRA, Marilane Oliveira (Orgs.). Mundo do Trabalho das Mulheres – ampliar direitos e promover a igualdade. São Paulo: Sec. Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres/Campinas: Unicamp IE Cesit, 2017. pp. 107-24.
THOME, Candy Florencio. O Princípio da Igualdade em Gênero e a Participação das Mulheres nas Organizações Sindicais de Trabalhadores. Tese (doutorado em Direito). Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. 344.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, pp. 460-482. 2001.
WHITWORTH, Sandra. Gender, international relations and the case of the ILO. Review of International Studies, Cambridge, v. 20, n. 4, pp. 389-405, Outubro. 1994.
YANNOULAS, Silvia Cristina. Dossiê: Políticas Públicas e relações de gênero no mercado de trabalho. CFEMEA/FIG-CIDA Projeto Relações de Gênero no Mundo do Trabalho: Direitos e Realidades, Brasília, 2002.
ZABALA, I.E. La perspectiva de género en los análisis y en las políticas del Banco Mundial: su evolución y sus limites. Tese (doutorado em Economia Aplicada) Faculdade de Ciências Econômicas e Empresariais, Universidade do País Basco, Bilbau, 2005. 473.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autoras/es que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autoras/es mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
2. Autoras/es têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autoras/es têm permissão e são estimuladas/os a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.