Revista Completa

Autores

  • Ariádne Scalfoni Rigo UFBA

Resumo

Este número especial dos Cadernos Gestão Social é composto por artigos apresentados na III Conferência Internacional sobre Moedas Complementares e Sociais sob o tema “Moeda social nas economias social e solidária: inovações e desenvolvimento”. Coordenada pela professora Ariádne Scalfoni Rigo (NPGA/EAUFBA) com o apoio incondicional da equipe da Incubadora Tecnológica em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial (ITES) e do Instituto Banco Palmas coordenado por João Joaquim de Melo Neto Segundo, a III Conferência foi realizada em outubro de 2015, na Escola de Administração da UFBA. A primeira Conferência Internacional sobre Moedas Complementares e Sociais sob temática “Trinta anos de moedas comunitárias e complementares: o que vem depois?”, aconteceu por iniciativa do departamento de Economia da Université Lumière – Lyon 2. Esta primeira versão da conferência foi idealizada e coordenada pelo professor Jèrôme Blanc, quem tem se dedicado ao estudo dos diversos tipos de uso de moedas complementares e sociais desde 1998. O sucesso, os debates e os encaminhamentos que ocorreram em Lyon, em fevereiro de 2011, estimularam a continuidade das discussões e também da segunda versão da conferência. A II Conferência foi coordenada pela professora Georgina Gómez e capitaneada pelo International Institute of Social Studies (ISS), da Erasmus University, em junho de 2013. A organização da III Conferência contou com a participação direta dos pesquisadores Jérôme Blanc (agora professor na Science Po de Lyon, França), Georgina Gómez (ISS, Universidade Erasmus Rotterdam), Makoto Nishibe (Universidade de Hokkaido, Japão) e Rolf Schröeder (pesquisador em Social and Complementary Currencies, Alemanha). Os trabalhos puderam ser apresentados na forma de artigos científicos ou relatos de experiências, privilegiando a diversidade do campo. Os 41 trabalhos apresentados se dividiram em torno de 4 eixos principais: Moedas sociais e complementares para fins de desenvolvimento (12 trabalhos); impacto e resultados das moedas sociais e complementares (8 trabalhos); diferenças contextuais e lições das experiências (9 trabalhos); tipologias, modelos e inovação (12 trabalhos). Apesar de contar com a participação de apenas 120 participantes, diante das restrições orçamentárias e a crise em que vários países no mundo vivenciaram, 15 países foram representados na versão brasileira da conferencia, dentre os quais: Hungria, Bulgária, Japão, Colômbia, México, Argentina, Equador, França, Portugal, Reino Unido, Itália, Austrália e outros. Este número especial dos Cadernos Gestão Social privilegia artigos de atores sociais e pesquisadores latino americanos. Tratam-se de artigos sobre a relação das moedas sociais e complementares com a prática da Economia Solidárias no Brasil e na América Latina, buscando diferenciá-las de iniciativas do uso de moedas sociais de outras partes do mundo, notadamente na Europa. O artigo de Alane Amorim Barbosa Dias, Fabiane da Cunha e Tiago Araújo descreve o papel das moedas sociais nos espaços de economia solidária ao apresentar as feiras e sua contribuição para o desenvolvimento regional. Nestes espaços, sistemas locais são desenvolvidos e se caracterizam pela utilização das moedas sociais criadas e gerenciadas pelos grupos para facilitar a circulação de produtos e serviços entre eles. O segundo artigo, também de Fabiane Correia da Cunha e Alane Amorim Barbosa Dias, ressalta que as feiras de Economia Solidária são uma alternativa para a socialização das práticas de produção, prestação de serviços e dinamização do consumo consciente, apresentando o uso das moedas sociais neste espaço social. O artigo de Heloisa Primavera trata sobre diferentes tipos de iniciativas de moedas sociais durante as duas últimas décadas apresentando reflexões críticas, nos meios massivos de comunicação, em organizações da sociedade civil e na internet, a partir da experiência da Argentina. Henrique Pavan Beiro de Souza e Ramón Vicente Garcia Fernández realizam uma discussão teórica para analisar o papel das moedas sociais no processo de desenvolvimento socioeconômico. No texto em questão os autores discutem como as moedas sociais podem empoderar indivíduos e comunidades, criando um substrato de confiança, coesão e de capital social que permite potencializar também os aspectos materiais do desenvolvimento. Contrastando com os clubes de troca em Buenos Aires e suas moedas complementares, apresentar experiências de moedas complementares do México é o objetivo do artigo de María Eugenia Santana Echeagaray. Para a autora, grupos e comunidades, principalmente urbanos, são vistos como refúgios de esperança e de resistência, ao mesmo tempo em que constroem alternativas para a satisfação de necessidades intangíveis como, por exemplo, a identidade com causas comuns, reciprocidade, confiança, apoio e afeto. O artigo de Ricardo Orzi, intitulado “Sustentabilidade de uma Moeda Social com Base em a Gestão Estratégica de Seu Respaldo”, visa analisar como, através de um uso original da tecnologia monetária do respaldo na sua moeda social – através da criação “compromissos de trabalho” e uma gestão inovadora de doações – esta experiência posso franquear situações micro, meso e macro diferentes e tem ido recriando-se institucionalmente, persistindo em sua meta de melhorar as condições de vida da população mais pobre da cidade de “Capilla del Monte”. O artigo de Méndez Fuentes et. al., descreve a experiência do Tianguis Alternativo de Magdalena Mixihuca no território de Venustiano Carranza no México. As moedas comunitárias denominadas Cacaos e Mixihucas, favorecem o intercâmbio de produtos e serviços com maior frequência e a articulação com a agricultura urbana e peri-urbana. O texto de Victoria Régia Arrais de Paiva apresenta a experiência do Banco Comunitário DendêSol criado em 2011 pela Associação de Mulheres DendêSol. Tal relato propõe reflexões sobre as características e distinções dessas experiências organizadas na perspectiva das finanças solidárias em relação ao microcrédito; sobre a inserção das mulheres; e sobre as suas potencialidades, limites e desafios. Fechando este número, o relato de Diogo Rêgo e Ariádne Scalfoni Rigo apresenta a história da RedeMoinho – Comércio Justo e Solidário. O texto começa abordando o seu surgimento e segue narrando a sua trajetória e estratégias construídas ao longo de sua trajetória. Por fim, trata sobre suas conquistas e desafios. Desejamos uma ótima leitura Ariádne Scalfoni Rigo Jaqueline Braga Equipe Editorial.

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Publicado

2017-08-01

Como Citar

Rigo, A. S. (2017). Revista Completa. Cadernos Gestão Social, 6(2). Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/cgs/article/view/31746

Edição

Seção

Edição Integral