Parteiras “curiosas”, “leigas”, “tradicionais”, “domiciliares”, “não diplomadas”: Uma sugestão de agenda de pesquisa

Autores

  • Soraya Fleischer Departamento de Antropologia, UnB
  • Paula Viana Curumin
  • Julia Morim Grupo Curumim

Resumo

A partir dos anos 1970, a vida e o trabalho das parteiras brasileiras têm crescido no país como tema de pesquisa acadêmica ou não. Diferentes áreas de conhecimento têm se dedicado a entender o parto domiciliar e suas atendentes. Por muito tempo, localizado nos estudos de Folclore e depois de História, Enfermagem e Saúde Coletiva, as técnicas obstétricas realizadas pelas parteiras do país foram documentadas. Mais recentemente, outras áreas têm se interessado também por essa realidade, como por exemplo Sociologia, Antropologia, Medicina, Artes Plásticas, Comunicação, Dança, Cinema, Direito. Ainda assim, há vários temas que poderiam ser aprofundados. Nessa sugestão de agenda de pesquisa, são elencados temas nesse sentido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Viana, Curumin

Paula Viana é enfermeira-obstetra em Recife (PE), faz partos domiciliares e coordena o Grupo Curumim, uma organização não governamental feminista que desenvolve projetos de fortalecimento da cidadania das mulheres em todas as fases de suas vidas.

Julia Morim, Grupo Curumim

Graduada em Ciências Sociais e com mestrado em Antropologia, ambos pela Universidade Federal de Pernambuco, vem atuando nas áreas de antropologia da saúde, patrimônio e memória. É pesquisadora do Grupo de Pesquisa Narrativas do Nascer (DAM/UFPE), integra a equipe que vem desenvolvendo a iniciativa Museu da Parteira, um museu em processo, e é representante da sociedade civil no Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna de Pernambuco (CEEMM-PE).

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais: o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais e experiências exemplares. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 90 p. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=152>. Acesso em 12/03/2015.

BESSA, Lucineide Frota; FERREIRA, Sílvia Lúcia. Mulheres e parteiras: contribuição ao estudo do trabalho feminino em contexto familiar rural. Salvador: GRAFUFBA, 1999.

DINIZ, Debora e MEDEIROS, Marcelo. “Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna”. Ciência e saúde coletiva, 2010, vol.15, suppl.1, pp. 959-966.

FLEISCHER, Soraya. Parteiras, buchudas e aperreios: Uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial em Melgaço/PA. Santa Cruz do Sul/Belém: EdUNISC e Paka Tatu, 2011.

INSTITUTO NÔMADES. Inventário dos saberes e práticas das parteiras indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto Nômades, 2010.

____. Inventário dos saberes e práticas das parteiras tradicionais de Pernambuco. Recife: Instituto Nômades, 2011.

MORIM DE MELO, Júlia; MÜLLER, Elaine; GAYOSO, Daniella Bittencourt. “Parteiras tradicionais de Pernambuco: saberes, práticas e políticas”. Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013, 12p. Disponível em http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1380747140_ARQUIVO_PARTEIRAS_TRADICIONAIS_DE_PERNAMBUCO.pdf. Acesso em 19/08/2015.

MOTT, Maria Lucia. “Madame Durocher, modista e parteira”. Revista Estudos Feministas, v. 2, n. 1, p. 101-116, 1994.

____. “A parteira ignorante: um erro de diagnóstico médico?”. Revista Estudos Feministas, v. 7, p. 25-36, 1999.

PEREIRA, Marina Santos. Estudos sobre a associação de parteiras tradicionais no Maranhão. São Luís: EDUFMA, 2014. 130p.

SILVA, Vagner Gonçalves da. O antropólogo e sua magia: trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre as religiões afro-brasileiras, São Paulo, Edusp, 2000.

Downloads

Publicado

2020-11-10

Como Citar

FLEISCHER, S.; VIANA, P.; MORIM, J. Parteiras “curiosas”, “leigas”, “tradicionais”, “domiciliares”, “não diplomadas”: Uma sugestão de agenda de pesquisa. Revista Feminismos, [S. l.], v. 7, n. 3, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30101. Acesso em: 11 out. 2024.

Edição

Seção

Ensaios