RAÇA/COR NEGRA E ÓBITO POR COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL EM UM MUNICÍPIO DO NORDESTE BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/cmbio.v23i2.52885

Palavras-chave:

COVID-19; GRUPOS RACIAIS; SAÚDE ÉTNICA; DISPARIDADES NOS NÍVEIS DE SAÚDE

Resumo

Objetivo: Estimar a frequência de preenchimento do quesito raça/cor/etnia e associação entre a raça/cor negra e óbitos por COVID-19, no município de Camaçari, na Bahia, entre anos de 2020 e 2021.  Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal, através do levantamento de informações do Departamento de Informática do SUS (OpenDATASUS). Investigou-se a distribuição de casos de COVID-19 por raça/cor/etnia e a distribuição, para as variáveis: faixa etária, sexo e existência de comorbidades. A regressão logística, por subgrupos, foi utilizada para análise de dados e foram estimadas Odds Ratio, seus respectivos intervalos de confiança a 95% e valor de p, obtido por meio do teste qui-quadrado (χ2). Resultados: Os achados mostraram que, para o ano de 2020, o quesito raça/cor/etnia não foi preenchido em 19,7% dos casos confirmados de COVID-19, enquanto no ano seguinte, foi 28,54%. Para os anos de 2020 e 2021, foram mais acometidos pelo agravo, indivíduos negros com idade inferior a 60 anos, com maior proporção do sexo masculino e maior ocorrência de pelo menos um fator de risco para COVID-19, quando comparadas aos indivíduos não negros. Negros sem comorbidades tiveram 16% mais chances de óbito (OR: 1,16; IC 95% 1,02 – 1,31), quando comparados aos não negros, esses achados foram estatisticamente significantes, ao se ajustar para as variáveis idade e sexo (p <0,018). Conclusão: O quesito raça/cor/etnia, ainda possui seu registro negligenciado. Indivíduos negros com COVID-19 que não apresentavam um fator de risco prévio para doença, tiveram maior chance de mortalidade, quando comparados a indivíduos não negros.

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Biografia do Autor

Samara Neri de Souza, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Possui graduação em Odontologia pela União Metropolitana de Educação e Cultura (2013). Atualmente é odontóloga da Prefeitura Municipal de Camaçari. Tem experiência na área de Odontologia e Políticas Públicas, com ênfase em Estratégia Saúde da Família. Pós- Graduação em Saúde Coletiva com Àrea de Concentração em Saúde da Família (UFBA-2018). Mestre em Saúde da Família, programa PROFSAÚDE/UFRB (2022).

Adan Araújo Marques, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduando em Medicina pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Ana Lúcia Barreto da Fonseca, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Doutora em Psicologia, Mestra em Educação, Psicóloga e Assistente Social. Estudos com foco na dinâmica familiar, seus processos de saúde e educação. Trabalhos cujos temas interliguem comportamento, desenvolvimento e cultua, passando por processos educacionais que definem comportamentos salubres, com educação para a saúde com ingerência na Atenção Básica, ações primária de saúde e os profissionais que compõem a Equipe de Saúde da Família, entre os quais a interlocução entre Agentes Comunitários de Saúde, a comunidade e a Rede de saúde e educação.

Johelle de Santana Passos Soares, Universidade Federal da Bahia

PASSOS-SOARES, J.S. Professora adjunta, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui graduação em odontologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana-Ba (UEFS- 2003), Mestrado em Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia pela UEFS (2007), e Doutorado em Saúde Pública, na área de Epidemiologia, pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (2011). Coordenadora do projeto de extensão CEPESB - Ciclo de Estudos e Pesquisa Epidemiológica em Saúde Bucal na FOUFBA. Participante dos grupos de pesquisa: Saúde Bucal Coletiva (UFBA), Núcleo de Pesquisa, Prática Integrada e Investigação Multidisciplinar (NUPPIIM - UEFS) e Núcleo de Epidemiologia e Saúde (NES) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atua no ensino de Pós-graduação Odontologia e Saúde da UFBA (mestrado, doutorado) e Programa de Pós- Graduação em Saúde Coletiva da UEFS (acadêmico). Desenvolve trabalhos na área de epidemiologia com os seguintes temas: epidemiologia da doença periodontal, condição bucal relacionada a qualidade de vida, associação entre periodontite e condições sistêmicas/agravos (prematuridade/ baixo peso ao nascer, doenças cardiovasculares, obesidade, osteoporose na pós-menopausa, síndrome metabólica, hanseníase, pneumonia nosocomial, asma).

Dóris Firmino Rabelo, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia, Mestrado em Gerontologia pela Universidade Estadual de Campinas e Doutora em Educação pela mesma universidade. Docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia - UFBA e do Mestrado Profissional em Saúde da Família - ProfSaúde-UFRB.

Simone Seixas da Cruz, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Possui graduação em odontologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2000), mestrado e doutorado em Saúde Pública (EPIDEMIOLOGIA) pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (2008) com pós-doutorado em Epidemiologia (PPGSC-UnB). Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia.

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Publicado

2024-10-17

Como Citar

Souza, S. N. de ., Marques, A. A., Fonseca, A. L. B. da, Soares, J. de S. P., Rabelo, D. F. ., & Cruz, S. S. da . (2024). RAÇA/COR NEGRA E ÓBITO POR COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL EM UM MUNICÍPIO DO NORDESTE BRASILEIRO. Revista De Ciências Médicas E Biológicas, 23(2), 289–298. https://doi.org/10.9771/cmbio.v23i2.52885

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