GÊNERO, RAÇA E CLASSE: um olhar interseccional sobre a violência simbólica no cotidiano da universidade

Autores

  • Lorena Karla Costa Bezerra Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Resumo

Resumo

A presente investigação tem como objetivo compreender as representações que três mulheres – membros da chapa Sem Temer – do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) têm a respeito das violências simbólicas sofridas ou presenciadas no cotidiano da universidade. Adotou-se o conceito de nó (imbricação de gênero, raça e classe) na esteira dos estudos feministas da interseccionalidade. As três interlocutoras em questão são marcadas pelas posições de “mulher”, de “negra” e de “trabalhadora”. Sob essa perspectiva teórica, a pesquisa foi realizada pela observação participante durante seis meses e uma entrevista. Em suma, percebeu-se que assédios sexuais e morais no ambiente universitário estão atrelados às formas combinadas de racismo e sexismo,dentro do contexto capitalista, bem  a “classe” aparece ligada a privações simbólicas e materiais quanto à permanência na universidade.

 

Palavras-chave: feminismo; interseccionalidade; violência simbólica; mulheres negras.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lorena Karla Costa Bezerra, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Graduada em ciências sociais (bacharelado) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Participo do Grupo de Estudos Culturais da UERN (GRUESC) e sou bolsista do Programa de Educação Tutorial em Ciências Sociais ( PETCIS) na UERN.

Referências

Referências bibliográficas

BIROLI, Flávia. Gênero, classe, raça: opressões cruzadas e convergências na reprodução das desigualdades. Mediações – Revista de Ciências Sociais, Londrina, 2015. V.20,n.2.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
____________. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. S.A, 1989.
____________. A economia das trocas simbólicas. São Paulo:Perspectiva, 2015
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Disponível em https://www.geledes.org.br/enegrecer-o-feminismo-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-partir-de-uma-perspectiva-de-genero/. Acessado em 03 de Julho de 2018.
DA MATTA, Roberto. “O ofício do etnólogo, ou como ter “anthropological blues”, in E. O. NUNES (org.) A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça, classe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016
FOUCAULT,Michel.A história da sexualidade 1. A vontade de saber.Rio de Janeiro:Paz e Terra, 2017.
________________. Microfísica do poder. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo social. vol.26 no.1 São Paulo Jan./June 2014.
KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos Estudos. CEBRAP, 86, 2010, p.92-103.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir e escrever. Revista de antropologia , São Paulo, USP, 1996 , v. 39 nº 1.
RIBEIRO, Djamila. Feminismo negro para um novo marco civilizatório. In: Sur - Revista Internacional de Direitos Humanos. Disponível em http://sur.conectas.org/wp-content/uploads/2017/02/9-sur-24-por-djamila-ribeiro.pdf . Acessado em 04 de julho de 2018.

SAFFIOTI,Heleieth. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo:Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.
____________. Diferença ou Indiferença: Gênero, Raça/Etnia, Classe Social In: ADORNO, S. A Sociologia entre a Modernidade e a Contemporaneidade. Porto Alegre: Editora da Universidade UFRGS, 1995.
SARDENBERG, C. M. B. A violência simbólica de gênero e a lei “antibaixaria” na Bahia. OBSERVE: NEIM/ UFBA, 2011.
SCHWARCZ,Lilia. Quase pretos, quase brancos. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2007/04/01/quase-pretos-quase-brancos/. Acessado em maio de 2018.
______________. O espetáculo da miscigenação.Estudos avançados. vol.8 no. 20. São Paulo Jan./Apr. 1994


SEGATO, Rita Laura. Las estructuraselementales de la violencia. Ensayos sobre género entre la antropologia, El psicoanálisis y los derechoshumanos.Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes, 2003.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. 2ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
SOIHET.R. Violência Simbólica: saberes masculinos e representações femininas. In: Revista de estudos Feministas. [s.l.s.n]. UFSC.1997. p.04.Disp. emhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12558/11703. Acessado em janeiro de 2018.
ŽIŽEK, Slavoj. Violência: seis reflexões laterais. Tradução de Miguel Serras Pereira. São Paulo: Boitempo, 2014.

Publicado

2020-10-07

Como Citar

COSTA BEZERRA, L. K. GÊNERO, RAÇA E CLASSE: um olhar interseccional sobre a violência simbólica no cotidiano da universidade. Revista Feminismos, [S. l.], v. 6, n. 2, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30326. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos