A sexualidade moderna e o "imperativo fálico": algumas reflexões sobre a emergência do “gozo genitalizado”
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar o desenvolvimento histórico de algumas teorias psicológico-científicas que tomaram o sexo como objeto de linguagem. Para tanto, centramos nossas análises em dois autores que desenvolveram discursos significativos na instituição da sexualidade moderna: Sigmund Freud e Wilhelm Reich. No decorrer deste artigo, analisamos como se desenvolveram os discursos dos autores a partir de uma “hipótese repressiva”, e quais foram os desencadeamentos teóricos em torno dos métodos terapêuticos propostos para “eliminar os recalques” provenientes da “repressão sexual”. Assim, constatamos que a emergência dessas terapias para “eliminar os recalques” desencadeou em novas concepções de sexualidade, na qual o orgasmo genital tornou-se um novo imperativo, uma “genitalidade obcecada”. E, a partir das análises sobre as teorias e métodos de Freud e Reich, tecemos algumas críticas e questões que buscaram conduzir os leitores a reflexões sobre os modos de subjetivação sexuais e as relações de gênero na atualidade.
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