Plano Nacional de Políticas para as Mulheres: Necessidades Práticas ou Interesses Estratégicos?

Autores

  • Agatha Marina Murari Azzolin Universidade de Brasília - UnB
  • Silvia Cristina Yannoulas Universidade de Brasília - UnB

Resumo

Este artigo analisa, utilizando as categorias Necessidades Práticas (das mulheres) e Interesses Estratégicos (de gênero), a efetividade das ações incluídas nos três Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres (período: 2003-2015), considerando especificamente o eixo sobre o mundo do trabalho. A pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental, evidenciou que essa recente política pública, executada pelo Estado brasileiro, não alterou substancialmente a realidade vivenciada pelas trabalhadoras. No artigo, defendemos a utilização das categorias Necessidades Práticas e Interesses Estratégicos como método de análise para a formulação, monitoramento e avaliação de políticas de gênero a fim de orientar as transformações para além do atendimento às necessidades básicas das mulheres, visando à superação da divisão sexual do trabalho.

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Biografia do Autor

Agatha Marina Murari Azzolin, Universidade de Brasília - UnB

Assistente Social pela Universidade de Brasília - UnB. Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça pela mesma universidade. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa TEDis – Trabalho, Educação e Discriminação da UnB.

Silvia Cristina Yannoulas, Universidade de Brasília - UnB

Professora Associada do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-graduação em Política Social da Universidade de Brasília - UnB. Líder do Grupo de Pesquisa TEDis – Trabalho, Educação e Discriminação da UnB.

Referências

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Publicado

2017-07-15

Como Citar

AZZOLIN, A. M. M.; YANNOULAS, S. C. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres: Necessidades Práticas ou Interesses Estratégicos?. Revista Feminismos, [S. l.], v. 4, n. 1, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30180. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos