Para Abaixo da Linha do Equador: o standpoint e as produções feministas acadêmicas do terceiro mundo

Autores

  • Darlane Andrade Universidade Federal da Bahia

Resumo

Este artigo discorre teoricamente sobre a proposta epistemológica feminista perspectivista – o conhecimento situado, ou standpoint, com fins a refletir acerca das produções feministas acadêmicas do terceiro mundo, partindo do questionamento: "Quem, em que língua, para quem o conhecimento é produzido?" O artigo faz uma breve apresentação da ciência feminista, as críticas feitas à ciência tradicional positivista e androcêntrica, a importância do conceito de gênero na consolidação do feminismo como ciência, para chegar a discorrer sobre a proposta de se construir o conhecimento de modo situado e responsável, na medida em que toda fala vem de um ponto de vista, que deve ser mencionado e reconhecido. O texto é finalizado com uma reflexão a partir das produções de feministas do terceiro mundo, apontando a importância de dar visibilidade a estas, inclusive em contexto nordestino brasileiro, colaborando para uma ciência feminista mais plural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Darlane Andrade, Universidade Federal da Bahia

Psicóloga (CRP-03/3187), Especialista em Psicologia Conjugal e Familiar (Faculdade Ruy Barbosa). Mestra e Doutora em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM/UFBA). Pesquisadora Associada ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM/UFBA. Professora Adjunta do Departamento de Ciência Política da UFBA. Docente no Bacharelado em Gênero e Diversidade /UFBA.

 

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Falando em Línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, Vol. 8, n.1, 2000, pp. 229-236.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2003
COSTA, Ana Alice Alcântara; SARDENBERG, Cecília Maria Bacelar. Feminismos, feministas e movimentos sociais. Em: BRANDÃO, M. L. R.; BINGEMER, M. C. L. (org.) Mulher e relações de gênero. São Paulo: Ed. Loyola, 1994
MALUF, Sonia Weidner; COSTA, Claudia de Lima. Feminismo Fora do Centro: entrevista com Ella Shohat. Estudos Feministas. (1) 2001, pp.147-163
CRASNOW, Sharon. How can science be both feminist and objective? A model-theoretic approach. Trabalho apresentado ao XI Annual IAPh, Goteborg, Suécia, junho de 2004. [online] Disponível em: http://faculty.rcc.edu/crasnow/CrasnowIAPh.doc Acesso em: 20 jan 2009
DANSILIO, Sergio. La Defensa de la Objetividad em las Epistemologias Feministas. 2001 [online] Disponível em: http://galileo.fcien.edu.uy/epistemologias_feministas.htm Acesso em 20 jan 2009
DE LAURETIS, Teresa. A Tecnologia do Gênero. Em: HOLANDA, Heloísa Buarque (org.) Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, pp.206-242.
DIAS, Maria Odila Leita da Silva. Novas subjetividades na pesquisa histórica feminista: uma hermenêutica das diferenças. Revista Estudos Feministas, vol. 2, n.2, 1994, pp. 373-386
DOS SANTOS, Maria Cecília Mac Dowell. Quem pode falar, onde e como? Uma conversa “não inocente” com Donna Haraway. Cadernos PAGU (5), 1995, pp.43-72.
HARSTOCK, Nancy. The Feminist Standpoint: developing the ground for a specifically feminist historical materialism. In: HARDING, Sandra (ed.), Feminism & Methodology. Bloomington, Indiana: Indiana: Open University Press, 1987, pp. 157-180.
HARDING, Sandra. Rethinking Standpoint Epistemology: What is Strong Objectivity? In KELLER, Evelyn Fox; LONGINO, Helen E, (eds.), Feminism & Science, Oxford: Oxford University Press, 1996, pp. 235-248.
____________. “Strong Objectivity” and Socially Situated Knowledge (s.d.)
____________. Existe un método feminista? In: BARTRA, Eli (org) Debates em torno a uma metodología feminista, México, D.F.: UNAM, 1998, pp.: 09-34
HARAWAY, Donna. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos PAGU (5) 1995: pp.07-41
JAIVEN, Ana Lau, Cuando hablan las mujeres. In: BARTRA, Eli (org). Debates em torno a uma metodologia feminista. Mexico, D.F.: UNAM, 1998, pp.185- 198
KELLER, Evelyn Fox. Feminism and Science. In: KELLER, Evelyn Fox; LONGINO, Helen E, (eds.), Feminism & Science, Oxford: Oxford University Press, 1996, pp.28-40.
LONGINO, Helen. Can there be a feminist science? 2005. [online] Disponível em: http://www.cecwys.org/kontext/6ad3fcef/longino_can%20there%20be%20a%feminist%20science.pdf Acesso em 30 jan 2009
MACHADO, Lia Zanotta. Gênero, um novo paradigma? Cadernos PAGU (11) 1998: pp.107-125
NARAYAN, Uma. O projeto da epistemologia feminista: perspectivas de uma feminista não ocidental. In: JAGGAR, Alison M.; BORDO, Susan R. (orgs) Gênero, corpo e conhecimento. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, pp.276-290
OLIVEIRA, João Manuel de, AMÂNCIO, Lígia. Teorias feministas e representações sociais: desafios dos conhecimentos situados para a psicologia social. Revista Estudos feministas. Florianópolis, 14 (3): 272, setembro-dezembro/2006 p. 597-615
RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: PEDRO, Joana M.; GROSSI, Miriam P. (orgs.) Masculino, feminino, plural. Florianópolis: Editora das Mulheres, 1998, pp. 21-42
REINHARZ, Shulamit. Introduction. In: _____ Feminist Methods in Social Research, New: Oxford: Oxford University Press, 1992, pp. 3-17
ROSE, Hilary. Nada menos que metade dos laboratórios. In: ROSE, Steven e APPIGNANESI, Lisa. (orgs). Para uma nova ciência. Lisboa: Gradiva, 1989, pp. 221 -244
SARDENBERG, Cecília Maria Bacellar. Da crítica feminista à ciência a uma ciência feminista? In: COSTA, Ana Alice Alcântara; SARDENBERG, Cecília Maria Bacellar. (org) r
SCHIENBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Bauru, SP: EDUSC, 2001
SCOTT, Joan. Gender: a useful category of historical analysis. In: _____ Gender and the politics of history. New York: Columbia University Press, 1988, pp.28-52. [Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Recife: SOS Corpo e Cidadania, 1993]
SMITH, Dorothy. A perspectiva das mulheres como uma crítica radical à sociologia. Mimeo. (“Women´s Perspective as a Radical Critique of Sociology”, In: HARDING, Sandra (ed.), Feminism & Methodology. Bloomington, Indiana: Indiana: Open University Press, 1987, pp. 84-96. Tradução de Maurício, revisão de Cecilia M. B. Sardenberg.)

Downloads

Publicado

2016-06-29

Como Citar

ANDRADE, D. Para Abaixo da Linha do Equador: o standpoint e as produções feministas acadêmicas do terceiro mundo. Revista Feminismos, [S. l.], v. 3, n. 2/3, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30041. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos