Avaliação de fatores de risco e antígeno prostático específico no rastreamento de câncer de próstata
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v20i2.44049Palavras-chave:
Antígeno Prostático Específico. Biomarcadores. Neoplasia Prostática Intraepitelial. Hiperplasia Prostática. Fatores de Risco.Resumo
Introdução: no Brasil, o câncer de maior incidência nos homens é o câncer de próstata (CaP), com 6,9% de mortalidade. Atualmente, discute-se a aplicabilidade do antígeno prostático específico (PSA) em políticas de rastreamento para CaP e os riscos associados ao sobrediagnóstico. Objetivo: correlacionar a dosagem do PSA com fatores de risco, história clínica e a presença de neoplasia prostática. Metodologia: estudo descritivo transversal que analisou, comparativamente, dados clínico-epidemiológicos e níveis séricos de PSA de 200 pacientes. Valores de PSA foram estratificados em três categorias (<2,5, 2,5–10,0 e >10 ng/ml). Resultados: os fatores de risco analisados foram relacionados significativamente com o aumento do PSA e neoplasia prostática. A prevalência de CaP (11%) e hiperplasia prostática (61%) foi observada nos pacientes com maior dosagem de PSA, enquanto 1% dos pacientes apresentou CaP sem alteração do PSA e 4% tiveram CaP com 2,5–10,0 ng/ml de PSA. Maiores níveis séricos do biomarcador foram relacionados a diabetes (70%), hipertensão (77%), uso crônico de medicações (60%) e ausência de exames periódicos (58%). O grupo com PSA >10 ng/ml teve média de idade maior que o primeiro (p = 0,002) e o segundo grupos (p = 0,027). Conclusão: a prevalência de hiperplasia prostática benigna associada à alteração do PSA, e o elevado risco de exames falso-positivos evidenciam a preocupação com o sobrediagnóstico. No contexto dos dados clinico-epidemiológicos avaliados, a possibilidade de resultados falso-positivos e falso-negativos associados à dosagem do PSA deve ser considerada, ressaltando a importância de adoção de exames complementares para rastreio do CaP.
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