O LUGAR DO “AFRO”: FEMINISMOS NEGROS VS FEMINISMOS AFRICANOS

Autores

  • Catarina Isabel Martins Universidade de Coimbra

Resumo

O presente artigo pretende apresentar algumas linhas fundamentais dos feminismos africanos pertinentes para a reflexão dos feminismos negros, em particular o estado-unidense e o brasileiro. Na realidade, o contexto em que cada um deles surge conduz a diferenças que é preciso ter em conta para a desejável construção de solidariedades e lutas comuns contra o patriarcado, o colonialismo e o capitalismo. O facto de uns radicarem em sociedades multiculturais numa diáspora que data dos tempos da escravatura, respondendo a sistemas sociais opressivos como o racismo, e de outros provirem de sociedades multiétnicas, mas dominantemente negras, em que os eixos de opressão são primeiramente os coloniais e, depois das independências, os de classe, entre pessoas da mesma raça, levam a construções identitárias diversas, bem como a pautas distintas, que correspondem a maneiras dissemelhantes de conceptualizar os feminismos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Catarina Isabel Martins, Universidade de Coimbra

Professora Auxiliar no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de letras da Universidade de Coimbra (áreas: Literatura, Estudos Feministas, Estudos Pós-Coloniais)

Investigadora no Centro de Estudos Sociais

Referências

Referências bibliográficas
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Americanah. London: Fourth Estate. 2014.
AMADIUME, Ifi. Male Daughters, Female Husbands. Gender and Sex in an African Society. London / New Jersey: Zed Books. 1987.
BAKARE-YUSUF, Bibi. ‘Yourubas Don’t Do Gender: A Critical Review of Oyeronke Oyewumi’s The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses. In ARNFRED, Signe et al. (Org.). African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. Dakar: Codesria. 2004. p. 61-81.
BOEHMER, Elleke. Stories of Women. Gender and Narrative in the Postcolonial Nation. Manchester and New York: Manchester UP. 2005.
CARDOSO, Cláudia. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, p.965-986, setembro-dezembro. 2014.
CARNEIRO, Sueli. Movimento Negro no Brasil: Novos e Velhos Desafios. Caderno crh, Salvador, n. 36, p. 209-215, jan./jun. 2002. Disponível online em: https://www.geledes.org.br/movimento-negro-no-brasil-novos-e-velhos-desafios-por-sueli-carneiro/ Acesso em 12. Out. 2017.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o Feminismo: A Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Portal Geledés.06. Mar. 2011. Disponível online em: https://www.geledes.org.br/enegrecer-o-feminismo-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-partir-de-uma-perspectiva-de-genero/ Acesso em 12.Out. 2017.
CRENSHAW, Kimberlé. Mapping the Margins. Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color. Stanford Law Review, Stanford, vol. 43, p. 1241-1299, julho. 1991.
DOSEKUM, Simidele. Defending Feminism in Africa. postamble 3. 1, p. 41-47. 2007.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 p. 69-82, jan./jun. 1988.
HALL, Stuart. Cultural Identity and Diaspora. In RUTHERFORD, J. (Org.). Identity: Community, Culture, Difference. London: Lawrence & Wishart, 1990. p. 222-237.
IMAM, Ayesha. Como afirma el Corán, las mujeres y los hombres son protectores los unos de los otros. In LAGARRIGA Dídac P. (Org.). Africana. Aportaciones para la descolonización del feminismo. Barcelona: oozebap. 2013. p. 91-102.
KISIANG’ANI, Edward. Decolonising Gender Studies in Africa. In ARNFRED, Signe et al. (Org.). African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. Dakar: Codesria. 2004. p. 9-26.
LAZREG, Marnia. Decolonizing Feminism. In OYEWÙMÍ, Oyèronké (Org.). African Gender Studies. A Reader. New York: Palgrave MacMillan. 2005. p. 67-80.
LEWIS, Desiree. African Gender Research and Postcoloniality: Legacies and Challenges. In ARNFRED Signe et al. (Org.). African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms, Dakar: Codesria. 2004. p. 27-4.
MAMA, Amina. Beyond the Masks. Race, Gender and Subjectivity. London / New York: Routledge.1995.
MAMA, Amina. Talking about Feminism in Africa. Agenda. African Feminisms I (50), p. 58-63. 2001. Disponível online em: http://www.wworld.org/programs/regions/africa/amina_mama.htm. Acesso 17.09.2013.
MAMA, Amina. What Does it Mean to Do Feminist Research in African Contexts?. Feminist Review 2011, p. 4-20. 2011.
MARTINS, Catarina. ‘La Noire de…’ tem nome e tem voz. A Narrativa de mulheres africanas anglófonas e francófonas para lá da Mãe África, dos Nacionalismos Anticoloniais e de outras ocupações”. e-cadernos CES, Coimbra: CES, 12, p. 119-144. 2011.
MBILINYI, Marjorie. Research Methodologies in Gender Issues. In: MEENA, Ruth (Org.), Gender in Southern Africa. Conceptual and Theoretical Issues. Harare: Sapes Books. 1992. p. 31-70.
MCFADDEN, Patricia. Sex, Sexuality and the Problems of AIDS in Africa. In: MEENA, Ruth (Org.). Gender in Southern Africa. Conceptual and Theoretical Issues. Harare: Sapes Books, . 1992. p. 157-95.
MCFADDEN, Patricia. African Feminist Perspectives of Post-Coloniality. The Black Scholar, 37(1), p. 36-42. 2007.
MEKGWE, Pinkie. Post Africa(n) Feminism?. Third Text, 24(2), p.189-94. 2010.
MUPOTSA, Danai S. An African Feminist Standpoint?. postamble 3. 1, p. xi-xxiii. 2007.
NNAEMEKA, Obioma. “Bringing African Women into the Classroom: Rethinking Pedagogy and Epistemology. In: OYEWÙMÍ Oyèronké (Org.). African Gender Studies. A Reader. New York: Palgrave MacMillan. 2005. p. 51-65.
OLIVEIRA, Ana. Djamila Ribeiro, a voz da consciência negra feminina no Brasil, 19 Nov. 2016. Disponível online em: https://www.vice.com/pt_br/article/bmgkvd/entrevista-djamila-ribeiro-2016. Acesso em 17 Out. 2017.
OWEN, Hilary. Mother Africa, Father Marx. Women’s Writing of Mozambique 1948-2002. Lewisburg. Bucknell University Press. 2007.
OYEWÙMÍ, Oyerónké. The Invention of Women. Making an African Sense of Western Gender Discourses. London / Minneapolis: University of Minnesota Press. 1997.
OYEWÙMÍ, Oyerónké. Conceptualising Gender: Eurocentric Foundations of Feminist Concepts and the Challenge of African Epistemologies. In ARNFRED Signe et al. (Org.), African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. Dakar: Codesria. 2004. p. 1-8.
OYEWÙMÍ, Oyerónké. What gender is motherhood? Changing Yorùbá’s ideals of power, procreation and identity in the age of modernity. New York: Palgrave Macmillan. 2016.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, nº 78, Outubro: p. 3-46. 2007.
STRATTON, Florence. Contemporary African Literature and the Politics of Gender. London and New York: Routledge. 1994.
TAMALE, Silvia. The right to culture and the culture of rights: a critical perspective on women’s sexual rights in Africa. Feminist Legal Studies 16, p. 47–69. 2008.
TRIPP, Aili Mari et al. (Org.), African Women’s Movements. Transforming Political Landscapes. Cambridge: Cambridge University Press. (2009)

Publicado

2020-10-07

Como Citar

MARTINS, C. I. O LUGAR DO “AFRO”: FEMINISMOS NEGROS VS FEMINISMOS AFRICANOS. Revista Feminismos, [S. l.], v. 6, n. 2, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30235. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos