“O Entre Lugar”: trajetória de vida e memória no processo de formação profissional de mulheres negras

Autores

  • Angela Ernestina Cardoso de Brito
  • Emanuella Marques Gomes

Resumo

No Serviço Social gênero e, principalmente, raça são assuntos pouco discutidos. Considerando esses aspectos, o artigo objetiva refletir sobre o processo de formação profissional de professoras negras inseridas no ensino superior na Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. Busca-se dar publicidade à “invisibilidade” da temática gênero/raça nos trabalhos abordados pelos assistentes sociais. Tenta-se incorporar a temática no cotidiano de debate profissional do assistente social, promovendo assim um encontro entre os estudos de gênero/raça e o Serviço Social (LISBOA, 2010). Utiliza-se da história de vida como metodologia e, respalda-se em estudos do IBGE e autores como Lisboa (2010) e Silva (2010) dentre outros. Desta forma, objetiva-se mostrar a difícil trajetória profissional dessas mulheres negras, as difíceis experiências e processos discriminatórios enfrentados no processo de formação profissional e vivenciados nos diversos contatos com professores, professoras, alunos e alunas brancos(as). A pesquisa, que colheu relatos de 5(cinco) docentes universitárias negras, aponta para a escassez de produção relacionada a gênero/raça, a invisibilidade da temática no cotidiano profissional, assim como indica a necessidade de maior abertura e discussão do tema na profissão em questão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angela Ernestina Cardoso de Brito

 

Emanuella Marques Gomes

Referências

BORN, C. Gênero, trajetória de vida e biografia: desafios metodológicos e resultados empíricos. Interfaces, Sociologias; Porto Alegre, ano 3, n.5, jan/jun 2001, p.240-265.
BRITO, A, E, C de. Educação de mestiços em famílias inter-raciais. Dissertação de mestrado (Pós-graduação em Educação). Federal de São Carlos. 2003.
_____________. Lares negros olhares negros: identidade e socialização em famílias negras e inter-raciais. Serviço Social em Movimento. UEL. Londrina, V15, n2 P. 74-102, JAN. /JUN. 2013.
GONÇALVES, R de C; LISBOA, T. K. Trajetórias de Vida: Visibilizando Reconstruindo a história das Mulheres. In: Trabalho apresentado no Seminário de História, gênero e trajetórias biográficas. ST 42. 1998.
_____________. Sobre o método da historia oral em sua modalidade trajetórias de vida. Ensaio. Rev. Katálises. Florianópolis v.10 n. esp. p. 83-92, 2007.
GOMES, N. L. A mulher negra que vi de perto. Belo Horizonte: Maza, 1995.
GONZÁLEZ, L. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel T. (ed.). O Lugar da Mulher. Rio de Janeiro: Graal, 1982.
HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo:Vértice,1990.
__________. A memória coletiva. Trad. de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.
BHABHA, H. K. O local da cultura. Tradução Myriam Ávila et al. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
JACCOUD, L. de B.; BEGHIN, N. Desigualdades raciais no Brasil: um balanço da intervenção governamental. Brasília: IPEA, 2002.
LISBOA. Teresa Kleba. Gênero, feminismo e Serviço Social – encontros e desencontros ao longo da história da profissão. Rev. katálysis vol.13 n.1 Florianópolis jan./jun. 2010.
MINAYO, M.C. de S. Pesquisa Social – teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1996.
MÜLLER, M.L.R. Estatutos Estaduais do Magistério e Discriminação Racial. In: Cor e Magistério / Iolanda de Oliveira (organizadora). Rio de Janeiro: Quartet; Niterói, RJ: EDUFF, 2006.
MONTAGNER, M Â. Trajetórias e biografias: notas para uma analise bourdiesiana. Sociologias, Porto Alegre, ano 9, n°17, jan/jun.2007, p.240-264.
PEREIRA, J. B. B. Diversidade, racismo e educação. In: Oliveira, I. de. OLIVEIRA (Org.). Relações raciais e educação: produção de saberes e práticas pedagógicas. Cadernos PENESB. n. 3. Niterói, Ed. UFF, 2000.
QUEIROZ, D. M. Ações afirmativas na universidade brasileira e acesso de mulheres negras. Salvador: Une. Mimeografado.2006.
QUEIROZ, M. I. P. de. Relatos orais: do indizível ao dizível. Ciência e Cultura, São Paulo, v.39, n3, p.272-286, mar., 1987.
__________. Relatos orais: do indizível ao dizível. In: VON SIMSON, O. de M. (Org.). Experimentos com histórias de vida. (Itália-Brasil). São Paulo: Vértice, 1988. p. 14-43.
REICHMAN, R. A mulher negra brasileira: um retrato. Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro, IFCS/ UFRJ, v. 3, n. 2, p. 496-505, 1995.
ROSEMBERG, F. Ação afirmativa no Ensino Superior brasileiro: pontos para reflexão. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Programa de Ações Afirmativas: processo de construção. São Carlos, 2009.p.1-25. Disponível em: <http://www.acoesafirmativas. ufcscar.br>. Acesso em: 11 fev. 2009.
SANTOS, A. C de Almeida. Fontes Orais: testemunhos, trajetórias de vida e história. Paraná: UFP, 2008.
SANTOS, T. J. C. dos. Professores Universitários negros: uma conquista e um desafio a permanecer na posição conquistada. Cor e Magistério. Rio de Janeiro, Quartet; Niterói, RJ: Eduff, 2006. P.167-191
STOLCKE, V. Sexo está para gênero assim como raça para etnicidade? In: Estudos Afro-Asiáticos/UCAM. Rio de Janeiro, junho de 1991, n. 20, p. 101-119
THOMPSON, P. A voz do passado: historia oral. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992.
WERNECK, J. A Vulnerabilidade das Mulheres Negras. Jornal da Rede Saúde. N. 2, março de 2001.

Downloads

Publicado

2016-09-21

Como Citar

BRITO, A. E. C. de; GOMES, E. M. “O Entre Lugar”: trajetória de vida e memória no processo de formação profissional de mulheres negras. Revista Feminismos, [S. l.], v. 3, n. 2/3, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30153. Acesso em: 12 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Justiça Reprodutiva